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Banho de mãe

E chega aquela hora solene do dia que você decide que merece um banho. E dane-se que está sozinha com os dois demônios da tasmânia meninos.

Você olha, fecha as janelas. Olha pros meninos e fala: não taquem fogo na casa, não destruam a casa, não se matem. E vai.

Na metade do banho-de-gato, ainda entra menino berrando no banheiro. 'Maaaaaaanhê, irmão que fez!!!'. Seja lá o que o irmão tenha feito, você berra do banheiro: 'GABRIEL, SEJA LÁ O QUE VOCÊ ESTEJA FAZENDO PRO SEU IRMÃO, PARE'. Você ouve ele 'tá bom!'.

Medo. Eu não sei bem o que eu fiz, mas aparentemente deu certo.
Saí do banho, não vi sangue nem fogo. Vitória.
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Eu e meus bichos-do-mato

De alguma maneira que não compreendo bem, meus meninos conseguem ser simultaneamente reservados e extrovertidos.

Se Gabriel resolve falar, ele fala muito. O tempo todo. Direto. Leonardo vai na onda.
Se ele resolve ficar quieto, que não mexam come ele.

Gabriel é bem piá-de-prédio. Tem medo de altura, medo de se machucar, medo de pular, medo de subir. Nada de brincadeiras fortes. Eu nem fui dessas mães que botava medo, parece que uma noite, perto dos três anos, ele resolver assumir todo o medo do mundo.

Leonardo tem sido um aprendizado para ele. Ele é muito destemido ainda, e Gabriel se vê na obrigação de acompanhar.

Irmão serve para muitas coisas.

Pára o mundo que eu quero descer!

Tem algo MUITO errado com os essa espécie humana, os *homens do sexo masculino*. Gente, eles vem pre-programados para serem idiotas ou é a água que dão pra eles? Alguém me conte, porque eu tenho 3 unidades aqui (2 trial e uma full) em casa e elas não tem apresentado falha ainda.

Eu não sei se é predisposição genética, mas tem muito homem babaca nessa vida, viu. :(

Meus meninos podem ser artistas de rua, podem ser músicos, podem ser gays, podem ser até políticos ou mesmo advogados. Mas machistas eu não suporto não, viu?
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QI ou não QI, eis a questão

Acho interessante como o QI é uma avaliação que tantas pessoas levam em consideração. QI tem uma componente muito forte de pensamento lógico.

Eu *aposto* que o QI de pessoas de TI e matemática superam o valor do povo de humanas. Aposto.
Sabe o que tenho passado horas a fio treinando desde que entrei na faculdade? Busca de padrões de problemas. Anos, e anos, horas e horas. Trabalho com isso.

Vai dizer o que, que somos mais inteligentes? A gente é treinado pra isso. QI não serve como prova de inteligência de jeito nenhum.

Escola só para meninos?

Eis que descubro que existe mundo afora escola apenas para meninos ou só para meninas. Sabe, não é coisa da época da sua vó, são escolas tradicionais que existem.

De cara fiquei chocada. Existem muitas pessoas que defendem muito, mas me parece... estranho. Contrário ao que acredito.

Reza a lenda que, nestas escolas, os meninos e meninas não são afetados por essa coisa de 'matéria de menino' e 'matéria e menina', porque né, isto não existe. Bom.
Como não existe o sexo oposto, as meninas tendem a não se basearem tanto na aparência. Bom.

Como não existe competição para chamar a atenção do sexo oposto, os adolescentes se dedicam mais aos estudos e tiram notas mais altas. CLARO, PEDRO BÓ, NÃO TEM COMO PAQUERAR FAZ COMO??? Compete em outra coisa. Mas até que ponto isso é razoavelmente saudável?

Eu acredito que ambientes com um único sexo são mais competitivos e pesados. Seja no cabelo, na nota, na fofocaiada, nas piadas idiotas.

Para muitas crianças, como as minhas, praticamente todo o contato com outras crianças se dá na escola. Hoje as famílias raramente tem muitos irmãos, primos de convívio diário. E aí, vem o ponto que a maior parte das pessoas que estudou em escolas assim relatam que tem dificuldade de lidar com o sexo oposto. Não me admira.

Até que ponto as pessoas levam a nota alta com maior valor que a interação e socialização das crianças na escola?

Eu acho estranho, estranhíssimo separar meninos e meninas. Juro.
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Confiança de irmãos

Minha amostra é pequena e viciada, mas será que sou eu que acho que irmão e/ou primo dá uma confiança extra?

Hoje tivemos que passar um tempo no shopping e levei os meninos naqueles parques com piscina de bolinha e brinquedos de escalar.
Quando um tem medo, o outro vai. Se o outro vai, o um vai pra não ficar pra trás. Juntos são aquela duplinha dinâmica em que um chama o outro, grita com outro, rola com o outro e vez em quando briga com o outro.

Leonardo, este pingo de gente que fala ogrolês, não tem o menor medo de ficar sozinho... desde que o irmão esteja próximo. É um igual, um conhecido, a segurança. Eu fui, voltei, e era solenemente desprezada em qualquer tentativa de conversar com eles. Coisa que, quando um dos dois está sozinho, não acontece: eles sempre me procuram com o olhar.

Ter um irmão tem sido muito bom para os dois: Gabriel tem ficado mais corajoso, mais cuidadoso com os mais novos; Leonardo tem um guia a seguir.

Eu tenho a impressão que não importa o que o Gabriel faça, Leonardo fará um esforço extra para imitar. Não interessa o que seja, a opinião ou desejo do irmão é SEMPRE melhor. Gabriel lê pausadamente, firmando o dedo indicado embaixo da palavra durante a leitura da sílaba: Leonardo reconhece 'palavras' e faz o mesmo, seja lá o som que ele resolva fazer nessa hora.
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The food of love

Recebi pelo facebook e é lindíssimo.

Veja todas as figuras (é em inglês).

http://www.thefoodoflove.org/index.htm
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Biologia é para os fracos

Gabriel ontem, admirando uma foto de canguru, me falou:

- Mãe, sabia que este canguru é macho?
E eu, inocente, pergunto.
- Ah é? Como você sabe?
- Porque ele é um canguru que luta sumô, e só os cangurus machos muito fortes que lutam sumô.

Vai discordar?
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Moleques grandes

Que me perdoem as mães de nenês, mas eu gosto mesmo é de ser mãe de moleque. Assim, ogrinhos, falando, correndo, matutando, explicando, criando.

Das vantagens de ser mãe de moleque grande:
- Você pede e ele faz um pão com manteiga para você.
- Acompanhar CADA uma das explicações mirabolantes para fatos corriqueiros.
- Dormir a noite toda, deixar que ele tome banho praticamente sozinha
- Não precisa acompanhar no banheiro
- Não precisa fazer o copo de leite, ele faz sozinho e ainda faz pro irmão
- Você explica as regras e ele entende o porquê.
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Nenê ou não nenê?

