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Memes epic win

Pra quem ainda acha que internet é coisa besta, vai lá minha opinião: http://youpix.com.br/colunistas/pelo-direito-de-usar-o-corrao/


E aí que vcs conhecem o Nyan Cat, certo?



E olhe o que foi desenhado ONTEM pelo meu filho:



!!!!!!!!



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Generalizações: manuseie com cuidado, inflamável

O poder de abstração é certamente uma de nossas maiores característica como humanos. Criancinhas muito pequenas, nas primeiras palavras, já consegue ligar claramente um desenho ao item da vida real, por mais estilizado que o desenho possa ser. Bebês humanos nascem assim, com essa função de detecção de padrão e repetição ligada ininterruptamente. Uma coisa é clara: a gente nasceu é pra achar padrões. Nosso cérebro funciona baseado nisso! Nossos argumentos, experiências de vida e tudo o mais.

Mas isso é lindo até determinado ponto. Generalizações são meio que ODIADAS VEEMENTEMENTE por 98.7% dos adultos alfabetizados (invenções de estatísticas, quem nunca?). E pra concluir antes de começar, vou dizer que tem uma puta dose de umbiguismo nisso aí (sim, é óbvio que isso aí é a minha opinião, ia ser de quem, do meu vizinho?).

Generalizações vem em caixinhas mais ou menos assim: 'cadeiras tem 4 pernas'. O que isso significa? É o nosso cérebro fazendo um agrupamento de todas as cadeiras que vimos na nossa vida toda, faz um balanço, tira os pontos extremos, e gera uma frase que se aplica na grande parte dos contextos gerados. Aí, nossa excelentíssima cadeira elaborada pelo Oscar Niemeyer tem uma perna só (vai por mim, ele faz ser possível); obviamente, como todos os objetos falam, esta cadeira, adepta do cadeirismo livre, começa:

'O QUE??? COMO ASSIM, QUE GENERALIZAÇÃO É ESSA?? EU NÃO SOU CADEIRA, ISSO???? QUE ABSURDO, ISSO AÍ É PRECONCEITO CONTRA CADEIRAS-SACI!!!!'

Aí você tem que ficar toda toda pisando em ovos, pra poder falar que 'a maior parte das cadeiras tem 4 pernas' ou 'as cadeiras tem a tendência a ter 4 pernas'. Esta cadeira, num ímpeto de quem não curte estatística, deu xilique porque o umbigo dela era grande demais para reparar que, olha só, ela pode ser exceção e/ou menor parte. E a generalização inclui e não exclui! 'Cadeiras tem 4 pernas' é totalmente diferente de 'TODA cadeira tem 4 pernas'. Lógicas como 'se eu não tenho 4 pernas não sou uma cadeira' ou 'se eu sou uma cadeira tenho 4 pernas' são toscas, erradas, absurdas.

Existem então dois problemas: generalizações erradas mesmo (exemplo: negro é ladrão. Daonde isso?) e gente que extrapola coisa que não devia das generalizações. Quer ver eu nem mexer a pestana com generalizações corretas?

'Mulheres são mais emotivas que homens' - ah não, cejura?
'Mulheres escolhem áreas de saúde ou humanas' - né? Vou discordar se sou a ÚNICA programadora da sala?
'Mulheres falam mais que homens' - deve ser verdade, eu pelo menos FAÇO MINHA PARTE! hahahaha

Muitas vezes as generalizações NÃO são verdadeiras dependendo do contexto. Toda nossa experiência pessoal, por mais importante que seja, não representa o mundo. Representa a realidade mais parecida conosco - a gente só convive com quem é parecido conosco. Sempre é justo questionar se a generalização se aplica, porque de algum modo ela muda os caminhos dos pensamentos. Exemplos:

'Amizades femininas são falsas' - sério que vocês vêem isso? Não chega nem perto do que eu vejo desse lado
'Mulheres são fúteis' - gente, pode ser. Deve ter muita gente fútil nesse mundo. Mas será que numa porcentagem pra podermos generalizar sem ofender os dados mais que o normal?


Eu adoro generalizações, simplifica o pensamento, nos ajuda a compreender mais, nos dá diretrizes caso reencontremos esses padrões. Não precisa ser Einstein pra notar que as generalizações não nos representam individualmente, mas dá pra fazer um esforço e olhar o todo? Rola perceber que a gente é parte da coisa - e não a maior parte? Rola se aproveitar da generalização correta para identificar padrões em outras pessoas?


O ponto é: e aí, a gente tem generalizações razoavelmente corretas (i.e. - devem representar mais de 90% das situações). O que fazemos a partir de então?

Por que as mulheres são mais emotivas que os homens? Alguém ainda vai ficar de palhaçada dizendo que é por causa dos hormônios ou vamos aqui de mea culpa assumir que nós como sociedade criamos meninos e meninas de maneiras diferentes?
Por que as mulheres são as que param de trabalhar quando se tem crianças em casa? Por que o homem é escolhido como tendo mais potencial no emprego? Por que as mulheres ganham menos que os homens?

Não tenho nenhum nenhumzinho problema de assumir que as mulheres são biologicamente diferentes dos homens (helloooooooooow, não matei essa aula porque era de reprodução humana! Aprendi muito bem essa parada). Agora nós temos um monte de mulher que culturalmente é diferente dos homens, e que nota-se que a gente tem que fazer algo. Generalizações são amigas - podem servir de ponto de partida pra mudança - e não -comida- algo a odiar.

Ah, pra lembrar porque nunca é demais: a gente não quer direitos iguais, a gente quer direitos IGUALITÁRIOS.
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