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Irmãos mais velhos e irmãos mais novos

Eu fui irmã mais velha. Meu irmão é quatro anos mais novo.
Tenho dois meninos, com diferença de quase 4 anos.
Então, vou tentar elencar as vantagens e desvantagens de ser mais velho ou mais novo.

E vou colocar aqui que nem nenhuma das duas eu tive experiência com filho predileto, somente mesmo a diferença de idade.


Primogênitos

Vantagens:

  1. Você tem ANOS de dedicação exclusiva. Só você.  
  2. Seus pais vão cuidar da sua alimentação, vão aplicar todas as teorias lindas, não vão te deixar vendo programas impróprios pra sua faixa etária. 
  3. Os pais tendem a confiar mais tarefas e dar mais liberdade pro mais velho (a gente tá muito ocupado tentando fazer o resto funcionar....)
  4. Você é mais velho. Você sabe negociar e se expressar cinco vez melhor que o caçula. 
  5. Você é melhor nos jogos e sempre vai ganhar. 
  6. Você é o líder, define as brincadeiras e as regras quase sempre. As escolhas são copiadas pelo caçula.  

Desvantagens:
  1. O choque da chegada do irmão. Dá a sensação que não somos mais tão amados. 
  2. Você tem que dar exemplo e você é cobrado disso.
  3. Cobram mais responsabilidade de você. 
  4. Seu irmão é um ogro, quer sempre estar com você, parece chiclete.    
  5. Inevitavelmente você vai ser afetado pelos castigos aplicados no irmão. 
  6. Você tem que deixar o irmão mais novo ganhar de vez em quando. 
  7. Seu irmão vai quebrar seus brinquedos. 

Caçula

Vantagens:

  1. Você já nasce com companhia pra brigar. Seu irmão é digno de adoração. 
  2. Seus pais já não são desesperados.
  3. Você tem direito de ser ogro por mais tempo, afinal é o mais novo.
  4. Você ganha oportunidade de brincar de coisas muito a frente da tua idade.  
Desvantagens:
  1. Existe sempre a sombra do que o irmão mais velho já fez pra comparação. 
  2. Você começa a comer pizza com 1 ano e ver Ben 10 com 3 anos. 
  3. Sua rotina como bebê é tipo.. CAÓTICA. 
  4. Você herda mais roupa do seu irmão do que você gostaria rs. 
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Vídeos bacaninhas de educação

Nós fomos feitos pra aprender (em inglês, sem legendas)
As escolas acabam com a criatividade?

Tecnologia pra mudar educação?

Bebês e aprendizado
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Coletânea de links sobre bilinguismo

Eu não consigo elaborar um post que resuma a essência dos links abaixo. Então vou me limitar a colocar os links abaixo, e espero com todo o cuidado que você volte aqui e leia o máximo que puder.


Curioso perceber que idioma é uma ferramenta, e culturalmente definida. Porém uma ferramenta não é neutra, pelo contrário.
E talvez por isso que você encontrará palavras em um idioma que literalmente não existem em outro.
E isso definitivamente explicaria porque temos aqui a palavra para designar 14 dias e em português, para 15 dias.

(Joga no google "tools are not neutral" e você terá uma enxurrada de textos falando sobre o mito da neutralidade tecnológica. Aproveita e leia sobre o mito da neutralidade científica, é coisa linda.)

Eu tenho a impressão que línguas latinas são mais expressivas para sentimentos. Por que somos mais sentimentais ou será que o idioma nos ajuda a ser mais expressivos nos sentimentos?

Ser bilíngue muda o cérebro. O idioma muda o cérebro.

http://www.edge.org/3rd_culture/boroditsky09/boroditsky09_index.html
HOW DOES OUR LANGUAGE SHAPE THE WAY WE THINK?

http://www.nytimes.com/2012/03/18/opinion/sunday/the-benefits-of-bilingualism.html?_r=2&src=tp&smid=fb-share&
Why Bilinguals Are Smarter

http://www.nytimes.com/2011/05/31/science/31conversation.html?_r=1&smid=fb-nytimes&WT.mc_id=SC-SM-E-FB-SM-LIN-TBA-053111-NYT-NA&WT.mc_ev=click
The Bilingual Advantage

E não importa o quanto a vizinha ou qualquer completo desconhecido lhe fale, a PIOR coisa que você pode fazer para o bilinguismo dos seus filhos é alternar idiomas.
As pessoas no geral são desinformadas. Professores, pedagogos e vários outros profissionais da educação só falam bosta disso aí. Faça cara de alface e ~continue a nadar~.