Mari deixou um comentário super bacana no meu post Quinze meses. Tão bacana que vou até fazer um post sobre isso.


Só queria comentar uma coisinha... Eu, pessoalmente, não acho legal chamar o nenê de Nenê. Fiquei em dúvida se é isso que você está sugerindo ou se usou "Nenê" como um nome genérico pra não dizer o nome do seu filho, por exemplo...

No pouco que conheço de pedagogia (trabalho em educação mas em sociologia da educação, é meio diferente) e da experiência de ter sido professora em pré-escola, penso que é mais legal pra formação da criança chamá-la pelo nome e ensina-la a chamar todo mundo pelo nome. Não pela idade (nenê, criança, adulto), nem pelo título (faxineiro, garçom, etc). Muito menos chamar professora de tia...

Então, Mari. Primeiro ponto é que, com uma criancinha em 'crise' (berrando, gritando, em pânico, desamparada, etc), não dá pra usar a linguagem adequada à idade dela - é uma espécie de medida de contingência. Use uma linguagem de pelo menos uns 6~12 meses a MENOS do que ela tem. Se uma criança de 18 meses tá gritando, fale como se ela tivesse 12 meses, e assim por diante. Usualmente, 'nenê' é uma das primeiras palavras, e também uma palavra que a criança se identifica. Os pronomes ainda são muito complexos para a maior parte dos toddlers berrantes. Se a criança  já tem uns 4 anos, o pronome 'você' pode ser mais rápido de entender, depende da criança.

O segundo ponto é que concordo contigo sobre chamar pelo nome (em todo o resto do tempo que a criança está tranquila).

Mas claro, o MEU nenê eu chamo de nenê, e vou chamar ele assim pelo resto da vida acho rs rs rs. Com 30 anos nas costas, e ainda vou chamar o guri assim <3 <3 <3. Meu anjo e meu nenê.

Como diz a Flávia, tanto trabalho pra escolher um nome e a gente só chama por apelido.

Bater em crianças é covardia

Para ver todos os posts que já escrevi sobre isso, clique aqui
http://leisecacontraapalmada.blogspot.com/
https://twitter.com/#!/search/%23sempalmadas
https://www.facebook.com/SemPalmadas?sk=wall




(Esperei pela inspiração, mas creio que foi levada nariz abaixo pela sinusite. Sendo assim, minha ogrice me impede de fazer o post de hoje menos polêmico #mamilos. Em caso de frescurite, não-me-toques, 'mas-meu-filho-isso' ou similares, o 'fechar' é freguesia da casa. )

Hoje é dia de blogagem coletiva. Dia de dizer que sou completamente e absolutamente CONTRA qualquer punição física contra qualquer pessoa - incluindo crianças. QUALQUER PALMADA, TAPINHA, BELISCÃO É AGRESSÃO! Não sabe o que fazer para educar sem recorrer a este artifício estúpido? Leia algumas dicas minhas aqui.

E você, qual a sua desculpa? Seu filho está descontrolado? Cadê o lado racional e adulto da relação?? Cadê aquela pessoa super preocupada com a educação do filho? Resolveu soltar o neanderthal na criatura mais indefesa da casa, isso?

Eu, que sou uma pessoa muito muito compreensiva, nunca-jamais-em-tempo-algum ficarei apontando dedos para adultos que, em franco desespero, apelaram para a violência. Nunca. Sei que todo mundo erra, e é fácil bater em alguém quando é socialmente aprovado quando o cansaço bate. Agora, e o que falar dos que DEFENDEM isso? Eu não consigo mesmo pensar em nada além de bater nesta pessoa até que ela aprenda que violência não ensina nada. OH, wait...

E olha só, contrariando as expectativas gerais da nação, meus filhos não são nada mais trogloditas que seus pares da mesma idade. Educação não é dada no tapa.

E pra quem se esqueceu, filho dá trabalho. Se não quiser assumir esse trabalhão hérculeo, compra uma samambaia.

Quinze meses.


Para A.

Aos 15 meses, seu filhinho é um toddler. Nem de longe é aquele bebezinho de quando ele tinha 9 meses, não é? É um período que nossos filhinhos estão em crise, porque se sentem tãaaaaao poderosos e destemidos ao mesmo tempo que se sentem tãaaaaao desprotegidos do mundo.

Bom, eu vou falar o que eu fiz. Cada pessoa e cada família tem uma dinâmica diferente, e sempre muda.
Tudo o que eu fiz foi aceitar que, bom, filhos crescem. Eles não vão ficar implorando grudados na minha perna o resto da vida, desde que eu seja uma mãe minimamente boa. Então, acreditando que crianças vem ao mundo pra dar certo, e que a maioria dos adultos são gente boa mesmo tendo péssimas mães, eu deixei que o tempo fizesse o milagre por si próprio.

Escolha as batalhas que valham a pena. Não dá pra viver em pé de guerra; se você puder atender o pedido a criança sem passar por cima das regras de ouro da casa ou que lhe machuque, faça isso. Guarde suas energias para o que é perigoso ou que realmente afeta. Acho que ter quando temos um novo morador em casa vindo diretamente do reino-dos-ogrinhos, a opinião dele deve sempre ser ouvida. Assim como todos os demais da casa.

Para as batalhas que valem, a única coisa que te recomendo é o que está aqui e aqui. Digamos que lhe irrite profundamente só ir ao banheiro com companhia (é algo que não me incomodava). Então o diálogo poderia ser assim:
- Nenê, mamãe vai no banheiro. Mamãe banheiro. Espera. Espera aqui (fazendo sinal com a mão).
Aí você provavelmente vai entrar no banheiro e ter uma criança aos berros no corredor. Ok. Na hora que você sair, você poderia falar.
- Nenê bravo, muito bravo. Nenê banheiro, nenê quer mamãe. Nenê quer mamãe banheiro, nenê banheiro. (reflita com linguagem corporal um pouco de como a criança se sente, para demonstrar que você entendeu).

E só. Não se afete *muito* pelas coisas que você não pode dar (ou não quer dar). Mas sempre faça questão de mostrar que você entendeu, que ele é compreendido. Nas primeiras vezes a gente acha difícil, se sente envergonhado, a criança não entende. Mas a gente vai pegando o timbre, vai pegando a quantidade de repetições, tamanho de palavras e frases, entonação.. e de repente, seu filho olha pra você com cara de 'isso mesmo! Agora você entendeu!'. Se sentir compreendida diminui uns 80% das 'birras'.

E hoje, o toddlerese é tão fluente aqui em casa que até o filho mais velho usa com o caçulinha rs. Vai por mim. Dicona.
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Crianças que crescem (!)

