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Relapsa é meu sobrenome

Admito. Sou a pessoa mais preguiçosa do planeta. Eu e o marido fazemos o mínimo necessário para que a casa só fique suja, e não nojenta. Nosso algoritmo é sempre limpar o que tá pior e fim.

Então você deduz que eu sou desencanada. Meio que ao extremo haha.

Perguntaram peso e altura dos meninos e eu não sabia. Juro gente, altura eu chutaria uns 10 cms a mais ou a menos, e o peso uns 3 quilos a mais ou a menos. Sou do tipo que não tem termômetro em casa, que avalia a febre entre 'alta' e 'baixa'. Sou do tipo que, quando a criança tá doente, vai no pediatra só pra pegar atestado.

De alguma maneira penso que eu deveria me preocupar mais, mas por esta mesma razão eu não consigo me preocupar com não me preocupar.
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Mamadeira

Para M.

Usualmente eu não sou do tipo que 'acusa' complemento, porque sei exatamente que o calo aperta, que estamos sensíveis, que tudo conspira para que não consigamos amamentar. Não acuso, não acuso *mesmo* quem oferece complemento, embora que
complemento é usado como desculpa e salvação para tudo pelos médicos. Mas um problema de cada vez, né? E não vou entrar no mérito do leite artificial vs leite natural, esse tá todo mundo careca de saber.

Olha, para usar o adjetivo 'demoníaca' eu teria que acreditar em 'demônio'. Por esta definição, não, a mamadeira não é demoníaca. Ela simplesmente tem uma dúzia de contras e nenhum a favor. Oh, wait!

Vou aqui fazer uma simples comparação entre oferecer líquidos (incluindo leite artificial) em mamadeira comparados com outros métodos.


Contras:
- Bebês tendem a desaprender a sugar o seio, porque a sucção é diferente (mas PARECIDA!)
- Bebês tendem a não querer mais empregar força.
- Bebês enchem o estômago de algo que não é leite materno.
- A posição favorece otites.
- A sucção piora a arcada, atrapalha o desenvolvimento orofacial.
- A criança 'vicia' em sugar, sugando muito mais que o necessário.
- A criança começa a depender emocionalmente do objeto.
- Crianças maiores começam a gostar de assistir TV ou ir dormir com o leite na boca, causando cáries.

Gente, NUNCA vi uma criança de 3 ou 4 anos que dependa do copinho para ir dormir. Ou que só tome leite no copo com rosca. Nunca vi ter que fazer trocas de natal ou na casa da bruxa pra criancinha largar o copinho.
Mamadeira por outro lado...

A favor:

- Todo mundo ganha umas 5 na gravidez.
- O bebê consegue usar sozinho (Ai carai!)
- São mais 'práticas', ninguém tem medo de dar (uiuiuiui). Detalhe, né, que ninguém lembra que tem que insistir pro bebê aprender a pegar mamadeira e chupeta... E medo de dar mamadeira ninguém tem.


Mamadeira desmama SIM! Piora a pega, desestimula a produção, e tudo o mais. Mamadeira nunca deveria ser opção de quem pretende continuar amamentando (1 ou 2 vezes por dia, que seja). Se não aconteceu com teu filho, que bom. Ou já pensou que PODE ter ocorrido alguma coisa, que apenas não conseguimos perceber que houve sim um desvio que poderia ser evitado?

Estatística é assim, a gente olha os fatos, analisa qual o nosso lado mais provável e jogamos a sorte.
Se crianças que usam mamadeira tem mais chance de ter otite, rinite/problemas respiratórios, problemas ortodônticos, além da dependência psicológica do objeto... por que é que eu vou usar??? Mesmo que todos os artigos estejam errados, que os artigos de fonoaudiólogos/pediatras/dentistas/etc estejam com o viés errado, vale ainda pelo esforço de ter que tirar depois?


É ruim, é péssima. E não sou eu que digo isso:

Artigos:
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0124-00642007000200004
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&script=sci_arttext
http://www.jped.com.br/conteudo/06-82-05-395/port_print.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572006000200002&script=sci_arttext


Tópicos do GVA:

http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5475181539656891205
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=2552037067270817991
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5515320031979371510
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=5518294408490594521


http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2010/12/dai-o-que-substituiria-mamadeira.html
http://mamadeiranuncamais.blogspot.com/2011/01/o-bebe-que-e-alimentado-por-mamadeira.html
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Maternidade e feminismo

Já falei disso aqui e aqui.

Uma das coisas MAIS feministas que já fiz na minha vida foi virar mãe.
A gravidez, o parto e amamentação, toda a maternagem em si, me trouxeram uma visão que nunca imaginei. Todo o processo é intrinsecamente feminino, é o poder feminino, é a força de nós mesmas. Temos que nos redescobrir, descobrir uma força que nem sabíamos.