Referência fantástica é isso aqui:
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/

Se você não tem filhos, eu recomendo os posts pelo menos:
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/02/adocao-internacional-e-bilinguismo.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/11/bilinguismo-de-volta-ao-futuro.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/10/o-sistema-de-ensino-ingles.html

Linguagem é parte da nossa cultura, nossa identidade. Linguagem é uma ferramenta intimamente ligada à nosso emocional, às nossas memórias, às nossas relações com outras pessoas.


Se você tem filho nas gringa faça um favor a você mesmo e leia pelo menos os posts abaixo.
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/02/sistemas-linguisticos-domesticos-que.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/11/criancas-bilingues-e-o-valor-das.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/11/criancas-bilingues-e-o-valor-do.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/01/bilinguismo-passivo-quando-crianca-se.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/01/bilinguismo-e-atraso-no-desenvolvimento.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/01/bilinguismo-e-o-periodo-pre-natal.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2012/10/mais-10-dicas-para-criar-filhos.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/03/23-dicas-sobre-bilinguismo.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/12/autora-convidada-madalena-cruz-ferreira.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2012/02/atraso-no-desenvolvimento-da-fala-nas.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/08/devemos-usar-apenas-uma-lingua-com.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/03/o-segundo-filho-tem-menos-chance-de-se.html


Culturas, crianças e linguagem.
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/04/third-culture-kids.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2012/01/mudancas-de-pais-e-identidade-das.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/05/biculturalismo-como-culturas-se.html


Quer acompanhar a vida dois pacotinhos de trilinguismo?
http://flaviamandic.blogspot.com.au/

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E a vida australiana, como tá?

Tá ainda virada dos avessos.

O Gabriel começa enfim na escola. Estou com o coraçãozinho apertado, apertado.
Um dia desses eu volto pra fazer um post sobre bilinguismo, e sobre como os ogrinhos estão :)
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Paçoca na gravidez

Não sei como, mas MUITA gente pesquisa se pode comer paçoca na gravidez.

Sério. É amendoim, açúcar e gordura. Saudável que não é, né, mas vai ficar 9 meses sem paçoca morando no Brasil?

Não né. Quer comer, coma. Mas pouco rs.

Maternagem: the aussie way

Pra quem não sabe o motivo do meu sumiço neste blog, segue o link da explicação: http://cangurusalbinos.blogspot.com.br/

Nesse um mês de Austrália, eu tenho prestado muita atenção à essas 'coisas de crianças'.
Acho que pouca coisa é mais dita nesse país que o 'no worries, mate'. Acho que o jeito que as crianças são criadas tem um reflexo disso, além do estilo de vida 'ao ar livre' que esse povo tem. Sair com bebê e uma malinha minúscula é um desapego que me surpreende. Incrível a falta de sling! Vou abrir filial rs. 

É normal ver famílias bem grandes. Embora seja bem comum encontrar pai com bebê ou criança, normalmente quando chega à duas, três, quatro ou cinco (!!!) crianças, normalmente estão com a mãe. E todos em idades próximas. Carrinhos duplos, ou com espaço pra 'carona' não são nada incomuns. Os australianos não se prendem em casa, independente da quantidade de criança que eles tenham. Pub, café, trilha. Não faz diferença, nem se está chovendo ou frio. E não se vê 'caras feias', as crianças são de fato aceitas naquele ambiente, mesmo que estejam correndo, falando alto. 

As crianças são criadas bem soltas. Até pros MEUS padrões, que já estavam no limite do 'relaxado' no Brasil. Existem muitos 'parques', qualquer trechinho de grama ganha um playground bem cuidadinho.