Gente, a constatação beira o absurdo, mas é verdade. As crianças crescem.

Gabriel nasceu assim, um bebê que não dormia. E nasci eu mãe, já com pezinho fora da matrix, já sem medo de confiar no meu taco. Foi um bebê que relutava, relutava, relutava a dormir. Eu me neguei permanentemente a deixá-lo chorar, mas foram meses complicados. Provavelmente por conta da falta das sonecas, ele não mamava o suficiente e por recomendação da pediatra - que afinal era o único recurso mais perto de minimamente acreditar em mim - introduzimos uns copos de LA com mucilon por dia.

Era um bebê que não negava comida. Qualquer coisa ia pra dentro, sem diferenciação. Provavelmente minha inexperiência com greves de mamá fez com que eu acreditasse que a amamentação tinha chegado ao fim muito precocemente, até porque o LA era dado em copo e não mamadeira.
Levou praticamente 12 meses para ter dentes. Andou antes de ter dentes - o que não impedia nem de comer milho. Sempre fui uma mãe preguiçosa, larguei as papinhas pouco antes dos 9 meses. Com 12 meses, a crise da separação pegou pesado, e qualquer desconhecido que lhe dirigisse a palavra era sumariamente bombardeado com berros.

Eu me formei quando Gabriel tinha 2 anos; na festa de formatura, podíamos ouvir ele falando: 'mamãe? papai?'. Nesta idade, e até mais de 5 anos, ainda gostava do cochilinho da tarde. Mas inevitavelmente acordava a noite até uns 4 anos, mas ensinamos a não chorar e ir direto para minha cama.

Gabriel aos 2 anos era o ogrinho padrão. Gostava de bater, bagunçar, se jogava eventualmente no chão, birras, etc. Destemido, adorava brincadeiras 'perigosas'. Nesses últimos 4 anos, a personalidade dele toda aflorou. Com 3 anos, ele já ficou um menino 'medroso'. Não gosta de brincadeiras exuberantes, tem medo de altura, medo de levar bolada, medo de tudo. Eu não sei exatamente quando ou porquê aconteceu isso, até porque sempre incentivei todas as 'artes' de criança. Ainda vamos ter que trabalhar bastante com isso. Ele é um menino que fala, fala, fala e fala, mas que surpresa, ele é reservado. Então, de alguma maneira ele consegue ser tímido e ao mesmo tempo gosta de falar, mas com pessoas que ele sente confiança. A alfabetização dele, como eu imaginei, ocorreu tranquila e sem nenhum problema. Hoje ele faz questão de agradar os amigos, de trocar brinquedos, de ser aceito, de participar. Mas não de coisas que envolvam perigos físicos rs. Tem uma habilidade para joguinhos que ganham de mim umas 10x.
Desde os 3 ou 4 anos é bem mais seletivo para comida. Escolhe os ingredientes que gosta e que não gosta.

Leonardo também nasceu um bebê que não dormia. Mas eu já estava vacinada e soube lidar melhor. Com 3 anos, já não quer tirar o sono da tarde. Mamou até 2 anos e alguma coisa, e o desmame ocorreu de forma tal que levei mais de uma semana para perceber.
Até os dois anos, Leonardo parecia ser uma cópia de personalidade de Gabriel. Mas Leo, aos 3, é destemido ainda, não tem medo de altura nem perigo (e nem noção). Aliás, usualmente Leonardo faz coisas que Gabriel tem medo, e acaba que Gabriel faz para não ficar para 'trás'. Ainda tem a língua enrolada e boa parte do tempo as sentenças dele são em leonardês. E ele fala bastante. Mesmo com os 12 meses, ele nunca se assustou com estranhos. Nunca se importou que estranhos mexam com ele, falem com ele. Acha graça, o danadinho. E desde que o irmão esteja por perto, não tem medo nenhum de correr até sair de nossa vista.

Para quem conhece os dois agora, parecem duas crianças de personalidade tão distintas que nem parecem irmãos. Mas é engraçado perceber que eram tão parecidos quando pequenos. E que parece que Leonardo tem mantido essas características por mais tempo.
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Biel, o filósofo


No carro, Biel manda:

- oh mãe, né que você usa óculos pra não ficar feia?

Cumequié??

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Hoje ele me falou:

- Mãe, né que você me ama mesmo quando eu desobedeço?
- Isso mesmo, meu amor. Eu te amo mesmo assim, mas NÃO FAÇA ISSO.
Aí ele dá risada a ainda fala:
- Ah, vou desobedecer sim...

Mereço?

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Relapsa é meu sobrenome

Admito. Sou a pessoa mais preguiçosa do planeta. Eu e o marido fazemos o mínimo necessário para que a casa só fique suja, e não nojenta. Nosso algoritmo é sempre limpar o que tá pior e fim.

Então você deduz que eu sou desencanada. Meio que ao extremo haha.

Perguntaram peso e altura dos meninos e eu não sabia. Juro gente, altura eu chutaria uns 10 cms a mais ou a menos, e o peso uns 3 quilos a mais ou a menos. Sou do tipo que não tem termômetro em casa, que avalia a febre entre 'alta' e 'baixa'. Sou do tipo que, quando a criança tá doente, vai no pediatra só pra pegar atestado.

De alguma maneira penso que eu deveria me preocupar mais, mas por esta mesma razão eu não consigo me preocupar com não me preocupar.

O ajudante

Eu lá, tentando limpar a cozinha, vem Gabriel:

'Mãe, posso te ajudar a limpar?'

Tem como não amar?
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Gabriel lê.

Chegou um dia que ele descobriu que sabia ler todas as sílabas, todos os 'lhas' e 'bris'. 'Pão', 'também'. E ficou lendo, lendo, lendo, cada outdoor.

Mas as minúsculas ainda representam um desafio, a velocidade desmotiva um pouco. Fui lá na livraria e peguei esse:
http://www.livrariascuritiba.com.br/vocebrinquebook,product,LV286163,3430.aspx

Bem bacana, lindo lindo. Uma frase pequena por frase, palavras fáceis, em maiúsculas.

Gabriel tem 6 anos. Seis anos e pouquinho de gabrielices, sendo exata. Está no 1º ano, o 1º de 9 do ensino fundamental. Conheço crianças que lêem a anos, que com 4 anos sabem ler. Nunca fiz a menor questão de ensinar antes, de adiantar essa fase tão importante que é a preparação. O cérebro muda com a alfabetização, e eu gostaria que todo o tempo anterior a isso fosse deliberadamente aproveitado.

