Eu não consigo elaborar um post que resuma a essência dos links abaixo. Então vou me limitar a colocar os links abaixo, e espero com todo o cuidado que você volte aqui e leia o máximo que puder.
Curioso perceber que idioma é uma ferramenta, e culturalmente definida. Porém uma ferramenta não é neutra, pelo contrário.
E talvez por isso que você encontrará palavras em um idioma que literalmente não existem em outro.
E isso definitivamente explicaria porque temos aqui a palavra para designar 14 dias e em português, para 15 dias.
(Joga no google "tools are not neutral" e você terá uma enxurrada de textos falando sobre o mito da neutralidade tecnológica. Aproveita e leia sobre o mito da neutralidade científica, é coisa linda.)
Eu tenho a impressão que línguas latinas são mais expressivas para sentimentos. Por que somos mais sentimentais ou será que o idioma nos ajuda a ser mais expressivos nos sentimentos?
Ser bilíngue muda o cérebro. O idioma muda o cérebro.
http://www.edge.org/3rd_culture/boroditsky09/boroditsky09_index.html
HOW DOES OUR LANGUAGE SHAPE THE WAY WE THINK?
http://www.nytimes.com/2012/03/18/opinion/sunday/the-benefits-of-bilingualism.html?_r=2&src=tp&smid=fb-share&
Why Bilinguals Are Smarter
http://www.nytimes.com/2011/05/31/science/31conversation.html?_r=1&smid=fb-nytimes&WT.mc_id=SC-SM-E-FB-SM-LIN-TBA-053111-NYT-NA&WT.mc_ev=click
The Bilingual Advantage
E não importa o quanto a vizinha ou qualquer completo desconhecido lhe fale, a PIOR coisa que você pode fazer para o bilinguismo dos seus filhos é alternar idiomas.
As pessoas no geral são desinformadas. Professores, pedagogos e vários outros profissionais da educação só falam bosta disso aí. Faça cara de alface e ~continue a nadar~.
Referência fantástica é isso aqui:
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/
Se você não tem filhos, eu recomendo os posts pelo menos:
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/02/adocao-internacional-e-bilinguismo.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/11/bilinguismo-de-volta-ao-futuro.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/10/o-sistema-de-ensino-ingles.html
Linguagem é parte da nossa cultura, nossa identidade. Linguagem é uma ferramenta intimamente ligada à nosso emocional, às nossas memórias, às nossas relações com outras pessoas.
Se você tem filho nas gringa faça um favor a você mesmo e leia pelo menos os posts abaixo.
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/02/sistemas-linguisticos-domesticos-que.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/11/criancas-bilingues-e-o-valor-das.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2010/11/criancas-bilingues-e-o-valor-do.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/01/bilinguismo-passivo-quando-crianca-se.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/01/bilinguismo-e-atraso-no-desenvolvimento.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/01/bilinguismo-e-o-periodo-pre-natal.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2012/10/mais-10-dicas-para-criar-filhos.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/03/23-dicas-sobre-bilinguismo.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/12/autora-convidada-madalena-cruz-ferreira.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2012/02/atraso-no-desenvolvimento-da-fala-nas.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/08/devemos-usar-apenas-uma-lingua-com.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/03/o-segundo-filho-tem-menos-chance-de-se.html
Culturas, crianças e linguagem.
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/04/third-culture-kids.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2012/01/mudancas-de-pais-e-identidade-das.html
http://filhos-bilingues.blogspot.com.au/2011/05/biculturalismo-como-culturas-se.html
Quer acompanhar a vida dois pacotinhos de trilinguismo?
http://flaviamandic.blogspot.com.au/
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Saber ouvir 'não'
Eu não sei jogar muitas coisas. Video-game é uma delas. Outra é o joguinho do sim-ou-não. Você fala 'não' querendo dizer 'sim', torcendo para que o interlocutor insista e esqueça o seu 'não' - viceversa, versavice. Tudo muito complexo, elaborado, e tri embaralhado, desisto 3 dias antes de conseguir começar.
E que no meu mundinho, 'sim' e 'não' são palavras binárias. E são sempre respostas plausíveis para perguntas. Exemplos práticos:
'Quer ajuda?'
'Quer mais macarrão?'
Perguntas que enfim, podem e devem ser feitas à crianças. Crianças, por conta de sua comunicação e habilidades sociais diferenciadas, não vão conseguir expressar seus sentimentos em forma de palavras. Logo, manda a boa educação que você, a pessoa equilibrada, madura e sensata da relação pergunte. Às vezes a gente, na pressa e na falta de costume, esquece. Mas faça um esforço, vale a pena.
'Você quer que eu amarre o seu tênis?'
'Você quer que eu corte a carne?'
'Você quer ajuda para montar o quebra-cabeças?'
'Posso te pegar no colo?'
'Posso te abraçar/beijar?'
E mais importante do que perguntar (afinal, uma criança AINDA é uma pessoa), é aceitar a resposta.
Não é não. Aceite. Se você NÃO consegue lidar com um 'não', acho melhor você ir se tratar. Insistir quando a criança já falou 'não' é falta de educação, perda de tempo e um desserviço à educação emocional da criança.
Crianças que crescem (!)
Gente, a constatação beira o absurdo, mas é verdade. As crianças crescem.
Gabriel nasceu assim, um bebê que não dormia. E nasci eu mãe, já com pezinho fora da matrix, já sem medo de confiar no meu taco. Foi um bebê que relutava, relutava, relutava a dormir. Eu me neguei permanentemente a deixá-lo chorar, mas foram meses complicados. Provavelmente por conta da falta das sonecas, ele não mamava o suficiente e por recomendação da pediatra - que afinal era o único recurso mais perto de minimamente acreditar em mim - introduzimos uns copos de LA com mucilon por dia.
Era um bebê que não negava comida. Qualquer coisa ia pra dentro, sem diferenciação. Provavelmente minha inexperiência com greves de mamá fez com que eu acreditasse que a amamentação tinha chegado ao fim muito precocemente, até porque o LA era dado em copo e não mamadeira.
Levou praticamente 12 meses para ter dentes. Andou antes de ter dentes - o que não impedia nem de comer milho. Sempre fui uma mãe preguiçosa, larguei as papinhas pouco antes dos 9 meses. Com 12 meses, a crise da separação pegou pesado, e qualquer desconhecido que lhe dirigisse a palavra era sumariamente bombardeado com berros.
Eu me formei quando Gabriel tinha 2 anos; na festa de formatura, podíamos ouvir ele falando: 'mamãe? papai?'. Nesta idade, e até mais de 5 anos, ainda gostava do cochilinho da tarde. Mas inevitavelmente acordava a noite até uns 4 anos, mas ensinamos a não chorar e ir direto para minha cama.
Gabriel aos 2 anos era o ogrinho padrão. Gostava de bater, bagunçar, se jogava eventualmente no chão, birras, etc. Destemido, adorava brincadeiras 'perigosas'. Nesses últimos 4 anos, a personalidade dele toda aflorou. Com 3 anos, ele já ficou um menino 'medroso'. Não gosta de brincadeiras exuberantes, tem medo de altura, medo de levar bolada, medo de tudo. Eu não sei exatamente quando ou porquê aconteceu isso, até porque sempre incentivei todas as 'artes' de criança. Ainda vamos ter que trabalhar bastante com isso. Ele é um menino que fala, fala, fala e fala, mas que surpresa, ele é reservado. Então, de alguma maneira ele consegue ser tímido e ao mesmo tempo gosta de falar, mas com pessoas que ele sente confiança. A alfabetização dele, como eu imaginei, ocorreu tranquila e sem nenhum problema. Hoje ele faz questão de agradar os amigos, de trocar brinquedos, de ser aceito, de participar. Mas não de coisas que envolvam perigos físicos rs. Tem uma habilidade para joguinhos que ganham de mim umas 10x.