Precisamos lutar contra uma machismo absurdo de que somos defeituosas e não somos capazes de conceber ou gestar e parir, o machismo de que 'pariremos em dores', o machismo de que não conseguiremos amamentar, o machismo de que somos obrigadas a voltar a trabalhar imediatamente para servir AOS homens. O sistema médico de obstetra/hospital/pediatra decidindo tudo na vida do bebê tira toda e qualquer autonomia da mãe (e do pai). É um sistema em que mães inseguras são alimentadas por médicos e dotôres, para as decisões mais estúpidas e variadas.

O processo de aceitar seu corpo como perfeito, de aceitar que somos TÃO capazes quanto o corpo masculino, que temos todo o direito de nos deliciarmos com o bebê pequeno, que podemos amar imensamente é de um feminismo enorme.

Para mim, não amamentar para 'não cair os peitos', ou não ficar sendo 'parasitada', dar mamadeira pra ficar 'livre', deixar chorando pra 'acostumar' ou não quer ter parto normal para não 'sofrer' é tudo pensamento machista e/ou egoísta: porque o corpo feminino é defeituoso é precisa de ajuda da medicina ou da indústria de leites pra sermos 'iguais' aos homens.  Ser mãe é uma responsabilidade biológica maior que ser pai (na primeira infância), e isso não tem o que fazer.

O único motivo mais plausível é: não querer cuidar de crianças (dã!). Não dá pra ser mãe ou pai pela metade.
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Meu pediatra mandou...

Ah, quer um título de tópico que me arrepia os cabelos da nuca é as 'mandações' de médico. Argh, que é isso, médico tem a CAPACIDADE de mandar e desmandar? A gente tem 3 anos pra ter que obedecer?

Aliás, se ele tem diploma e pode mandar e desmandar, eu tb tenho. Pelo seu próprio bem, NUNCA mais use o internet explorer. #bjmeligafui
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Doencinhas

Já escrevi sobre isso muito bem aqui:
http://mamaecintia.blogspot.com/2009/12/quem-tem-medo-de-febre.html

Sabe que eu tenho uma sorte absurda de grande com meus filhos. Sob nenhuma hipótese posso dizer que tem algum 'problema de saúde', alguma doença crônica ou relacionado. Quer dizer, eles parecem ótimos pra mim, até mesmo pro pediatra.

Não saberia viver de outro jeito, mas a vida pra mim é simples demais. Eu tenho muito pouco tempo nessa vida para ficar me preocupando com coisa pouca. Não que eu pulo de alegria quando meus filhos adoecem, mas é um fato pra mim tão normal quanto fazer dormir, limpar fralda suja ou lavar a roupa. Tem dias que eles dormem mal, tem dias que estão mal-humorados, tem dias que estão gripados. Uai, vou fazer o que, chorar? Ir no pronto-socorro 'ver o que é'? Como se EU fosse no pronto-socorro a cada gripe, a cada cocô amolecido. Por que o pânico de criança doente??? Acham o que, que vai 'piorar' só porque.. sei lá, a otoridade-o-médico não encostou na criança? Ou acham que médico tem bola de cristal e adivinha o futuro?

Não entendo esse mecanismo. Alguém vai no médico porque está com dor de cabeça naquele dia? Torcicolo? Não, porque sabemos que nosso corpo tem uma capacidade boa de recuperação. E porque não damos a chance para nossos filhos se curarem? É claro que qualquer doença pode piorar, mas... entrar com duzentos remédios contra sintomas não vai impedir nada.

Tenho que a impressão que 95% dos problemas da vida se resolvem magicamente espontaneamente em menos de 3 dias. E infelizmente, médicos não contam com tarot ou runas para decidir porque seu filho chora de madrugada ou espirra. Médicos carecem de sintomas decentes.
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A angústia da separação ou crise dos oito meses

Tradução de um trecho do capítulo O Choro e as Separações do livro The Science of Parenting de Margot Sunderland. Esse livro foi premiado em 2007 pela Academia Britânica de Medicina como o melhor livro de medicina popular. Não é um simples livro de conselhos para pais, mas sim um livro que, baseado em mais de 800 experimentos científicos, explica o que a ciência nos diz sobre como os diferentes tipos de criação afetam os nossos filhos.


Quando o bebê chega aos seis ou oito meses de idade, começa a operar a angústia da separação que, geralmente, continua a se manifestar de uma forma ou outra até os cinco anos. Em breve o bebê começa a sentir pânico quando não vê sua mãe. É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. A mãe é o seu mundo, é tudo para o bebê, representa sua segurança.

Um pouco de compreensão

O bebê não está “chatinho” nem “grudento”. O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe e, se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver. O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema e, como adultos, aprendemos a controlá-lo com distrações cognitivas.

Se você não está, como ele sabe que você não foi embora para sempre?

Você não pode explicar que vai voltar logo, porque os centros verbais do seu cérebro ainda não funcionam. Quando ele aprender a engatinhar, deixe-o segui-la por todas as partes. Sim, até ao banheiro.
Livrar-se dele ou deixá-lo no cercadinho não só é muito cruel, também pode produzir efeitos adversos permanentes. Ele pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro.