Eu não sei como ou porque, mas as crianças são muito menos 'suicidas' que as que temos no Brasil. Sim, elas são bem menos dadas a aprontar as travessuras, entrar onde não devem, pular para onde vai machucar e tudo o mais. Ainda bem, porque estão soltas mesmo, pense o estrago. Quero só ver meus meninos por aqui!!! \o\
Eu digo que os aussies tem vários porque deve perder uns pelo caminho! rs.

Interessante também que as meninas são 'meninas' até bem tarde. Meninas de 12 anos são bastante infantis, sem esmalte, batom, sandália de salto. (Bom, mas entre os 12 e os 18 anos alguma coisa bizarra acontece!!!!!)

Aparentemente esse estilo 'no worries' funciona. Ok que coisa comum é ver bebê solto, engatinhando em lugares nojentamente posicionados, mas a dose de vitamina S (sujeira) aqui é alta.
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Pé no acelerador.

Então que eu sou uma pessoa sem noção. Completamente sem noção.

Eu acredito que, quando a gente tem filhos, a gente perde muitos luxos. Um deles é não ser feliz. Simplesmente eu não posso de dar ao luxo de não ser o exemplo para meus filhos. Eu preciso mostrar que se deve ser feliz, que os sonhos devem ser seguidos, que não se pode ter medo do que  os outros pensam ou as regras lógicas dos outros.


Eu tive filho pra botar o pé no acelerador, não no freio. Eu faço nessa vida o que eu acredito que é o melhor - é o mínimo que meus filhos merecem, um exemplo de como a vida deve ser.

Aquela cara de alface

Você e toda a internet está em polvorosa por conta da revista time e sua matéria sobre 'Attachment parenting'. Quer saber? Eu tô alheia. Tô ocupada jogando minha vida pro alto. 

Fica a dica de blog:

'Ai, colocar bebê pra dormir na cama dos pais é óbito do sexo'
'Apanhei e agradeço muito'
'Só um tapinha, tem mesmo que educar'
'Nossa, três anos e já sabe escrever e a tabuada'
'Tem que deixar chorando pra aprender'
'Bom é cesárea, que não doi nada'
'Leite do peito pra que, o da latinha é ótimo igual'
'Não deixa no colo senão fica mimado'


Nessas horas, minha gente, só ela salva. 

A cara de alface. 
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Memes epic win

Pra quem ainda acha que internet é coisa besta, vai lá minha opinião: http://youpix.com.br/colunistas/pelo-direito-de-usar-o-corrao/


E aí que vcs conhecem o Nyan Cat, certo?



E olhe o que foi desenhado ONTEM pelo meu filho:



!!!!!!!!



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Generalizações: manuseie com cuidado, inflamável

O poder de abstração é certamente uma de nossas maiores característica como humanos. Criancinhas muito pequenas, nas primeiras palavras, já consegue ligar claramente um desenho ao item da vida real, por mais estilizado que o desenho possa ser. Bebês humanos nascem assim, com essa função de detecção de padrão e repetição ligada ininterruptamente. Uma coisa é clara: a gente nasceu é pra achar padrões. Nosso cérebro funciona baseado nisso! Nossos argumentos, experiências de vida e tudo o mais.

Mas isso é lindo até determinado ponto. Generalizações são meio que ODIADAS VEEMENTEMENTE por 98.7% dos adultos alfabetizados (invenções de estatísticas, quem nunca?). E pra concluir antes de começar, vou dizer que tem uma puta dose de umbiguismo nisso aí (sim, é óbvio que isso aí é a minha opinião, ia ser de quem, do meu vizinho?).

Generalizações vem em caixinhas mais ou menos assim: 'cadeiras tem 4 pernas'. O que isso significa? É o nosso cérebro fazendo um agrupamento de todas as cadeiras que vimos na nossa vida toda, faz um balanço, tira os pontos extremos, e gera uma frase que se aplica na grande parte dos contextos gerados. Aí, nossa excelentíssima cadeira elaborada pelo Oscar Niemeyer tem uma perna só (vai por mim, ele faz ser possível); obviamente, como todos os objetos falam, esta cadeira, adepta do cadeirismo livre, começa:

'O QUE??? COMO ASSIM, QUE GENERALIZAÇÃO É ESSA?? EU NÃO SOU CADEIRA, ISSO???? QUE ABSURDO, ISSO AÍ É PRECONCEITO CONTRA CADEIRAS-SACI!!!!'