Desde os 3 ou 4 anos é bem mais seletivo para comida. Escolhe os ingredientes que gosta e que não gosta.
Leonardo também nasceu um bebê que não dormia. Mas eu já estava vacinada e soube lidar melhor. Com 3 anos, já não quer tirar o sono da tarde. Mamou até 2 anos e alguma coisa, e o desmame ocorreu de forma tal que levei mais de uma semana para perceber.
Até os dois anos, Leonardo parecia ser uma cópia de personalidade de Gabriel. Mas Leo, aos 3, é destemido ainda, não tem medo de altura nem perigo (e nem noção). Aliás, usualmente Leonardo faz coisas que Gabriel tem medo, e acaba que Gabriel faz para não ficar para 'trás'. Ainda tem a língua enrolada e boa parte do tempo as sentenças dele são em leonardês. E ele fala bastante. Mesmo com os 12 meses, ele nunca se assustou com estranhos. Nunca se importou que estranhos mexam com ele, falem com ele. Acha graça, o danadinho. E desde que o irmão esteja por perto, não tem medo nenhum de correr até sair de nossa vista.
Para quem conhece os dois agora, parecem duas crianças de personalidade tão distintas que nem parecem irmãos. Mas é engraçado perceber que eram tão parecidos quando pequenos. E que parece que Leonardo tem mantido essas características por mais tempo.
Gabriel nasceu assim, um bebê que não dormia. E nasci eu mãe, já com pezinho fora da matrix, já sem medo de confiar no meu taco. Foi um bebê que relutava, relutava, relutava a dormir. Eu me neguei permanentemente a deixá-lo chorar, mas foram meses complicados. Provavelmente por conta da falta das sonecas, ele não mamava o suficiente e por recomendação da pediatra - que afinal era o único recurso mais perto de minimamente acreditar em mim - introduzimos uns copos de LA com mucilon por dia.
Era um bebê que não negava comida. Qualquer coisa ia pra dentro, sem diferenciação. Provavelmente minha inexperiência com greves de mamá fez com que eu acreditasse que a amamentação tinha chegado ao fim muito precocemente, até porque o LA era dado em copo e não mamadeira.
Levou praticamente 12 meses para ter dentes. Andou antes de ter dentes - o que não impedia nem de comer milho. Sempre fui uma mãe preguiçosa, larguei as papinhas pouco antes dos 9 meses. Com 12 meses, a crise da separação pegou pesado, e qualquer desconhecido que lhe dirigisse a palavra era sumariamente bombardeado com berros.
Eu me formei quando Gabriel tinha 2 anos; na festa de formatura, podíamos ouvir ele falando: 'mamãe? papai?'. Nesta idade, e até mais de 5 anos, ainda gostava do cochilinho da tarde. Mas inevitavelmente acordava a noite até uns 4 anos, mas ensinamos a não chorar e ir direto para minha cama.
Gabriel aos 2 anos era o ogrinho padrão. Gostava de bater, bagunçar, se jogava eventualmente no chão, birras, etc. Destemido, adorava brincadeiras 'perigosas'. Nesses últimos 4 anos, a personalidade dele toda aflorou. Com 3 anos, ele já ficou um menino 'medroso'. Não gosta de brincadeiras exuberantes, tem medo de altura, medo de levar bolada, medo de tudo. Eu não sei exatamente quando ou porquê aconteceu isso, até porque sempre incentivei todas as 'artes' de criança. Ainda vamos ter que trabalhar bastante com isso. Ele é um menino que fala, fala, fala e fala, mas que surpresa, ele é reservado. Então, de alguma maneira ele consegue ser tímido e ao mesmo tempo gosta de falar, mas com pessoas que ele sente confiança. A alfabetização dele, como eu imaginei, ocorreu tranquila e sem nenhum problema. Hoje ele faz questão de agradar os amigos, de trocar brinquedos, de ser aceito, de participar. Mas não de coisas que envolvam perigos físicos rs. Tem uma habilidade para joguinhos que ganham de mim umas 10x.
Desde os 3 ou 4 anos é bem mais seletivo para comida. Escolhe os ingredientes que gosta e que não gosta.
Leonardo também nasceu um bebê que não dormia. Mas eu já estava vacinada e soube lidar melhor. Com 3 anos, já não quer tirar o sono da tarde. Mamou até 2 anos e alguma coisa, e o desmame ocorreu de forma tal que levei mais de uma semana para perceber.
Até os dois anos, Leonardo parecia ser uma cópia de personalidade de Gabriel. Mas Leo, aos 3, é destemido ainda, não tem medo de altura nem perigo (e nem noção). Aliás, usualmente Leonardo faz coisas que Gabriel tem medo, e acaba que Gabriel faz para não ficar para 'trás'. Ainda tem a língua enrolada e boa parte do tempo as sentenças dele são em leonardês. E ele fala bastante. Mesmo com os 12 meses, ele nunca se assustou com estranhos. Nunca se importou que estranhos mexam com ele, falem com ele. Acha graça, o danadinho. E desde que o irmão esteja por perto, não tem medo nenhum de correr até sair de nossa vista.
Para quem conhece os dois agora, parecem duas crianças de personalidade tão distintas que nem parecem irmãos. Mas é engraçado perceber que eram tão parecidos quando pequenos. E que parece que Leonardo tem mantido essas características por mais tempo.
Mamadeira
Para M.
Usualmente eu não sou do tipo que 'acusa' complemento, porque sei exatamente que o calo aperta, que estamos sensíveis, que tudo conspira para que não consigamos amamentar. Não acuso, não acuso *mesmo* quem oferece complemento, embora que
complemento é usado como desculpa e salvação para tudo pelos médicos. Mas um problema de cada vez, né? E não vou entrar no mérito do leite artificial vs leite natural, esse tá todo mundo careca de saber.
Olha, para usar o adjetivo 'demoníaca' eu teria que acreditar em 'demônio'. Por esta definição, não, a mamadeira não é demoníaca. Ela simplesmente tem uma dúzia de contras e nenhum a favor. Oh, wait!
Vou aqui fazer uma simples comparação entre oferecer líquidos (incluindo leite artificial) em mamadeira comparados com outros métodos.
Contras:
- Bebês tendem a desaprender a sugar o seio, porque a sucção é diferente (mas PARECIDA!)
- Bebês tendem a não querer mais empregar força.
- Bebês enchem o estômago de algo que não é leite materno.
- A posição favorece otites.
- A sucção piora a arcada, atrapalha o desenvolvimento orofacial.
- A criança 'vicia' em sugar, sugando muito mais que o necessário.
- A criança começa a depender emocionalmente do objeto.
- Crianças maiores começam a gostar de assistir TV ou ir dormir com o leite na boca, causando cáries.
Gente, NUNCA vi uma criança de 3 ou 4 anos que dependa do copinho para ir dormir. Ou que só tome leite no copo com rosca. Nunca vi ter que fazer trocas de natal ou na casa da bruxa pra criancinha largar o copinho.
Mamadeira por outro lado...
A favor:
- Todo mundo ganha umas 5 na gravidez.
- O bebê consegue usar sozinho (Ai carai!)
- São mais 'práticas', ninguém tem medo de dar (uiuiuiui). Detalhe, né, que ninguém lembra que tem que insistir pro bebê aprender a pegar mamadeira e chupeta... E medo de dar mamadeira ninguém tem.
Mamadeira desmama SIM! Piora a pega, desestimula a produção, e tudo o mais. Mamadeira nunca deveria ser opção de quem pretende continuar amamentando (1 ou 2 vezes por dia, que seja). Se não aconteceu com teu filho, que bom. Ou já pensou que PODE ter ocorrido alguma coisa, que apenas não conseguimos perceber que houve sim um desvio que poderia ser evitado?