Mas agora, Gabriel lê. Sem ajuda. Sílaba a sílaba, devorando o mundo todo.
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Leo, o biólogo

Leonardo chega com um bichinho de latéx que claramente é uma rã:

- Que que é isso?
- Uma rã
- Não, é caié (jacaré)
- Não, Leo, é uma rã!
- Não, caié.
- Tá bom, é um sapo!
- Não, é caiéeeeeeéeeeeé.
- Ok, Leo, é um jacaré.
- Caié (fazendo cara de aprovação).

É, biologia também não é o forte da mamãe....
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Mamadeira

Para M.

Usualmente eu não sou do tipo que 'acusa' complemento, porque sei exatamente que o calo aperta, que estamos sensíveis, que tudo conspira para que não consigamos amamentar. Não acuso, não acuso *mesmo* quem oferece complemento, embora que
complemento é usado como desculpa e salvação para tudo pelos médicos. Mas um problema de cada vez, né? E não vou entrar no mérito do leite artificial vs leite natural, esse tá todo mundo careca de saber.

Olha, para usar o adjetivo 'demoníaca' eu teria que acreditar em 'demônio'. Por esta definição, não, a mamadeira não é demoníaca. Ela simplesmente tem uma dúzia de contras e nenhum a favor. Oh, wait!

Vou aqui fazer uma simples comparação entre oferecer líquidos (incluindo leite artificial) em mamadeira comparados com outros métodos.


Contras:
- Bebês tendem a desaprender a sugar o seio, porque a sucção é diferente (mas PARECIDA!)
- Bebês tendem a não querer mais empregar força.
- Bebês enchem o estômago de algo que não é leite materno.
- A posição favorece otites.
- A sucção piora a arcada, atrapalha o desenvolvimento orofacial.
- A criança 'vicia' em sugar, sugando muito mais que o necessário.
- A criança começa a depender emocionalmente do objeto.
- Crianças maiores começam a gostar de assistir TV ou ir dormir com o leite na boca, causando cáries.

Gente, NUNCA vi uma criança de 3 ou 4 anos que dependa do copinho para ir dormir. Ou que só tome leite no copo com rosca. Nunca vi ter que fazer trocas de natal ou na casa da bruxa pra criancinha largar o copinho.
Mamadeira por outro lado...

A favor:

- Todo mundo ganha umas 5 na gravidez.
- O bebê consegue usar sozinho (Ai carai!)
- São mais 'práticas', ninguém tem medo de dar (uiuiuiui). Detalhe, né, que ninguém lembra que tem que insistir pro bebê aprender a pegar mamadeira e chupeta... E medo de dar mamadeira ninguém tem.


Mamadeira desmama SIM! Piora a pega, desestimula a produção, e tudo o mais. Mamadeira nunca deveria ser opção de quem pretende continuar amamentando (1 ou 2 vezes por dia, que seja). Se não aconteceu com teu filho, que bom. Ou já pensou que PODE ter ocorrido alguma coisa, que apenas não conseguimos perceber que houve sim um desvio que poderia ser evitado?

Estatística é assim, a gente olha os fatos, analisa qual o nosso lado mais provável e jogamos a sorte.
Se crianças que usam mamadeira tem mais chance de ter otite, rinite/problemas respiratórios, problemas ortodônticos, além da dependência psicológica do objeto... por que é que eu vou usar??? Mesmo que todos os artigos estejam errados, que os artigos de fonoaudiólogos/pediatras/dentistas/etc estejam com o viés errado, vale ainda pelo esforço de ter que tirar depois?


É ruim, é péssima. E não sou eu que digo isso:

Artigos:
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&amp;pid=S0124-00642007000200004
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&amp;script=sci_arttext
http://www.jped.com.br/conteudo/06-82-05-395/port_print.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&amp;script=sci_arttext


Tópicos do GVA:

http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&amp;tid=5475181539656891205
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&amp;tid=2552037067270817991
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&amp;tid=5515320031979371510
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&amp;tid=5518294408490594521


http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2010/12/dai-o-que-substituiria-mamadeira.html
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2011/01/o-bebe-que-e-alimentado-por-mamadeira.html
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Maternidade e feminismo

Já falei disso aqui e aqui.

Uma das coisas MAIS feministas que já fiz na minha vida foi virar mãe.
A gravidez, o parto e amamentação, toda a maternagem em si, me trouxeram uma visão que nunca imaginei. Todo o processo é intrinsecamente feminino, é o poder feminino, é a força de nós mesmas. Temos que nos redescobrir, descobrir uma força que nem sabíamos.

Precisamos lutar contra uma machismo absurdo de que somos defeituosas e não somos capazes de conceber ou gestar e parir, o machismo de que 'pariremos em dores', o machismo de que não conseguiremos amamentar, o machismo de que somos obrigadas a voltar a trabalhar imediatamente para servir AOS homens. O sistema médico de obstetra/hospital/pediatra decidindo tudo na vida do bebê tira toda e qualquer autonomia da mãe (e do pai). É um sistema em que mães inseguras são alimentadas por médicos e dotôres, para as decisões mais estúpidas e variadas.

O processo de aceitar seu corpo como perfeito, de aceitar que somos TÃO capazes quanto o corpo masculino, que temos todo o direito de nos deliciarmos com o bebê pequeno, que podemos amar imensamente é de um feminismo enorme.

Para mim, não amamentar para 'não cair os peitos', ou não ficar sendo 'parasitada', dar mamadeira pra ficar 'livre', deixar chorando pra 'acostumar' ou não quer ter parto normal para não 'sofrer' é tudo pensamento machista e/ou egoísta: porque o corpo feminino é defeituoso é precisa de ajuda da medicina ou da indústria de leites pra sermos 'iguais' aos homens.  Ser mãe é uma responsabilidade biológica maior que ser pai (na primeira infância), e isso não tem o que fazer.

O único motivo mais plausível é: não querer cuidar de crianças (dã!). Não dá pra ser mãe ou pai pela metade.
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Letra cursiva - obsoleta??

Saiu hoje uma determinação no estado de Indiana (Estados Unidos) que as escolas públicas não são mais obrigadas a ensinar letra cursiva, e focar na proficiência em digitação. Tem uma porrada de links no google, mas tudo em inglês.

Choquei na hora. Fiquei assim: mas hein, como é que vão tirar LETRA CURSIVA? Como uma criança vai crescer SEM SABER LETRA CURSIVA, só usando letra de forma???? Que absurdo.

Aí fui ler certinho as críticas. Muita gente reclamando que as crianças iam ter assinaturas mais 'parecidas' entre si e mais 'falsificáveis'. Ok, passaremos anos a fio obrigando as crianças a aprender novas letras para que as assinaturas (coisa obsoleta e que logo vai sair de moda) delas sejam um pouco mais diferentes. Não, argumento inválido.

Outras pessoas falando que a leitura de documentos históricos manuscritos ficará prejudicada. Pelamor, né, inválido.