Aí você tem que ficar toda toda pisando em ovos, pra poder falar que 'a maior parte das cadeiras tem 4 pernas' ou 'as cadeiras tem a tendência a ter 4 pernas'. Esta cadeira, num ímpeto de quem não curte estatística, deu xilique porque o umbigo dela era grande demais para reparar que, olha só, ela pode ser exceção e/ou menor parte. E a generalização inclui e não exclui! 'Cadeiras tem 4 pernas' é totalmente diferente de 'TODA cadeira tem 4 pernas'. Lógicas como 'se eu não tenho 4 pernas não sou uma cadeira' ou 'se eu sou uma cadeira tenho 4 pernas' são toscas, erradas, absurdas.

Existem então dois problemas: generalizações erradas mesmo (exemplo: negro é ladrão. Daonde isso?) e gente que extrapola coisa que não devia das generalizações. Quer ver eu nem mexer a pestana com generalizações corretas?

'Mulheres são mais emotivas que homens' - ah não, cejura?
'Mulheres escolhem áreas de saúde ou humanas' - né? Vou discordar se sou a ÚNICA programadora da sala?
'Mulheres falam mais que homens' - deve ser verdade, eu pelo menos FAÇO MINHA PARTE! hahahaha

Muitas vezes as generalizações NÃO são verdadeiras dependendo do contexto. Toda nossa experiência pessoal, por mais importante que seja, não representa o mundo. Representa a realidade mais parecida conosco - a gente só convive com quem é parecido conosco. Sempre é justo questionar se a generalização se aplica, porque de algum modo ela muda os caminhos dos pensamentos. Exemplos:

'Amizades femininas são falsas' - sério que vocês vêem isso? Não chega nem perto do que eu vejo desse lado
'Mulheres são fúteis' - gente, pode ser. Deve ter muita gente fútil nesse mundo. Mas será que numa porcentagem pra podermos generalizar sem ofender os dados mais que o normal?


Eu adoro generalizações, simplifica o pensamento, nos ajuda a compreender mais, nos dá diretrizes caso reencontremos esses padrões. Não precisa ser Einstein pra notar que as generalizações não nos representam individualmente, mas dá pra fazer um esforço e olhar o todo? Rola perceber que a gente é parte da coisa - e não a maior parte? Rola se aproveitar da generalização correta para identificar padrões em outras pessoas?


O ponto é: e aí, a gente tem generalizações razoavelmente corretas (i.e. - devem representar mais de 90% das situações). O que fazemos a partir de então?

Por que as mulheres são mais emotivas que os homens? Alguém ainda vai ficar de palhaçada dizendo que é por causa dos hormônios ou vamos aqui de mea culpa assumir que nós como sociedade criamos meninos e meninas de maneiras diferentes?
Por que as mulheres são as que param de trabalhar quando se tem crianças em casa? Por que o homem é escolhido como tendo mais potencial no emprego? Por que as mulheres ganham menos que os homens?

Não tenho nenhum nenhumzinho problema de assumir que as mulheres são biologicamente diferentes dos homens (helloooooooooow, não matei essa aula porque era de reprodução humana! Aprendi muito bem essa parada). Agora nós temos um monte de mulher que culturalmente é diferente dos homens, e que nota-se que a gente tem que fazer algo. Generalizações são amigas - podem servir de ponto de partida pra mudança - e não -comida- algo a odiar.

Ah, pra lembrar porque nunca é demais: a gente não quer direitos iguais, a gente quer direitos IGUALITÁRIOS.
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8 de março - quero minha cota em chocolates

Daí que eu amo chocolate. Adoro. Não carece desculpa pra me dar um chocolate, não! Mas se a pessoa do outro lado preferir ter uma desculpa qualquer, eu aceito. Dia de quem já teve gato preto? Aceito. Páscoa? Aceito. Primeira segunda-feira de abril? Aceito. Chocolate é presente certo e que não há contraindicação.

Então, a cada 8 de março, tem aquela forçada de sorriso amarelo, e parabéns esquisitos. Parabéns por eu ser mulher? Bizarro. Porque eu não ESCOLHI ser mulher, eu não fiz nada para isso. Eu nasci assim, e do mesmo jeito que ninguém me dá parabéns por eu ser branca ou ter miopia; ou quem sabe, por ter lindas mãos.