Estatística é assim, a gente olha os fatos, analisa qual o nosso lado mais provável e jogamos a sorte.
Se crianças que usam mamadeira tem mais chance de ter otite, rinite/problemas respiratórios, problemas ortodônticos, além da dependência psicológica do objeto... por que é que eu vou usar??? Mesmo que todos os artigos estejam errados, que os artigos de fonoaudiólogos/pediatras/dentistas/etc estejam com o viés errado, vale ainda pelo esforço de ter que tirar depois?
É ruim, é péssima. E não sou eu que digo isso:
Artigos:
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0124-00642007000200004
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&script=sci_arttext
http://www.jped.com.br/conteudo/06-82-05-395/port_print.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&script=sci_arttext
Tópicos do GVA:
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5475181539656891205
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=2552037067270817991
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5515320031979371510
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5518294408490594521
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2010/12/dai-o-que-substituiria-mamadeira.html
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2011/01/o-bebe-que-e-alimentado-por-mamadeira.html
Usualmente eu não sou do tipo que 'acusa' complemento, porque sei exatamente que o calo aperta, que estamos sensíveis, que tudo conspira para que não consigamos amamentar. Não acuso, não acuso *mesmo* quem oferece complemento, embora que
complemento é usado como desculpa e salvação para tudo pelos médicos. Mas um problema de cada vez, né? E não vou entrar no mérito do leite artificial vs leite natural, esse tá todo mundo careca de saber.
Olha, para usar o adjetivo 'demoníaca' eu teria que acreditar em 'demônio'. Por esta definição, não, a mamadeira não é demoníaca. Ela simplesmente tem uma dúzia de contras e nenhum a favor. Oh, wait!
Vou aqui fazer uma simples comparação entre oferecer líquidos (incluindo leite artificial) em mamadeira comparados com outros métodos.
Contras:
- Bebês tendem a desaprender a sugar o seio, porque a sucção é diferente (mas PARECIDA!)
- Bebês tendem a não querer mais empregar força.
- Bebês enchem o estômago de algo que não é leite materno.
- A posição favorece otites.
- A sucção piora a arcada, atrapalha o desenvolvimento orofacial.
- A criança 'vicia' em sugar, sugando muito mais que o necessário.
- A criança começa a depender emocionalmente do objeto.
- Crianças maiores começam a gostar de assistir TV ou ir dormir com o leite na boca, causando cáries.
Gente, NUNCA vi uma criança de 3 ou 4 anos que dependa do copinho para ir dormir. Ou que só tome leite no copo com rosca. Nunca vi ter que fazer trocas de natal ou na casa da bruxa pra criancinha largar o copinho.
Mamadeira por outro lado...
A favor:
- Todo mundo ganha umas 5 na gravidez.
- O bebê consegue usar sozinho (Ai carai!)
- São mais 'práticas', ninguém tem medo de dar (uiuiuiui). Detalhe, né, que ninguém lembra que tem que insistir pro bebê aprender a pegar mamadeira e chupeta... E medo de dar mamadeira ninguém tem.
Mamadeira desmama SIM! Piora a pega, desestimula a produção, e tudo o mais. Mamadeira nunca deveria ser opção de quem pretende continuar amamentando (1 ou 2 vezes por dia, que seja). Se não aconteceu com teu filho, que bom. Ou já pensou que PODE ter ocorrido alguma coisa, que apenas não conseguimos perceber que houve sim um desvio que poderia ser evitado?
Estatística é assim, a gente olha os fatos, analisa qual o nosso lado mais provável e jogamos a sorte.
Se crianças que usam mamadeira tem mais chance de ter otite, rinite/problemas respiratórios, problemas ortodônticos, além da dependência psicológica do objeto... por que é que eu vou usar??? Mesmo que todos os artigos estejam errados, que os artigos de fonoaudiólogos/pediatras/dentistas/etc estejam com o viés errado, vale ainda pelo esforço de ter que tirar depois?
É ruim, é péssima. E não sou eu que digo isso:
Artigos:
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0124-00642007000200004
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&script=sci_arttext
http://www.jped.com.br/conteudo/06-82-05-395/port_print.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&script=sci_arttext
Tópicos do GVA:
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5475181539656891205
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=2552037067270817991
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5515320031979371510
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5518294408490594521
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2010/12/dai-o-que-substituiria-mamadeira.html
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2011/01/o-bebe-que-e-alimentado-por-mamadeira.html
Enfim, 6 anos.
E então, 6 anos atrás eu tinha um recém-nascido, muita coragem e pouca informação.
Nem consigo acreditar que faz tanto tempo.
Depois de cruzar o rio
Eu sempre falo que algo de muito forte acontece quando a barriga deixa de ser um filho, e aquele tiquinho de gente fica ao alcance de nossos olhos e braços.
E a parte mais engraçada de tudo é que nem parece que fez diferença mas ali, naquele momento, a gente atravessou aquele rio - e não tem mais volta. A inocência, a teoria, todos os planos feitos na margem direita não são mais do que sombras pro que a gente vai de fato enfrentar; não existe nada que nos prepare para a vida, então entre sem muitos preconceitos. Há o ditado de quanto maior o vôo, maior a queda - e se aplica.
Não fantasie muito, não planeje muito, não idealize muito. Às duas horas da manhã, quando seu filho já tiver acordado toda a vizinhança, suas convicções vão ser testadas em toda a sua extensão.
Chupeta, mamadeira, escolinha, babá, avó, comidas, leite materno, TV, volta ao trabalho. 'Birra', choros, brinquedos, correrias, falatório, andador, suco, doces. Que atire a primeira pedra a mãe que não descobriu que na prática, a teoria é outra.
Se querem minhas dicas: leia, leia todas as boas fontes - elas serão seus guias, o que vai lhe reassegurar que tudo vai dar certo. Confie em si mesma, confie no seu bebê: vocês vão dar um jeito. Não se cobre muito, mas faça o seu melhor. Se não der certo, tente de outro jeito. E se tudo o mais der errado, lembre-se: até os 18 anos ele vai se ajeitar. Não existe segredo. Não dá pra estragar um bebê, e ele precisa nesse momento de você como nunca mais precisará.
E a parte mais engraçada de tudo é que nem parece que fez diferença mas ali, naquele momento, a gente atravessou aquele rio - e não tem mais volta. A inocência, a teoria, todos os planos feitos na margem direita não são mais do que sombras pro que a gente vai de fato enfrentar; não existe nada que nos prepare para a vida, então entre sem muitos preconceitos. Há o ditado de quanto maior o vôo, maior a queda - e se aplica.
Não fantasie muito, não planeje muito, não idealize muito. Às duas horas da manhã, quando seu filho já tiver acordado toda a vizinhança, suas convicções vão ser testadas em toda a sua extensão.
Chupeta, mamadeira, escolinha, babá, avó, comidas, leite materno, TV, volta ao trabalho. 'Birra', choros, brinquedos, correrias, falatório, andador, suco, doces. Que atire a primeira pedra a mãe que não descobriu que na prática, a teoria é outra.
Se querem minhas dicas: leia, leia todas as boas fontes - elas serão seus guias, o que vai lhe reassegurar que tudo vai dar certo. Confie em si mesma, confie no seu bebê: vocês vão dar um jeito. Não se cobre muito, mas faça o seu melhor. Se não der certo, tente de outro jeito. E se tudo o mais der errado, lembre-se: até os 18 anos ele vai se ajeitar. Não existe segredo. Não dá pra estragar um bebê, e ele precisa nesse momento de você como nunca mais precisará.
