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Maternidade e feminismo

Já falei disso aqui e aqui.

Uma das coisas MAIS feministas que já fiz na minha vida foi virar mãe.
A gravidez, o parto e amamentação, toda a maternagem em si, me trouxeram uma visão que nunca imaginei. Todo o processo é intrinsecamente feminino, é o poder feminino, é a força de nós mesmas. Temos que nos redescobrir, descobrir uma força que nem sabíamos.

Precisamos lutar contra uma machismo absurdo de que somos defeituosas e não somos capazes de conceber ou gestar e parir, o machismo de que 'pariremos em dores', o machismo de que não conseguiremos amamentar, o machismo de que somos obrigadas a voltar a trabalhar imediatamente para servir AOS homens. O sistema médico de obstetra/hospital/pediatra decidindo tudo na vida do bebê tira toda e qualquer autonomia da mãe (e do pai). É um sistema em que mães inseguras são alimentadas por médicos e dotôres, para as decisões mais estúpidas e variadas.

O processo de aceitar seu corpo como perfeito, de aceitar que somos TÃO capazes quanto o corpo masculino, que temos todo o direito de nos deliciarmos com o bebê pequeno, que podemos amar imensamente é de um feminismo enorme.

Para mim, não amamentar para 'não cair os peitos', ou não ficar sendo 'parasitada', dar mamadeira pra ficar 'livre', deixar chorando pra 'acostumar' ou não quer ter parto normal para não 'sofrer' é tudo pensamento machista e/ou egoísta: porque o corpo feminino é defeituoso é precisa de ajuda da medicina ou da indústria de leites pra sermos 'iguais' aos homens.  Ser mãe é uma responsabilidade biológica maior que ser pai (na primeira infância), e isso não tem o que fazer.

O único motivo mais plausível é: não querer cuidar de crianças (dã!). Não dá pra ser mãe ou pai pela metade.

5 comentários:

Cláudia Rodrigues disse...

Perfeito, fechou com chave de ouro!

Carolina Rodrigues disse...

Wowwwww...ssem comentarios!

Mariana Faria disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Nanda disse...

Fantástico, Ártemis! É exatamente o que eu penso, posto de uma forma tão delicada que eu nunca conseguiria... Genial! ;)

Unknown disse...

muito bom!

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