A gente não queria exatamente receber parabéns por ser mulher. E fica super chato aquele tipo de 'elogio' que a gente preferiria não ter que ouvir. Exemplos:

  • Parabéns por trabalhar fora e ainda dar conta da casa e da família: gente, cadê a outra parte do casal, digamos, a parte que não é mulher? Casa e família é só da mulher, isso? 
  • Parabéns por conseguir gerar vida, o bem mais belo: ok, só é mulher se for mãe, senão não merece homenagem? 
  • Parabéns por ser sempre linda e vaidosa, delicada e bela, etc: quer dizer, mulher só é relevante se for bibelô pra enfeitar a sala. Só faltou o quietinha. 

Eu peço que todos olhem todos esses mil parabéns com um simples olhar: mulher só é elogiada se for delicada, bonita, vaidosa, boa amante e mãe? Que é a mulher-maravilha, com dupla, tripla jornada? Mulher solteira e sem desejo de ter filhos não merece parabéns? A data é para ser uma data FEMINISTA, ativista, e não de parabéns forçados. Lembrem-se que feminismo é aquela idéia radical que mulher também é gente.

Vou aqui fazer o meu parabéns. Hoje, eu acho que todas as mulheres batalhadoras merecem um grande e enorme parabéns. A lista é ilustrativa e de modo algum tem a pretensão de ser exaustiva.
À todas as mulheres que assumem seus filhos, à todas as mulheres que enfrentam nosso sistema obstétrico, à todas as mulheres que enfrentam os assédios nas ruas, à todas as mulheres que se sentem deslocadas no trabalho. Àquelas aguentam piadinhas machistas no trabalho, que tem sua competência questionada pela sua aparência. Para todas as mulheres que  À todas as meninas que lutam para ter uma vida sexual bem resolvida, à todas que não querem casar, à todas que não querem ter filhos, à todas que questionam a vida, que estudam, trabalham, que batalham por um lugar ao sol.

(Para todas as mulheres que sofreram violência obstétrica, por favor, passe no blog da Cientista Que Virou Mãe e veja o teste e também a pesquisa dela. Contribua. Precisamos combater esta violência contra a parturiente que acontece no Brasil todo.)

Aos homens que estão juntos conosco, que nos respeitam como ser humano, um muito obrigado.

Então, a partir de hoje vai ser assim: cada conhecido que falar uma frase machista, me deve um chocolate. Pelo menos não passo mais raiva! Tomara que eu não engorde demais pelo meu bem e da felicidade geral da nação.
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Saber ouvir 'não'

Eu não sei jogar muitas coisas. Video-game é uma delas. Outra é o joguinho do sim-ou-não. Você fala 'não' querendo dizer 'sim', torcendo para que o interlocutor insista e esqueça o seu 'não' - viceversa, versavice. Tudo muito complexo, elaborado, e tri embaralhado, desisto 3 dias antes de conseguir começar.

E que no meu mundinho, 'sim' e 'não' são palavras binárias. E são sempre respostas plausíveis para perguntas. Exemplos práticos:

'Quer ajuda?'
'Quer mais macarrão?'

Perguntas que enfim, podem e devem ser feitas à crianças. Crianças, por conta de sua comunicação e habilidades sociais diferenciadas, não vão conseguir expressar seus sentimentos em forma de palavras. Logo, manda a boa educação que você, a pessoa equilibrada, madura e sensata da relação pergunte. Às vezes a gente, na pressa e na falta de costume, esquece. Mas faça um esforço, vale a pena. 

'Você quer que eu amarre o seu tênis?'
'Você quer que eu corte a carne?'
'Você quer ajuda para montar o quebra-cabeças?'
'Posso te pegar no colo?'
'Posso te abraçar/beijar?'

E mais importante do que perguntar (afinal, uma criança AINDA é uma pessoa), é aceitar a resposta. 