Segundo filho
Estava devendo esse post, em resposta à Dani e também por causa de uma grande e proveitosa discussão que tive.
Sou da opinião que filho é igual piscina gelada, não dá pra pensar muito antes de pular não! Se a gente fica pensando no frio da piscina, até o corpo acostumar; depois ter que sair, se secar, tomar banho, o cloro da piscina, o sol, o protetor - a gente não vai. Se pensar muito, a gente não vai *mesmo*, precisa de coragem e pular de uma vez. Depois, é uma delícia.
A gente deveria ter o segundo filho antes do primeiro, porque é infinitamente mais simples: a gente já encaixotou os palpites e palpiteiros, já educou os avós, já temos uma longa confiança em nós mesmos (poxa, o mais velho sobreviveu a nós!), e não tem tempo pra frescuras. Não tem tanta cobrança - aliás, acho que Angelina Jolie pensa o mesmo. Ter o segundo filho deixa toda a relação mais leve, porque simplificamos ainda mais os problemas. A gente desencana de bobagens, desapega, leva menos a sério, menos caraminholas.
Ter dois não é caro em dobro, é um pouco menos: vc vai comprar menos coisa pro enxoval, menos brinquedos, tem desconto em escola. Ter dois filhos não é o dobro de trabalho: o desenho é compartilhado, a comida é a mesma, brincam juntos, se entretem. E sabe, a gente sempre dá conta, dá um jeito.
Existe algumas textos muito interessantes por aí. Este, por exemplo, mostra uma mãe que teve muita dificuldade de aceitar a nova condição. Lembro-me perfeitamente do meu filho mais velho parecer ENORME, muito grande, muito crescido. Felizmente, tive um ótimo parto e não tive tantas dificuldades como a autora.
Existem mil motivos para se desejar mais um filho, sou contra ter o segundo filho *só* para fazer 'companhia' p'ro mais velho. Simplesmente, filho não é para servir de brinquedo dos outros, filho dá trabalho. É necessário estar disposta a tudo novamente, toda a entrega física da gravidez e emocional dos primeiros meses.
É uma experiência que recomendo fortemente; existe a velha piada dos cuidados com os filhos, muito engraçado, e tem um fundo de verdade. Bom, acho que faz parte de ser irmão caçula ter as coisas tudo mais ou menos!
P.S - Por uma coincidência incrível, hoje tem o mesmo tema na mamíferas.
Sou da opinião que filho é igual piscina gelada, não dá pra pensar muito antes de pular não! Se a gente fica pensando no frio da piscina, até o corpo acostumar; depois ter que sair, se secar, tomar banho, o cloro da piscina, o sol, o protetor - a gente não vai. Se pensar muito, a gente não vai *mesmo*, precisa de coragem e pular de uma vez. Depois, é uma delícia.
A gente deveria ter o segundo filho antes do primeiro, porque é infinitamente mais simples: a gente já encaixotou os palpites e palpiteiros, já educou os avós, já temos uma longa confiança em nós mesmos (poxa, o mais velho sobreviveu a nós!), e não tem tempo pra frescuras. Não tem tanta cobrança - aliás, acho que Angelina Jolie pensa o mesmo. Ter o segundo filho deixa toda a relação mais leve, porque simplificamos ainda mais os problemas. A gente desencana de bobagens, desapega, leva menos a sério, menos caraminholas.
Ter dois não é caro em dobro, é um pouco menos: vc vai comprar menos coisa pro enxoval, menos brinquedos, tem desconto em escola. Ter dois filhos não é o dobro de trabalho: o desenho é compartilhado, a comida é a mesma, brincam juntos, se entretem. E sabe, a gente sempre dá conta, dá um jeito.
Existe algumas textos muito interessantes por aí. Este, por exemplo, mostra uma mãe que teve muita dificuldade de aceitar a nova condição. Lembro-me perfeitamente do meu filho mais velho parecer ENORME, muito grande, muito crescido. Felizmente, tive um ótimo parto e não tive tantas dificuldades como a autora.
Existem mil motivos para se desejar mais um filho, sou contra ter o segundo filho *só* para fazer 'companhia' p'ro mais velho. Simplesmente, filho não é para servir de brinquedo dos outros, filho dá trabalho. É necessário estar disposta a tudo novamente, toda a entrega física da gravidez e emocional dos primeiros meses.
É uma experiência que recomendo fortemente; existe a velha piada dos cuidados com os filhos, muito engraçado, e tem um fundo de verdade. Bom, acho que faz parte de ser irmão caçula ter as coisas tudo mais ou menos!
P.S - Por uma coincidência incrível, hoje tem o mesmo tema na mamíferas.
Pulando palpites
Hoje eu tenho técnicas abusadas de fugir de palpite. Coisa que mais me irrita é gente tentando me obrigar a fazer coisas de um determinado jeito, coisa chata. Como se tivéssemos obrigação de fazer como a pessoa quer, como se fosse o pagamento pelo *maravilhoso* palpite daquela criatura que não está nem um pouco afim de ouvir a sua opinião e estudo.
1) Nunca, jamais, em tempo algum, pergunte pro pediatra sobre sono ou cama compartilhada. Ele não estudou isso na faculdade e achismo por achismo o meu é melhor. Até amamentação/nutrição é arriscadérrimo.
2) Evite puxar assuntos que você sabe que são dissonantes. Não precisa ficar reclamando pra mãe do se-vira-nenê que vc não dorme, não fique falando que seu bebê mama bastante pro viciado em leite de vaca.
3) Em caso de xiliques, choros inexplicáveis não olhe para os lados. Nem pense. Aja com consistência, seja P-O-D-E-R-O-S-A, vc sabe o que faz (mesmo se você não tiver a menor idéia rs). Não dê chance para que nem desconfiem de sua instabilidade social do momento. Cara de alface, ATIVAR!
4) Em caso de todas as anteriores falharem, ligue o turbo filtro.
Mentira, nem sei fazer isso. Mas sempre vale a opção do 'Aham, sei. Noooooossa, vc viu a candidatura do Tiririca, que loucura!'.
A famosa experiência dos macaquinhos separados da mãe
Hoje eu vejo como uma crueldade sem tamanho, essa experiência.
http://psicologiaexperimental.blogs.sapo.pt/1627.html
Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, e que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.
As suas experiências laboratoriais consistiram na criação de duas “mães” artificiais (imitação de uma macacos Rhesus), uma era feita apenas com armação de arame enquanto a outra, era também de armação de arame, porém, forrada com pano felpudo e macio.
Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as “mães” mais confortáveis. Esta preferência mantinha-se independentemente de qual a mãe que fornecia o alimento. Outras observações mostraram que o que estava em causa não era só a procura de conforto.
O contacto parecia ser essencial ao estabelecimento de uma relação que transmitia segurança. Perante um estímulo gerador de medo, os macaquinhos agarravam-se à “mãe” macia tal como o fariam a uma mãe real. Este comportamento nunca era observado com as “mães” de arame, mesmo em macaquinhos criados só com ela.
Além disso, perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da “mãe” confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à “mãe” para recuperar a segurança.
Pelo contrário, na ausência da “mãe” confortável, os macaquinhos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. Isto acontecia também na presença da “mãe” de arame, mesmo em macaquinhos criados sempre na sua presença. Ou seja, uma “mãe” desconfortável é incapaz de transmitir segurança.
O resultado desta e de outras experiências, permitiram Harlow concluir que a variável contacto reconfortante suplementava a variável amamentação.
Harlow observou ainda que os macacos Rhesus com mães reais, demonstravam comportamentos social e sexual mais adiantados dos que os criados com mães substitutas de pano, e que estes últimos apresentavam comportamentos sociais e sexuais normais se diariamente tivessem oportunidade de brincar no ambiente estimulador dos outros filhotes.
http://psicologiabjml.blogspot.com/2010/05/consequencias-das-perturbacoes-nas.html
Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.