Mais uma falando que as crianças não vão conseguir ler letras manuscritas de outros. Será? Hummmmm, pera pera, não é porque eu não escrevo em letra de forma minúscula que não reconheço letras neste formato.

Lembrei que a maior parte de meus colegas escreve em letra de forma, quase tão rápido quanto eu em letra cursiva. Letra cursiva é linda, tem personalidade própria, mas juro, gente, não consegui achar NENHUMA RAZÃO pela qual uma criança precise aprendê-la. É skill obsoleta!

Agora, aparentemente pesquisas indicam que escrever à mão é muito importante para crianças, melhorando raciocínio cerebral e etc. Mas veja: não foi uma diferenciação entre letra de forma e letra cursiva (ambas escritas).

E aí, o que vocês acham? Eu adoraria poderia ser nostálgica e dizer que letra cursiva é totalmente necessária, mas sinceramente, não tenho NENHUM argumento para defender.
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Complicada e perfeitinha - O parto dos humanos

Há algum tempo escrevi uma série de posts sobre a teoria da evolução na nossa vida de mãe (primeira parte, segunda parte, terceira parte). E volto agora, inspirada por um artigo que li ontem mesmo.

Em algum lugar já li (desculpa, não lembro quem) que desde que nos levantamos (nos tornamos bípedes, com quadris mais estreitos e 'tortos' para o parto) e comemos o fruto do conhecimento (ficamos cabeçudos), temos problemas de parto.

O parto é o evento mais humano possível. Somos complicados, e perfeitos em cada uma de nossas imperfeições. Nada mais emblemático do que a necessidade de presença da parteira, para 'aparar menino' - mostra o quão humano é o evento, socialmente e culturalmente. Todos os detalhes, cada um dos itens mínimos da anatomia fazem toda a diferença para toda essa obra da natureza que se tornou nosso parto. O parto é um dos belíssimos exemplos de como a evolução vai ajeitando aresta por aresta, tornando de impossível ao dia-a-dia.

Falem o que quiser, mas analisando toda a história da gestação, parto, amamentação, é claro para mim que o peso da evolução humana foi carregado majoritariamente pelas mulheres. Eu me sinto honrada de ser uma descendente delas, as poderosas.

Com o parto mais complicado de todos os primatas, a gente merecia é muito mais respeito. A gente é foda. E tenho dito.

'The happiest toddler on the block' - parte 2

Continuando o post anterior.... 
Descobri que o DVD se chama 'A criança mais feliz do pedaço'. Não sei dizer se é legendado ou dublado, mas tente comprar na FNAC.



Toddlers NÃO se comunicam como nós fazemos. Esta parte ainda é primitiva e, quanto mais nervoso ele estiver, mais primitiva ficará a comunicação. Não adianta querer falar 'puxa, eu sei que você quer a bola, mas não posso te dar, meu anjo'. Vai entrar assim pra ele 'blablablablablabla', e ele sentirá que você não entendeu e gritará mais. Nada é pior do que se sentir incompreendido. Para ajudar esse ponto, duas regras: a regras do fast-food toddlerese.

  • Fast-food rule (FFR) OU regra do fast-food: Sempre, SEMPRE, sempre, repetir o que ele falar, igualzinho quando o atendente quando fazemos um pedido numa lanchonete. Sempre, atendendo ou não podendo atender. Ex: a criancinha quer suco. Ele pede: 'suco'. Você comenta: 'você quer suco, né?'. Reflita com sua voz e com suas expressões exatamente o que a criança está sentindo, com um pouco menos de intensidade (para não parecer caricatura ou teatral demais). Só dê a sua resposta (sim/não/depois/etc) DEPOIS que a criança demonstrou que você entendeu o que ele quis dizer. É incrível como este simples passo, de mostrar que você entendeu o que ele desejava, evita a maior parte dos escândalos. Tem funcionado cada vez melhor, me arrependo de não saber isso quando tinha o filho mais velho. Quanto menor ou quanto mais brava estiver a criança, mais vezes provavelmente você terá que repetir, ou com mais ênfase. 
  • Toddlerese OU a língua dos toddlers OU criancês: quanto mais novo, ou quanto mais irritado ele estiver, PIOR é a comunicação. O único jeito é falar a língua primitiva deles: poucas palavras, muita repetição, muita linguagem corporal e entonação de voz. É, você vai se sentir meio panaca de fazer isso na frente dos outros, mas funciona tão bem que depois que pegamos o jeito a vergonha de falar assim é bem menor que a vergonha das birras. Ex: Filho pega pacote de bala. Você não quer comprar. Você repete: 'nenê quer bala'. Ele assente com a cabeça. Você explica: 'não pode hoje' (e faz cara de triste). Filho ameaça choro, você repete: 'nenê bala. Nenê quer MUUUUITO bala. Bala, quer bala. Agora, quer bala!!!', mostre com suas expressões e gestos, seja enfática. Repita tanto quanto necessário, ligeiramente menos expressiva que o bebê, você precisa mostrar que entendeu. Faça isso até acertar e chamar a atenção dele, que se sentirá compreendido. Quando se acalmar, explique de novo, com cara mais triste que antes: 'acabou bala, não tem bala. Nenê queria bala, mas não pode bala'. Neste ponto, obviamente a criança não vai estar feliz, mas pelo menos compreendeu. E você escapou da criança se jogar no chão freneticamente. 
Se a criança não está sendo atingida pelos itens acima, você ainda não conseguiu atingir o ponto certo. Tente com mais repetição, menos palavras, mais ênfase, menos ênfase. Treine em casa até ganhar a confiança necessária.


Ah, e se tudo mais der errado, tente a abordagem deste vídeo. hahahahahaha
As regras acima funcionam ABSURDAMENTE bem. Eu me assusto, não consigo acreditar que consigo me comunicar tão bem às vezes, e passar por tantas divergências que com certeza seriam birra na certa.
Parece que quanto maior, melhor fica. Aliás, difícil é entender o que eles querem normalmente rs.

Eu sei que está simplista, e no livro está milhares de vezes melhor explicado, com muito mais detalhes, idéias e tudo o mais. E isso daí são só os primeiros capítulos, ainda tem milhares de dicas para alimentar os bons hábitos, minimizar aquele tipo de situações irritantes e parar imediatamente em caso de quebra de regra muito rígida. Recomendo o livro de olhos fechados. Aparentemente existe uma versão do livro em português, mas me parece que está fora de publicação. Não tenho certeza, mas sempre pode tentar ser encontrado em sebos.