Não é não. Aceite. Se você NÃO consegue lidar com um 'não', acho melhor você ir se tratar. Insistir quando a criança já falou 'não' é falta de educação, perda de tempo e um desserviço à educação emocional da criança. 
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Das fases de desenvolvimento

Gabriel, como eu já previamente anunciei, já lê. Lê o que eu considero suficiente, escreve com vários erros ortográficos, mas com convicção. Seja por conta da alfabetização ou da idade, Gabriel parece que mudou completamente o seu foco.

É fato conhecido que crianças pequenas repetem. Repetem tudo à exaustão, repetem desenhos, imitam padrões, imitam adultos, imitam qualquer coisa que pareça imitável. Eu imagino que, como o cérebro está 'vazio' daquela cultura, eles fazem um esforço homérico de replicar, replicar, repetir, repetir, até decorar. Criancinhas pequenas decorariam com facilidade nomes de países, emblemas, sinais - se bobear, até tabuada eles decorariam sem entender nada do que aquilo significa. Decoram histórias, idiomas, palavras, trejeitos, expressões. Tudo meio descontextualizado para nós, mas para as crianças tudo está num emaranhado emocional denso.

Fato é que nos últimos meses tem acontecido uma mudança muito forte no jeito do Gabriel. Ele perdeu o padrão de repetição, o trabalho dele é todo focado em comparações, em abstrações. Não gosta de ficar assistindo e reassistindo episódios que já viu. Qualquer acontecimento gera uma cascata de explicações que tem se tornado cada vez mais elaboradas e 'próximas' da realidade. Embora não sejam verossímeis na vida real, tem uma lógica bem elaborada.

Alguns meses atrás comprei vários quebra-cabeças, incluindo um de 150 peças. Gabriel com maestria comparava cada peça com o desenho na caixa, tentando buscar os padrões de onde a peça deveria ser encaixada. Já Leonardo, ia no algoritmo de força bruta, tentando uma por uma das posições. Após 3 ou 4 montagens, quando já se meio que decora as posições, Gabriel desinteressou. Leonardo, por outro lado, se especializou e decorou a posição de cada uma das peças nas semanas seguintes. Interessante como um simples quebra-cabeças pode ser usado em tipos de aprendizados tão diferentes.

A criança SABE o melhor método para aprender o que precisa naquele momento. Bobeira tentar pular fases.

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Legendas e reflexões

Legendei (com todo o amor e carinho, mas né) dois lindos vídeos.
São antigos, mas acho que não existia versão legendada.

Reflexões da maternidade/maternagem


Reflexões da amamentação

Se as legendas não aparecerem de cara, aperte o 'CC' vermelho que fica à direita, embaixo no vídeo e selecione 'Português (Brasil)'. Aproveitem e repassem :)

Sono comprido

E aí que Gabriel é veementemente acordado e derrubado da cama pra lá de 10:30 da manhã. Depois de muita insistência, diga-se de passagem.

'Mãe, sabe por que eu dormi muito hoje?'
'Por que, meu filho?'
'Porque eu tive um sonho muuuuuuuuuuuuito comprido. E aí eu queria ver o sonho inteiro, e por isso eu dormi muito'.

Então tá. As explicações estão cada vez mais elaboradas.
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Mudancinhas e mudanções

Por uma questão de logística, faz coisa de um mês que estamos na casa da sogra.

O que significa que agora não temos mais a *nossa* casa, os meninos perderam quarto, cama, etc etc etc. Doei também boa parte dos brinquedos e assim por diante.

Achei que os meninos iam sentir, sentir a falta do outro chuveiro, dos brinquedos maiores, do quarto, dos objetos deles. Nem lembraram da existência.

Criança precisa de quase nada nessa vida. Comida, uma higiene básica, um canto pra dormir, muito amor, carinho e doses cavalares de paciência resolvem tudo. Cada vez me convenço mais que é a maior besteira do mundo decorar quartinho de criança se ELES não se importam uma vírgula com isso.
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Saí no Blogueiras Feministas

http://blogueirasfeministas.com/2012/02/cade-a-mae-dessa-crianca/

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Quéio voxê

Meu caçula aprendeu a falar isso quando quer colo. Não é 'quero colo' ou 'quero abraço'. É simples o 'quéio voxê'.

Óbvio que derrete o coração mais gélido. Óbvio que sempre funciona.
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