Investigou também os processos de aprendizagem, concluindo que os animais, tal como os seres humanos, aprendem a aplicar estratégias a situações, para resolver problemas.
Construiu duas mães artificiais, uma de arame, outra de arame revestido com um tecido felpudo. As mães artificiais forneciam alimento às crias através de um biberão posicionado no “peito”.
Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as “mães” mais confortáveis, na qual passavam a maior parte do tempo agarrados.
Tendo os macaquinhos preferência por se alimentarem da mãe de peluche, quando era retirado o biberão desta, e apenas a mãe de arame fornecia alimento, as crias mantinham-se agarradas à mãe de peluche recorrendo à de arame apenas para se alimentarem.
Face a uma situação de perigo, o macaquinho procurava sempre abrigo junto da mãe de peluche, e, quando esta não estava presente, estando apenas a de arame, o macaquinho não procurava a sua protecção.
Perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da “mãe” confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à “mãe” para recuperar a segurança.
Harlow procurou avaliar o efeito nas crias criadas sem qualquer contacto. Isolou-as em jaulas sem poderem ver qualquer ser vivo durante períodos que variavam de três meses a um ano. Em períodos mais longos, os animais encostavam-se ao fundo da jaula, balançavam para a frente e para trás, abraçavam-se a si próprios e mordiam-se.
Quando estes eram expostos perante outros macacos criados com as suas mães, estes fugiam de qualquer contacto. Em adultos, o seu comportamento sexual bem como a capacidade para tratar das crias estava fortemente afectado, não manifestavam qualquer interesse ou capacidade para tratar dos filhos, chegando a provocar-lhes maus-tratos.
A experiência levada a cabo por Harlow concluiu que o que liga a cria à mãe está mais relacionado com o contacto corporal que com a alimentação, não só nas crias dos macacos Rhesus mas também nos bebés humanos.
Estes manifestam a necessidade de estar junto da mãe, ou de outro cuidador, em contacto físico.
O psicólogo conclui também que são devastadores os efeitos da ausência da mãe causando perturbações físicas e psicológicas profundas.
http://psicologiaexperimental.blogs.sapo.pt/1627.html
Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, e que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.
As suas experiências laboratoriais consistiram na criação de duas “mães” artificiais (imitação de uma macacos Rhesus), uma era feita apenas com armação de arame enquanto a outra, era também de armação de arame, porém, forrada com pano felpudo e macio.
Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as “mães” mais confortáveis. Esta preferência mantinha-se independentemente de qual a mãe que fornecia o alimento. Outras observações mostraram que o que estava em causa não era só a procura de conforto.
O contacto parecia ser essencial ao estabelecimento de uma relação que transmitia segurança. Perante um estímulo gerador de medo, os macaquinhos agarravam-se à “mãe” macia tal como o fariam a uma mãe real. Este comportamento nunca era observado com as “mães” de arame, mesmo em macaquinhos criados só com ela.
Além disso, perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da “mãe” confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à “mãe” para recuperar a segurança.
Pelo contrário, na ausência da “mãe” confortável, os macaquinhos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. Isto acontecia também na presença da “mãe” de arame, mesmo em macaquinhos criados sempre na sua presença. Ou seja, uma “mãe” desconfortável é incapaz de transmitir segurança.
O resultado desta e de outras experiências, permitiram Harlow concluir que a variável contacto reconfortante suplementava a variável amamentação.
Harlow observou ainda que os macacos Rhesus com mães reais, demonstravam comportamentos social e sexual mais adiantados dos que os criados com mães substitutas de pano, e que estes últimos apresentavam comportamentos sociais e sexuais normais se diariamente tivessem oportunidade de brincar no ambiente estimulador dos outros filhotes.
http://psicologiabjml.blogspot.com/2010/05/consequencias-das-perturbacoes-nas.html
Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.
Investigou também os processos de aprendizagem, concluindo que os animais, tal como os seres humanos, aprendem a aplicar estratégias a situações, para resolver problemas.
Construiu duas mães artificiais, uma de arame, outra de arame revestido com um tecido felpudo. As mães artificiais forneciam alimento às crias através de um biberão posicionado no “peito”.
Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as “mães” mais confortáveis, na qual passavam a maior parte do tempo agarrados.
Tendo os macaquinhos preferência por se alimentarem da mãe de peluche, quando era retirado o biberão desta, e apenas a mãe de arame fornecia alimento, as crias mantinham-se agarradas à mãe de peluche recorrendo à de arame apenas para se alimentarem.
Face a uma situação de perigo, o macaquinho procurava sempre abrigo junto da mãe de peluche, e, quando esta não estava presente, estando apenas a de arame, o macaquinho não procurava a sua protecção.
Perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da “mãe” confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à “mãe” para recuperar a segurança.
Harlow procurou avaliar o efeito nas crias criadas sem qualquer contacto. Isolou-as em jaulas sem poderem ver qualquer ser vivo durante períodos que variavam de três meses a um ano. Em períodos mais longos, os animais encostavam-se ao fundo da jaula, balançavam para a frente e para trás, abraçavam-se a si próprios e mordiam-se.
Quando estes eram expostos perante outros macacos criados com as suas mães, estes fugiam de qualquer contacto. Em adultos, o seu comportamento sexual bem como a capacidade para tratar das crias estava fortemente afectado, não manifestavam qualquer interesse ou capacidade para tratar dos filhos, chegando a provocar-lhes maus-tratos.
A experiência levada a cabo por Harlow concluiu que o que liga a cria à mãe está mais relacionado com o contacto corporal que com a alimentação, não só nas crias dos macacos Rhesus mas também nos bebés humanos.
Estes manifestam a necessidade de estar junto da mãe, ou de outro cuidador, em contacto físico.
O psicólogo conclui também que são devastadores os efeitos da ausência da mãe causando perturbações físicas e psicológicas profundas.
A angústia da separação ou crise dos oito meses
Tradução de um trecho do capítulo O Choro e as Separações do livro The Science of Parenting de Margot Sunderland. Esse livro foi premiado em 2007 pela Academia Britânica de Medicina como o melhor livro de medicina popular. Não é um simples livro de conselhos para pais, mas sim um livro que, baseado em mais de 800 experimentos científicos, explica o que a ciência nos diz sobre como os diferentes tipos de criação afetam os nossos filhos.
Quando o bebê chega aos seis ou oito meses de idade, começa a operar a angústia da separação que, geralmente, continua a se manifestar de uma forma ou outra até os cinco anos. Em breve o bebê começa a sentir pânico quando não vê sua mãe. É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. A mãe é o seu mundo, é tudo para o bebê, representa sua segurança.
Um pouco de compreensão
O bebê não está “chatinho” nem “grudento”. O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe e, se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver. O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema e, como adultos, aprendemos a controlá-lo com distrações cognitivas.
Se você não está, como ele sabe que você não foi embora para sempre?
Você não pode explicar que vai voltar logo, porque os centros verbais do seu cérebro ainda não funcionam. Quando ele aprender a engatinhar, deixe-o segui-la por todas as partes. Sim, até ao banheiro.
Livrar-se dele ou deixá-lo no cercadinho não só é muito cruel, também pode produzir efeitos adversos permanentes. Ele pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro.
Isso pode resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. Pouco a pouco, ele vai sentir-se mais seguro da sua presença na casa, principalmente quando comece a falar.
A separação aflige as crianças tanto quanto a dor física
Quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, tristemente, é isso o que fazem muitos pais. Não conseguem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.