Alguns links zapeados do google:
Segredo de Mãe
Blog do Boock
Mães a obra

Em inglês tem vídeos:
Vídeo com o Dr. Karp (sem legendas)
Outra entrevista com o Dr. Karp (sem legendas)



'The happiest toddler on the block' - parte 1

Primeira pergunta: o que é um 'toddler'? É o nome em inglês para crianças entre 1 e 4 anos. Não tem tradução decente, e uso a palavra original. O título do livro é literalmente 'O toddler mais feliz do pedaço/quarteirão/paróquia' rs. Esse é um livro do Dr. Karp (aquele dos 5S para bebês), e recomendo FORTEMENTE para qualquer mãe e/ou pai, ou qualquer adulto que vai se aventurar com toddlers. Acho que não tem em português (só o DVD), mas nos Estados Unidos e Canadá é super baratinho.


Eu comecei a falar deste livro neste post e um trechinho neste outro



Toddlers NÃO são crianças maiores em miniaturas. Não espere um comportamento de criança maior, elas simplesmente NÃO SÃO CAPAZES disso ainda! Eles são incivilizados e praticamente todo o nosso trabalho pelos próximos anos será lidar com isso. São meninos das cavernas. Nosso trabalho não é ser chefe ou amigo, nós somos embaixadores, fazendo o possível para nos comunicarmos com esse serzinho, explicando o nosso mundo e falando o idioma dele.

Um toddler tem as emoções desbalanceadas, qualquer gatilhos faz com que elas entrem numa completa selva de emoções. Eles não conseguem ficar quietos, é da natureza deles pular, gritar, experimentar, escalar, correr, pular. De alguma maneira muito especial, eles conseguem fazer coisas que nos tiram do sério em milissegundos, provavelmente por itens no nosso subconsciente. Você nunca perdeu a paciência como perderá com seu ogro.

Eles se sentem perdidos nesse mundo adulto. Rotinas os fazem sentir um pouco mais em controle da situação. Eles perdem o dia todo, são menores, mais fracos, menos entendidos, menos tudo.




Amanhã tem mais ... ;)


3

Enfim, 6 anos.


E então, 6 anos atrás eu tinha um recém-nascido, muita coragem e pouca informação.


Nem consigo acreditar que faz tanto tempo.
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Mãe, sabia que cu não existe?

Pois é, Gabriel veio me contando isso.

E eu MASCOMEQUIÉEEE????

- Mãe, não existe cu. Só tem CA, QUE, QUI, CO e não tem CU.

Mereço, viu? rs

Mamãe eu quero mamar!

Correndo entre uma aula e outra, gente, AVISO!!!!

Vocês viram que FANTÁSTICO a comentário do CQC sobre o mamaço??

http://sindromedeestocolmo.com/2011/06/os-cretinos-do-cqc-e-suas-imbecilidades-sobre-a-amamentacao/

Já ficou puta da cara? Achou lindo mandarem dar mamá no BANHEIRO? Que mulher amamentando, claro, quer se exibir.

Aí vem a crítica:
http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2011/06/cqc-anti-amamentacao-vai-pra-pqp.html

Atentem-se nos comentários que o Marcelo Tas AMEAÇA a Lola de processo! Gente?
Quer protestar? Quer ir no mamaço nacional domingo agora?

https://www.facebook.com/home.php?sk=group_183265728389220&ap=1

Sinto muito, mas nas palavras de Dave Allen sobre amamentação em públic: 'Anybody offended by it is staring too hard'. Tradução livre: qualquer um que se ofenda está olhando MUITO atentamente.

Parto em casa

Born at Home from Kat Small on Vimeo.


Minha doula repassou esse vídeo no facebook, e é lindo de verdade. Eu sei que as falas são em inglês, mas são tão poucas frases que não faz diferença saber ou não.
Mostra um parto em casa, do terceiro filho de uma moça. Doulas, parteira, filhos mais velhos, o pai, todos acompanhando e dando apoio à mãe.

Notem claramente como o corpo da mãe conduz o processo sozinho, com maestria. Notem que o trabalho de todas as outras pessoas é esperar, é amparar. O corpo, sozinho, faz tudo - e essa é a parte mágica.
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A busca de minha palavra

Sou uma apaixonada por leituras. Leio, leio, leio, no orkut, facebook, blogs, twitter, livros, revistas, qualquer papel é motivo ou desculpa. Em qualquer uma dessas trilhas, eu li um texto sobre a busca da sua própria palavra; lembro-me de o narrador/narradora explicar que encontrar sua própria palavra, aquela que nos pertence, que nos descreve, era libertador.

Esqueci autor, esqueci mídia, esqueci o título. Mas a busca continuou inquieta, ali numa sementinha que brotou e uma hora me deu um fruto. Sou única: mas quem não é. Sou concisa, sou direta, sou profunda, sou espontânea, sou feminista, sou leve. Mas nenhuma dessas palavras me faz jus.

Sou intensa.

O resto é consequência. 'Prefiro ser essa metamorfose ambulante', e tudo o que eu disser tem prazo de validade de 3 anos a partir da última vez proferida. E não ofereço garantias.
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Minha terra não tem palmeiras nem sabiá

Sou leve, prática e concisa. Direta ao ponto, sem muitos rodeios, falo o que julgo necessário. Talvez seja má muitas vezes, mas nas demais outras sou apenas mais direta do que maior parte das pessoas está acostumada. Esse meu jeitinho nada-delicado-de-ser tem seu preço e suas vantagens, e parece-me que simplifica a vida, além de ser tremendamente engraçado.

Na minha terra, não é não. Dizer não querendo dizer sim ou por educação é algo que me foge à lógica e ao minimamente decente. Aceitar algo por educação é bobo, inútil e gasta apenas o tempo e energia dos envolvidos. Exemplo?

'Quer provar um pedaço do bolo?'
Se você quer, pegue. Prove. Vergonha pra que? Se estiver de dieta, com alergia, com medo da procedência, não pegue. Diga não, agradeça e fim. Uma amizade vai se queimar por isso? Por um pedaço de bolo?

Dizer 'não' não dói. E não deveria doer também ouvir que alguém não pode lhe atender, ou que não atende a todas as suas infantis expectativas. Sério. O que dói é ser ignorado.


P.S. Vocês notaram que toda numa vibe de identidade? Deve ser a lua rs.
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Quem eu sou?

Eu tenho um post programado para quarta feira, mas antes disso pergunto:

Como vocês me descreveriam?
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A minha não-páscoa

Como sou preguiçosa hiper mega master-mór, e não somos cristãos, e não somos (muito) consumistas, a gente não faz nem páscoa nem natal. Assim, dia normal, vida normal de bagunça todo dia.

O mais curioso é que como todo o resto do mundo alimenta essa coisa de coelho da páscoa e papai noel (TV, outdoors, família, escola), eles não se diferenciam do resto nisso. Alguma coisa foi comentada por mim neste post do bule voador, e mesmo em setembro do ano passado perguntei ao mais velho: coelho da páscoa existe? Engraçado como a questão de 'existir' não é uma resposta de sim e não, para ele era uma questão de contexto para existir. Coelho da páscoa só existia na música, segundo ele.

Os avós paternos dessas crianças esse ano mandaram um CARREGAMENTO de ovos de chocolates, de todos os tamanhos e sabores (vou virar uma bola). Inclusive, minha sogra mandou alguns com  detalhes de coelho, pintados ou recordados. Gabriel ainda chega em casa e fala: 'a vó colocou esses coelhos só pra eu pensar que foi o coelho da páscoa que me deu os ovos'. Fiquei meio chocada, mas né.

Nunca falei que não existia, mas nunca fui perguntada. E aos quase 6 anos, realmente a fase da imaginação tem desbotado a olhos vistos, com ou sem minha ajuda. Mas hoje ele diz que coelho existe. Assim, sem maiores disclaimers. Aguardemos cenas dos próximos capítulos rs.
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Palavras de comerciais infantis

Eu sei que é em inglês, mas eu achei fantástico.

Uma moça levantou as palavras principais dos comerciais de brinquedos direcionados aos meninos e às meninas. O resultado é óbvio.

http://www.achilleseffect.com/2011/03/word-cloud-how-toy-ad-vocabulary-reinforces-gender-stereotypes/
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Carrinho ou não carrinho, eis a questão

Dona Ela me perguntou sobre o carrinho, porque e como não usei.

Com o mais velho eu tinha o carrinho, usei um tempo pra ele dormir do lado da cama (como se fosse um bebê conforto, moises, colchão no chão, etc) e depois usava para dar volta na quadra pra fazer o menino dormir. O carrinho se destruiu rapidamente com as calçadas malditas que temos por aqui. Usava o canguru para carregar o menino de modo mais razoável (não conhecia o sling), e olhe, usei ele até não aguentar mais. Com dois anos, não tinha mais canguru e nem por sonho que eu ia ficar carregando aquele trambolho daquele carrinho: ele ia andando.

Com o mais novo, eu conheci o sling. O meu mais velho tinha 3 anos e meio, então sempre achei MUITO mais prático que ele fosse andando que qualquer outro jeito. Então, era um no sling e outro na mão. Parece bem mais simples que sling e carrinho ou carrinho duplo. Mas também é fato que eu não andava mais que 4 ou 5 quadras seguidas com eles, pegava ônibus ou evitava. Se o mais velho pedia colo, eu falava que não podia, mas oferecia um abraço ou deixava que descansasse um pouco.

O mais novo morou no sling durante os 5 primeiros meses, só tirava a noite. Então, comprei mais um pra poder lavar mais facilmente. O Leozinho ficava tão tranquilo lá dentro que não tinha problema quase nenhum de atender o mais velho, ou levar pra passear, ou fazer compras de frutas/verduras: era praticamente como estar grávida de novo.

Nem todo mundo gosta desse arranjo, tem gente que prefere levar o carrinho para passear, mas eu acho que não vale a pena: meus bebês nunca ficavam mais que uns minutos ali dentro, é enorme pra ficar em qualquer lugar, atrapalha nas calçadas, ruas, ônibus, é grande pra colocar no carro, fica longe do nosso olhar e mão, e tem sempre um idiota mexendo no bebê: em suma não vale a pena. Se eu andasse de carro com os meninos ao invés de ônibus ou a pé, aí que não carregaria aquilo MESMO.

Pra quem tem gêmeos, aí pode complicar; talvez eu usaria um carrinho (daqueles 'umbrela') e um sling, variando entre um e outro. Não sei, não sei, difícil analisar. Não compre agora, se sentir falta pegue depois.

'Deu positivo, e agora?'

Para D. 


Tem uma coisa que já aconteceu com todas as mães 'não-planejadas': é a sensação do mundo ali se abrindo, na tua frente, diante daquele positivo. Seja no exame de sangue ou de farmácia, é assustador ver aquele resultado. O sentimento pode ser simplesmente descrito com a frase (perdão o francês) 'FODEU. E AGORA?'.

E agora? Eu tenho uma frase para esse tipo de situação: 'O tempo arruma o que eu não consigo arrumar. E vice-versa'. Uma gravidez é o típico 'problema' que o tempo resolve, que o tempo modifica.
Grávidas são intensas, vivem tudo intensamente. Se estão tristes,estão MUITO tristes; se estão deprimidas, estão muito. Se choram, quase formam um rio de lágrimas.

Se tenho uma dica? Chore, chore muito. Se desespere, se sinta mal. Por um, dois dias, uma semana se precisar. Vá atrás de amigas, pessoas para conversar, gente que esteja disposta a ouvir ao invés de te falar que você é boba ou que não é um problema grande. Encontre um grupo de gestantes, um GAPP, uma doula.

O primeiro trimestre costuma ser bastante complicado nesse aspecto, é o tempo de se descobrir grávida e encarar essa nova vida. Bem vinda.
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Tô gráaaaaaavida

Geeeeeeeeeeeeeente, vocês acreditam nisso???????





























Nem eu, brinks, primeiro de abril.
Passando por aqui pra avisar que amanhã eu volto! \o\
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Tá tudo errado

Se a gravidez precisasse de registro na Anvisa, com certeza seria reprovada. A quantidade de efeitos colaterais é muito grande, além da incidência ser super alta....
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Meu pediatra mandou...

Ah, quer um título de tópico que me arrepia os cabelos da nuca é as 'mandações' de médico. Argh, que é isso, médico tem a CAPACIDADE de mandar e desmandar? A gente tem 3 anos pra ter que obedecer?

Aliás, se ele tem diploma e pode mandar e desmandar, eu tb tenho. Pelo seu próprio bem, NUNCA mais use o internet explorer. #bjmeligafui
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Pirações de Gabriel

Biel agora tem um vizinho-amigo. Os dois estão no maior unha-carne, e não se desgrudam.


Ontem fui buscá-lo pra tomar banho e dormir, ouço a pérola:

'Mãe, eu quero morar aqui'.
'Filho, vc tem que morar com a sua família'.
'Mas eu quero que eles sejam minha família'.
'Filho, família não dá pra escolher!'
{bravo}'Dá sim, mãe!!! Eu quero mudar de família'.
{suspiro}'Filho, então você vai ter que falar com deus, porque eu não consigo mudar isso'.

Tá, ele ficou irado rs, mas foi engraçado!
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Não sei

Não sei esperar, não sei ser pela metade. Não sei ser moderada, não sei ser delicada.
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Tutorial feed RSS

Se vc sabe o que é isso e já me segue, pule esse post. 