Às vezes, impulsamos nossos filhos a ser independentes antes do tempo
Nossas decisões como padres podem empurrar nossos filhos a uma separação prematura. Um exemplo seria enviá-los a um internato (1) pequenos demais. As crianças de oito anos ainda podem ser hipersensíveis à angústia da separação e ter muita dificuldade em passar longos períodos de tempo longe dos seus pais. Sua dor emocional deve ser levada a sério. O Sistema GABA do cérebro é sensível âs mais sensíveis mudanças do seu entorno, como a separação de seus pais. Estudos relacionam aseparação a pouca idade com alterações desse sistema anti-ansiedade.
As separações de curto prazo são prejudiciais
Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo HPA do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta. É muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. Os estudos com mamíferos superiores revelam que os bebês separados de suas mães deixam de chorar para entrar num estado depressivo.
Param de brincar com os amigos e ignoram os objetos do quarto. À hora de dormir há mais choro e agitação. Se a separação continuava, o estado de auto-absorção do filho se agravava e lhe conduzia à letargia e a uma depressão mais profunda.
Pesquisas realizadas nos anos setenta demonstraram que alguns bebês cuidados por pessoas desconhecidas durante vários dias entravam em um estado de luto sofriam de um trauma que continuava a afligir-lhes anos depois. Os bebês estudados estavam sob os cuidados de adultos bem intencionados ou em creches residenciais durante alguns dias. Seus pais iam visitá-los, mas basicamente, estavam em mãos de adultos que eles não conheciam.
Um menino que se viu separado de sua mãe durante onze dias deixou de comer, chorava sem parar e se jogava ao chão desesperado. Passados seis anos, ele ainda estava ressentido com sua mãe. Os pesquisadores observaram a inúmeras crianças que haviam sido separadas de seus pais durante vários dias e se encontravam em estado de ansiedade permanente. Muitos passavam horas imóveis, olhando a porta pela qual havia saído sua mãe. Aquele estudo, em grande parte gravado em filme, mudou no mundo inteiro a atitude em relação às crianças que visitam suas mães no hospital.
Mas, não é bom o estresse?
Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”. O que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos.
(1) Nota da tradutora: a autora é inglesa e o sistema de internato é muito comum no Reino Unido.
Originalmente postado na PR
Quando o bebê chega aos seis ou oito meses de idade, começa a operar a angústia da separação que, geralmente, continua a se manifestar de uma forma ou outra até os cinco anos. Em breve o bebê começa a sentir pânico quando não vê sua mãe. É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. A mãe é o seu mundo, é tudo para o bebê, representa sua segurança.
Um pouco de compreensão
O bebê não está “chatinho” nem “grudento”. O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe e, se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver. O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema e, como adultos, aprendemos a controlá-lo com distrações cognitivas.
Se você não está, como ele sabe que você não foi embora para sempre?
Você não pode explicar que vai voltar logo, porque os centros verbais do seu cérebro ainda não funcionam. Quando ele aprender a engatinhar, deixe-o segui-la por todas as partes. Sim, até ao banheiro.
Livrar-se dele ou deixá-lo no cercadinho não só é muito cruel, também pode produzir efeitos adversos permanentes. Ele pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro.
Isso pode resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. Pouco a pouco, ele vai sentir-se mais seguro da sua presença na casa, principalmente quando comece a falar.
A separação aflige as crianças tanto quanto a dor física
Quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, tristemente, é isso o que fazem muitos pais. Não conseguem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.
Às vezes, impulsamos nossos filhos a ser independentes antes do tempo
Nossas decisões como padres podem empurrar nossos filhos a uma separação prematura. Um exemplo seria enviá-los a um internato (1) pequenos demais. As crianças de oito anos ainda podem ser hipersensíveis à angústia da separação e ter muita dificuldade em passar longos períodos de tempo longe dos seus pais. Sua dor emocional deve ser levada a sério. O Sistema GABA do cérebro é sensível âs mais sensíveis mudanças do seu entorno, como a separação de seus pais. Estudos relacionam aseparação a pouca idade com alterações desse sistema anti-ansiedade.
As separações de curto prazo são prejudiciais
Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo HPA do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta. É muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. Os estudos com mamíferos superiores revelam que os bebês separados de suas mães deixam de chorar para entrar num estado depressivo.
Param de brincar com os amigos e ignoram os objetos do quarto. À hora de dormir há mais choro e agitação. Se a separação continuava, o estado de auto-absorção do filho se agravava e lhe conduzia à letargia e a uma depressão mais profunda.
Pesquisas realizadas nos anos setenta demonstraram que alguns bebês cuidados por pessoas desconhecidas durante vários dias entravam em um estado de luto sofriam de um trauma que continuava a afligir-lhes anos depois. Os bebês estudados estavam sob os cuidados de adultos bem intencionados ou em creches residenciais durante alguns dias. Seus pais iam visitá-los, mas basicamente, estavam em mãos de adultos que eles não conheciam.
Um menino que se viu separado de sua mãe durante onze dias deixou de comer, chorava sem parar e se jogava ao chão desesperado. Passados seis anos, ele ainda estava ressentido com sua mãe. Os pesquisadores observaram a inúmeras crianças que haviam sido separadas de seus pais durante vários dias e se encontravam em estado de ansiedade permanente. Muitos passavam horas imóveis, olhando a porta pela qual havia saído sua mãe. Aquele estudo, em grande parte gravado em filme, mudou no mundo inteiro a atitude em relação às crianças que visitam suas mães no hospital.
Mas, não é bom o estresse?
Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”. O que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos.
(1) Nota da tradutora: a autora é inglesa e o sistema de internato é muito comum no Reino Unido.
Originalmente postado na PR
Enquete para parideiras!
Teve filho por parto normal?
Vota aqui perfavore?
http://www.enquetes.com.br/ popenquete.asp?id=920608
Vota aqui perfavore?
http://www.enquetes.com.br/
Texto 'I won’t ask you why you didn’t breastfeed'
Grupo Cria
Vocês já viram que delícia essa iniciativa?
http://www.grupocria.com.br/
http://www.grupocria.com.br/index.php/ajude-a-divulgar/imagens/
http://www.grupocria.com.br/
http://www.grupocria.com.br/index.php/ajude-a-divulgar/imagens/
O que fazer quando mulher grávida se assusta?
Zilhões de pessoas digitam isso no google.
O que fazer quando mulher grávida se assusta?
O que fazer quando gestante se assusta?
Resposta:
1) Se enforque num pé de couve.
2) Compra uma caixa de bombom pra ela (se ela puder comer).
3) Dá um pacote de fraldas.
4) Tenha um xilique.
5) Dê qualquer palpite idiota.
Gestante pode se assustar?
Resposta:
1) Sim. Principalmente se você não pentear seu cabelo antes de falar com ela.
2) Ao que parece, gestantes continuam humanas. Logo, é possível que se assustem.
3) Não. A lei estadual 12313/2010 impede que gestantes se assustem
Na verdade, estou com um projeto de lei para proibir que histórias de terror sobre gravidez e parto sejam contadas às gestantes. Apavorar a gestante é uma #putafaltadesacanagem.
Gente. Se susto induzisse trabalho de parto, eu teria ido no TREM FANTASMA ao invés de cogitar uma indução. Susto para soluço, no máximo.
O que fazer quando mulher grávida se assusta?
O que fazer quando gestante se assusta?
Resposta:
1) Se enforque num pé de couve.
2) Compra uma caixa de bombom pra ela (se ela puder comer).
3) Dá um pacote de fraldas.
4) Tenha um xilique.
5) Dê qualquer palpite idiota.
Gestante pode se assustar?
Resposta:
1) Sim. Principalmente se você não pentear seu cabelo antes de falar com ela.
2) Ao que parece, gestantes continuam humanas. Logo, é possível que se assustem.