Eu sei, eu sei que a maioria das minhas leitoras tem vontade de falar assim pra mim:

Escuta, rola você me avisar quando sai um post novo nesse barraco? Porque né, a frequencia é caótica, ou você cria um todo dia ou um a cada mês. Eu não vou lembrar desse site cor-de-arco-íris todo dia. 

Aí eu respondo que a melhor coisa desse mundo blogosférico é o Leitor de RSS. Existem vários, eu uso o google reader. Se joga lá:
http://www.google.com/reader/

Você vai ter que se logar em alguma conta do google (e se você esteve numa masmorra nos últimos 5 anos, pode criar uma conta nova) e provavelmente clicar em meia dúzia de 'autorizo', 'OK' e coisas assim.
E de repente, aparece uma janela mais ou menos assim:
Clique para abrir grande em outra aba

No menu do lado direito não deve ter quase nada. Por outro lado, no corpo da página (a parte central) deve ter 109732197231923 de coisas que você não faz idéia de porque estão lá. A saber, elas provavelmente foram indicadas por algum contato seu, mas como você provavelmente não vai ter saco de ler tudo, escolha 'Marcar tudo como lido'.

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E agora você está livre para assinar coisas!
Então, vc tem várias opções. A primeira é ir no botão 'Adicionar inscrição'; aparece um popup para preencher com o blog. Aperte 'OK' e veja esse site aparecer na lista de inscrições:

Clique para abrir grande em outra aba


Outra maneira de seguir blogs de plataformas convencionais (blogspot/blogger, wordpress, etc) é apertar o botão 'Seguir' que sempre tem no menu de cabeçalho ou no corpo do blog. No meu blog, fica do menu do lado direito:
Seguir 'publicamente' quer dizer que sua fotinho vai aparecer ali (se vc preencheu o cadastro todo do blogspot/conta google) e eu vou saber que vc está me seguindo (ai que medo, stalkers). Nada mais que isso, ok?

O meu bloguinho vai aparecer na tua lista de 'Blogs que estou acompanhando', que fica numa subpasta de 'Inscrições'.
E aí, vc pergunta? O que acontece?
Acontece que vc vai agora e cadastra TOOOOOOODOS os sites RSS/blogs e tudo o mais no seu google reader. Todos. E toda vez que tiver algo novo no site, vai aparecer aí no teu google reader. Ao invés de vc ir um por um, tudo vai aparecer no mesmo lugar - tem o link pro post original, também.

E pronto, seja uma pessoa feliz com milhões de sites do reader como eu. Você só vai xingar muito quando encontrar uns sites que só fornecem o 'começo' do post, te fazendo obrigatoriamente clicar no post original para ler na íntegra. Mas eu sei que configurar o seu blog pra publicar pedaço do post faz cair o dedo - se você tem um blog, corre lá agora. Verifique se as pessoas estão te xingando ou te amando: no blogger, a configuração é aba 'Configuração'/ sub-aba 'Site Feed', 'Permitir feeds do blog'. Deixem 'completa', seus seguidores serão pessoas mais felizes.

O google reader não é o único reader RSS que existe: mas é o meu preferido! Eu google reader. 

Se você ainda não tá satisfeito de ter que ir no google reader frequentemente, tem outras opções mais preguiçosas. Mas precisa ser um pouco mais avançado daí.
Logado na conta do google, vai lá em http://www.google.com/ig ou http://igoogle.com/. Tá vendo que legal? Uma página do google pra você configurar do jeito que você quiser, cheia de tranqueiras.

Clique para abrir grande em outra aba



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Alices

Fiz uma busca e me surpreendi que nunca comentei disso. Se você esteve fora da internet pela última década, aí vai uma super dica.

O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que deveria tratá-lo com respeito.

"Gatinho de Cheshire", começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais. , "Acho que ele gostou", pensou Alice, e continuou. "O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?"

"Isso depende muito de para onde você quer ir", respondeu o Gato.

"Não me importo muito para onde...", retrucou Alice.

"Então não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.

"...contanto que dê em algum lugar", Alice completou.

"Oh, você pode ter certeza que vai chegar", disse o Gato, "se você caminhar bastante."

"Alice sentiu que isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.

"Que tipo de gente vive lá?"

"Naquela direção", o Gato disse, apontando sua pata direita em círculo," vive o Chapeleiro, e naquela, apontando a outra pata, "vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira, os dois são malucos."

"Mas eu não quero ficar entre gente maluca", Alice retrucou.

"Oh, você não tem saída", disse o Gato, "nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca."

"Como você sabe que eu sou louca?", perguntou Alice.

"Você deve ser", afirmou o Gato, "ou então não teria vindo para cá."
Alices não necessariamente são más, ou um modelo de anti-mãe. O grande problema é que vivem alienadas, no país das maravilhas. No mundinho cor-de-rosa, o Gato poderoso decide o caminho, porque ela não sabe para onde quer ir. Não toma as rédeas da vida, só quer ter o quartinho do ano na revista da moda.

Não costumam ser más, mas costumam ser burras e/ou ignorantes.

Depois de cruzar o rio

Eu sempre falo que algo de muito forte acontece quando a barriga deixa de ser um filho, e aquele tiquinho de gente fica ao alcance de nossos olhos e braços.


E a parte mais engraçada de tudo é que nem parece que fez diferença mas ali, naquele momento, a gente atravessou aquele rio - e não tem mais volta. A inocência, a teoria, todos os planos feitos na margem direita não são mais do que sombras pro que a gente vai de fato enfrentar; não existe nada que nos prepare para a vida, então entre sem muitos preconceitos. Há o ditado de quanto maior o vôo, maior a queda - e se aplica.

Não fantasie muito, não planeje muito, não idealize muito. Às duas horas da manhã, quando seu filho já tiver acordado toda a vizinhança, suas convicções vão ser testadas em toda a sua extensão.

Chupeta, mamadeira, escolinha, babá, avó, comidas, leite materno, TV, volta ao trabalho. 'Birra', choros, brinquedos, correrias, falatório, andador, suco, doces. Que atire a primeira pedra a mãe que não descobriu que na prática, a teoria é outra. 

Se querem minhas dicas: leia, leia todas as boas fontes - elas serão seus guias, o que vai lhe reassegurar que tudo vai dar certo. Confie em si mesma, confie no seu bebê: vocês vão dar um jeito. Não se cobre muito, mas faça o seu melhor. Se não der certo, tente de outro jeito. E se tudo o mais der errado, lembre-se: até os 18 anos ele vai se ajeitar. Não existe segredo. Não dá pra estragar um bebê, e ele precisa nesse momento de você como nunca mais precisará.
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Criatividade total

Ai, ando numa indisposição para escrever aqui.

Sem idéias que não sejam óbvias, sem paciência.

Deixo vocês com uma pessoa muito mais inspirada, o Gabriel.

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