3) Não. A lei estadual 12313/2010 impede que gestantes se assustem
Na verdade, estou com um projeto de lei para proibir que histórias de terror sobre gravidez e parto sejam contadas às gestantes. Apavorar a gestante é uma #putafaltadesacanagem.
Gente. Se susto induzisse trabalho de parto, eu teria ido no TREM FANTASMA ao invés de cogitar uma indução. Susto para soluço, no máximo.
Ah, as menas!
A gente vive esbarrando com elas. Numa discussão sobre a supremacia do leite humano para filhotes humanos, na valorização do parto ativo e natural como resgate da segurança/plenitude da mulher e bebê, sempre vem a pérola:
'Ah, mas ninguém é menos mãe por ter feito cesárea blablabla, porque eu precisei, prq minha filha tava com 200Kgs intra-utero, trezentas voltas de cordão, blablabla'
'Vocês acham que são mais mãe só porque amamentam a criança com 12 anos e arriscam a vida em parto natural'
E quem foi a criatura DESMIOLADA que falou uma sandice dessas? Tá, tá bom, quem é que insinuou uma besteira dessas? Arriscar a vida, pedro bó, oi????
Simplesmente, ficar nessa de que 'menas main' é furada, via de nascimento NÃO é mãezímetro - vai dizer o que, que mãe adotiva é uma mãe péssima??? Só que os filhos merecem no mínimo nosso melhor - no mínimo. Aprendemos a colocar algumas coisas na balança, postergar planos, modificar outros. E por isso, existem algumas 'desculpas' que não entendo: lista prática de motivo-pra-cesárea -> o que falar para seu filho quando ele tiver 15 anos.
1) cesárea-com-manicure-pra-ficar-bonita-na-foto? Pro vovô assistir? 'ai, filho, mamãe não quis esperar o parto normal que seria melhor para você porque queria ficar bonita na foto da maternidade'.
2) cesárea para não ter estria? 'filhinho, mamãe sabia que era melhor para vc nascer de parto normal, mas a barriga da mamãe lisinha era mais importante que o eventual risco de vc ficar na UTI uns diazinhos'.
3) Não quis amamentar pro peito não 'cair'? 'Filho, meus peitos eram muito mais importantes para mim do que a eventual melhora na sua saúde'.
4) Ficou com medo da periquita? Medo do parto, da dor? 'Filho, mamãe teve você de cesárea porque não achei que valia a pena tentar encarar meus medos profundos.'
Sim, existem uma grande quantidade de cesáreas/desmames por idolatria aos médicos, por pressão da família/amigos, por falta de apoio. Porém, essas mães não terão dificuldade nenhuma de explicar isso para seus filhos.
Façam isso. Qualquer decisão, pensem em como explicar isso para seu filho. É interessante ver o resultado.
Você se preocupa demais?
Eu não tenho tempo para me preocupar demais. Dois filhos, marido, casa, lazer já ocupa 110% do meu tempo.
Tenho alguns princípios/mantras: meus filhos não são burros, meus filhos seguem a lei do menor esforço, são saudáveis e se desenvolverão bem desde que eu não atrapalhe (muito).
Não me preocupo muito se dou muito ou pouco colo, se fala cedo, aprende a ler, gosta de dormir, não quer acordar cedo, não gosta de tomate, não quis almoçar, quer dormir na minha cama, mama com 2 anos, se acorda 15 vezes a noite, se quer escolher suas roupas. Nariz escorrendo e tosse não é doença. Bebês caem. Crianças sabem o quanto precisam comer. Se você der espaço, seu filho quererá cada vez mais aprender coisas novas. Carinho e colo não estragam ninguém - nem adultos. Ignorar alguém não melhora auto-estima de ninguém - nem adultos. Seu filho é humano, e tem sentimentos como os seus - não faça com seu filho o que você não quer que faça com você.
Palpites para criação de filhos: tente não atrapalhar. Aceite as limitações temporárias, mas incentive-o a crescer. Respeite seus desejos e emoções. Tenha poucas regras, simples e com propósito. Seu filho fará o que ele precisa fazer, e não o que você deseja que ele faça. Simplesmente, com respeito e tempo, eles aprenderão e crescerão, não carece que os jogue de seus berços.
Esteja sempre aberta a rever as regras. Não, seu filho não irá se encaixar na sua vida, sua vida irá se encaixar para receber a dádiva do filho. Não inverta as prioridades, não acredite que tudo é para sempre. Sim, seu filho irá crescer, e você não pode impedir.
Tenho alguns princípios/mantras: meus filhos não são burros, meus filhos seguem a lei do menor esforço, são saudáveis e se desenvolverão bem desde que eu não atrapalhe (muito).
Não me preocupo muito se dou muito ou pouco colo, se fala cedo, aprende a ler, gosta de dormir, não quer acordar cedo, não gosta de tomate, não quis almoçar, quer dormir na minha cama, mama com 2 anos, se acorda 15 vezes a noite, se quer escolher suas roupas. Nariz escorrendo e tosse não é doença. Bebês caem. Crianças sabem o quanto precisam comer. Se você der espaço, seu filho quererá cada vez mais aprender coisas novas. Carinho e colo não estragam ninguém - nem adultos. Ignorar alguém não melhora auto-estima de ninguém - nem adultos. Seu filho é humano, e tem sentimentos como os seus - não faça com seu filho o que você não quer que faça com você.
Palpites para criação de filhos: tente não atrapalhar. Aceite as limitações temporárias, mas incentive-o a crescer. Respeite seus desejos e emoções. Tenha poucas regras, simples e com propósito. Seu filho fará o que ele precisa fazer, e não o que você deseja que ele faça. Simplesmente, com respeito e tempo, eles aprenderão e crescerão, não carece que os jogue de seus berços.
Esteja sempre aberta a rever as regras. Não, seu filho não irá se encaixar na sua vida, sua vida irá se encaixar para receber a dádiva do filho. Não inverta as prioridades, não acredite que tudo é para sempre. Sim, seu filho irá crescer, e você não pode impedir.
Nem sempre é fome!
Eu tô meio cansada dessa coisa de deduzir que todo choro persistente é fome.
O bebê é tratado como um enorme sistema digestório: se chora, é fome, gases, cólicas intestinais. No bebê amamentado então, onde não se vê o leite 'entrando', não dou 3 minutos para aparecer uma santa alma tentando te ajudar: dá mucilon, dá NAN, teu leite é fraco, vc tem pouco leite, teu leite secou.
Quando eu não era mãe, achava que as pós-maternidade tinham um dom superior de adivinhar o que os bebês sentiam pelo choro. Ah, uma sede (água na mamadeira), fome (leite com mucilon na mamadeira) e pronto, chupeta, bebê quieto. Mal sabia eu que mamadeira e chupeta são mascaradores de necessidades reais.
O fato é, depois de alguns poucos meses é possível identificar a maior parte das vezes necessidades, mas apenas de seu PRÓPRIO bebê. Mas haverão vezes em que não faremos idéia do que a bolinha chorona precisa e, enfim, esses dias passarão.
Mas, se seu filho chora mais do se espera, acorda já chorando, verifique a quantidade de sonecas. Bebês com sono e cansados choram, choram, choram, e pasmém, dormem pessimamente. Antes de acreditar que o leite do peito 'acabou' ou que é pouco, verifique se o bebê dorme o suficiente. Qualquer coisa, passem na Soluções.
Bebê que dorme pouco pode até mamar 'mal' e engordar pouco. Agora, tascar uma mamadeira de NAN só vai fazer seu filho ficar estufado e desmaiar para fazer essa digestão. Não é porque a mamadeira 'resolveu' que o problema era fome!
O bebê é tratado como um enorme sistema digestório: se chora, é fome, gases, cólicas intestinais. No bebê amamentado então, onde não se vê o leite 'entrando', não dou 3 minutos para aparecer uma santa alma tentando te ajudar: dá mucilon, dá NAN, teu leite é fraco, vc tem pouco leite, teu leite secou.
Quando eu não era mãe, achava que as pós-maternidade tinham um dom superior de adivinhar o que os bebês sentiam pelo choro. Ah, uma sede (água na mamadeira), fome (leite com mucilon na mamadeira) e pronto, chupeta, bebê quieto. Mal sabia eu que mamadeira e chupeta são mascaradores de necessidades reais.
O fato é, depois de alguns poucos meses é possível identificar a maior parte das vezes necessidades, mas apenas de seu PRÓPRIO bebê. Mas haverão vezes em que não faremos idéia do que a bolinha chorona precisa e, enfim, esses dias passarão.
Mas, se seu filho chora mais do se espera, acorda já chorando, verifique a quantidade de sonecas. Bebês com sono e cansados choram, choram, choram, e pasmém, dormem pessimamente. Antes de acreditar que o leite do peito 'acabou' ou que é pouco, verifique se o bebê dorme o suficiente. Qualquer coisa, passem na Soluções.
Bebê que dorme pouco pode até mamar 'mal' e engordar pouco. Agora, tascar uma mamadeira de NAN só vai fazer seu filho ficar estufado e desmaiar para fazer essa digestão. Não é porque a mamadeira 'resolveu' que o problema era fome!
A cólica - Por Dr. González
Os bebês ocidentais costumam chorar bastante durante os primeiros meses, o que se conhece como cólica do lactente ou cólica do primeiro trimestre. Cólica é a contração espasmódica e dolorosa de uma víscera oca; há cólicas dos rins, da vesícula e do intestino. Como o lactente não é uma vesícula oca e o primeiro trimestre muito menos, o nome logo de cara não é muito feliz. Chamavam de cólica porque se acreditava que doía a barriga dos bebês; mas isso é impossível saber. A dor não se vê, tem de ser explicada pelo paciente. Quando perguntam a eles: “por que você está chorando?”, os bebês insistem em não responder; quando perguntam novamente anos depois, sempre dizem que não se lembram. Então ninguém sabe se está doendo a barriga, ou a cabeça, ou as costas, ou se é coceira na sola dos pés, ou se o barulho está incomodando, ou simplesmente se estão preocupados com alguma notícia que ouviram no rádio. Por isso, os livros modernos frequentemente evitam a palavra cólica e preferem chamar de choro excessivo na infância. É lógico pensar que nem todos os bebês choram pelo mesmo motivo; alguns talvez sintam dor na barriga, mas outro pode estar com fome, ou frio, ou calor, e outros (provavelmente a maioria) simplesmente precisam de colo.
Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).
Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.
“Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.
Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.
Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).
Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.
Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.
Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.
No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.
A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso... Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca... Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.
Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).
Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.
2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.
3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.
4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.
5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.
6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.
No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.
As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.
Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?
Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction. Pediatrics 1984;74:998-1003
Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González
Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas
Copiado daqui
Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).
Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.
“Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.
Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.
Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).
Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.
Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.
Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.
No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.
A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso... Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca... Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.
Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).
Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.
2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.
3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.
4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.
5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.
6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.
No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.
As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.
Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?
Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction. Pediatrics 1984;74:998-1003
Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González
Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas
Copiado daqui
As linhas tortas do desenvolvimento
Uma idéia completamente errada que temos é que o desenvolvimento das crianças é linear, previsível, sempre 'para frente' e dirigida pelos pais.
Não, o desenvolvimento não é linear. A melhor descrição são saltos; vai de dia em dia, pouco a pouco, e de repente da noite para o dia acontecem mudanças drásticas - e imediatamente antes poderiam ter episódios de 'regressão'. Três passos para frente, um para trás. Os bebês não crescem conforme o que queiramos, o que podemos é perceber certos tempos e gentilmente modificar alguns pequenos detalhes.
'Ensinar' a dormir de noite, dormir sozinho e a noite toda, 'ser independente' (seja lá o que isso signifique), mamar menos, ter rotina é simplesmente perda de tempo! Uma 'vitória' do seu jeito de ver hoje não diz nada do dia de amanhã, porque o desenvolvimento não é retilíneo; uma noite no berço não dá nem margem de garantia de que amanhã será levemente parecido.
Nosso papel como pais não é ter um bebê 'perfeito' aos olhos dos outros. É respeitar o ritmo próprio, é protegê-los do mundo insensível e competitivo pelos primeiros anos da infância. É limpar o caminho para que nossos filhos se desenvolvam: aprender a não atrapalhar e não deixar que atrapalhem.
Esqueça, bebês pequenos mamam várias vezes à noite, acordam, e tem um ritmo próprio - aceite isso. Eles se tornarão adultos sozinhos, não interessa o que você faça, provavelmente quebrar o ritmo só irá atrapalhar mais. Nenhum adolescente saudável reclama por ficar sozinho em casa sem os pais. Ninguém mama até os 18 anos. Ninguém chega na faculdade sem saber diferenciar noite do dia. Todos são feitos naturais, não se 'ensina' simplesmente. Podem ser levemente estimulados, mas não ensinados - interferir nos ciclos de desenvolvimentos é uma afronta ao desenvolvimento.
Não posso acreditar que ficar sem colo, ser ignorado, não ter seus sentimentos respeitados faça adultos melhores. Não posso acreditar que uma criança é mais inteligente por descobrir que não pode contar com nenhum adulto para ampará-la. Se não quisesse ter trabalho, comprasse uma samambaia.
Não, o desenvolvimento não é linear. A melhor descrição são saltos; vai de dia em dia, pouco a pouco, e de repente da noite para o dia acontecem mudanças drásticas - e imediatamente antes poderiam ter episódios de 'regressão'. Três passos para frente, um para trás. Os bebês não crescem conforme o que queiramos, o que podemos é perceber certos tempos e gentilmente modificar alguns pequenos detalhes.
'Ensinar' a dormir de noite, dormir sozinho e a noite toda, 'ser independente' (seja lá o que isso signifique), mamar menos, ter rotina é simplesmente perda de tempo! Uma 'vitória' do seu jeito de ver hoje não diz nada do dia de amanhã, porque o desenvolvimento não é retilíneo; uma noite no berço não dá nem margem de garantia de que amanhã será levemente parecido.
(procure mais sobre saltos de desenvolvimento e mamadas no GVA)
Nosso papel como pais não é ter um bebê 'perfeito' aos olhos dos outros. É respeitar o ritmo próprio, é protegê-los do mundo insensível e competitivo pelos primeiros anos da infância. É limpar o caminho para que nossos filhos se desenvolvam: aprender a não atrapalhar e não deixar que atrapalhem.
Esqueça, bebês pequenos mamam várias vezes à noite, acordam, e tem um ritmo próprio - aceite isso. Eles se tornarão adultos sozinhos, não interessa o que você faça, provavelmente quebrar o ritmo só irá atrapalhar mais. Nenhum adolescente saudável reclama por ficar sozinho em casa sem os pais. Ninguém mama até os 18 anos. Ninguém chega na faculdade sem saber diferenciar noite do dia. Todos são feitos naturais, não se 'ensina' simplesmente. Podem ser levemente estimulados, mas não ensinados - interferir nos ciclos de desenvolvimentos é uma afronta ao desenvolvimento.
Não posso acreditar que ficar sem colo, ser ignorado, não ter seus sentimentos respeitados faça adultos melhores. Não posso acreditar que uma criança é mais inteligente por descobrir que não pode contar com nenhum adulto para ampará-la. Se não quisesse ter trabalho, comprasse uma samambaia.
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