Isso pode resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. Pouco a pouco, ele vai sentir-se mais seguro da sua presença na casa, principalmente quando comece a falar.

separação aflige as crianças tanto quanto a dor física

Quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, tristemente, é isso o que fazem muitos pais. Não conseguem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.

Às vezes, impulsamos nossos filhos a ser independentes antes do tempo

Nossas decisões como padres podem empurrar nossos filhos a uma separação prematura. Um exemplo seria enviá-los a um internato (1) pequenos demais. As crianças de oito anos ainda podem ser hipersensíveis à angústia da separação e ter muita dificuldade em passar longos períodos de tempo longe dos seus pais. Sua dor emocional deve ser levada a sério. O Sistema GABA do cérebro é sensível âs mais sensíveis mudanças do seu entorno, como a separação de seus pais. Estudos relacionam aseparação a pouca idade com alterações desse sistema anti-ansiedade.

As separações de curto prazo são prejudiciais

Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo HPA do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta. É muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. Os estudos com mamíferos superiores revelam que os bebês separados de suas mães deixam de chorar para entrar num estado depressivo.

Param de brincar com os amigos e ignoram os objetos do quarto. À hora de dormir há mais choro e agitação. Se a separação continuava, o estado de auto-absorção do filho se agravava e lhe conduzia à letargia e a uma depressão mais profunda. 

Pesquisas realizadas nos anos setenta demonstraram que alguns bebês cuidados por pessoas desconhecidas durante vários dias entravam em um estado de luto sofriam de um trauma que continuava a afligir-lhes anos depois. Os bebês estudados estavam sob os cuidados de adultos bem intencionados ou em creches residenciais durante alguns dias. Seus pais iam visitá-los, mas basicamente, estavam em mãos de adultos que eles não conheciam.
Um menino que se viu separado de sua mãe durante onze dias deixou de comer, chorava sem parar e se jogava ao chão desesperado. Passados seis anos, ele ainda estava ressentido com sua mãe. Os pesquisadores observaram a inúmeras crianças que haviam sido separadas de seus pais durante vários dias e se encontravam em estado de ansiedade permanente. Muitos passavam horas imóveis, olhando a porta pela qual havia saído sua mãe. Aquele estudo, em grande parte gravado em filme, mudou no mundo inteiro a atitude em relação às crianças que visitam suas mães no hospital.

Mas, não é bom o estresse?

Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”. O que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos.

(1) Nota da tradutora: a autora é inglesa e o sistema de internato é muito comum no Reino Unido.


Originalmente postado na PR
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Texto 'I won’t ask you why you didn’t breastfeed'

Em inglês. 
http://networkedblogs.com/5o2je
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Ah, as menas!

A gente vive esbarrando com elas. Numa discussão sobre a supremacia do leite humano para filhotes humanos, na valorização do parto ativo e natural como resgate da segurança/plenitude da mulher e bebê, sempre vem a pérola:

'Ah, mas ninguém é menos mãe por ter feito cesárea blablabla, porque eu precisei, prq minha filha tava com 200Kgs intra-utero, trezentas voltas de cordão, blablabla'
'Vocês acham que são mais mãe só porque amamentam a criança com 12 anos e arriscam a vida em parto natural'

E quem foi a criatura DESMIOLADA que falou uma sandice dessas? Tá, tá bom, quem é que insinuou uma besteira dessas? Arriscar a vida, pedro bó, oi???? 

Simplesmente, ficar nessa de que 'menas main' é furada, via de nascimento NÃO é mãezímetro - vai dizer o que, que mãe adotiva é uma mãe péssima??? Só que os filhos merecem no mínimo nosso melhor - no mínimo. Aprendemos a colocar algumas coisas na balança, postergar planos, modificar outros. E por isso, existem algumas 'desculpas' que não entendo: lista prática de motivo-pra-cesárea -> o que falar para seu filho quando ele tiver 15 anos. 

1) cesárea-com-manicure-pra-ficar-bonita-na-foto? Pro vovô assistir?  'ai, filho, mamãe não quis esperar o parto normal que seria melhor para você porque queria ficar bonita na foto da maternidade'. 
2) cesárea para não ter estria?  'filhinho, mamãe sabia que era melhor para vc nascer de parto normal, mas a barriga da mamãe lisinha era mais importante que o eventual risco de vc ficar na UTI uns diazinhos'. 
3) Não quis amamentar pro peito não 'cair'? 'Filho, meus peitos eram muito mais importantes para mim do que a eventual melhora na sua saúde'. 
4) Ficou com medo da periquita? Medo do parto, da dor? 'Filho, mamãe teve você de cesárea porque não achei que valia a pena tentar encarar meus medos profundos.'


Sim, existem uma grande quantidade de cesáreas/desmames por idolatria aos médicos, por pressão da família/amigos, por falta de apoio. Porém, essas mães não terão dificuldade nenhuma de explicar isso para seus filhos. 

Façam isso. Qualquer decisão, pensem em como explicar isso para seu filho. É interessante ver o resultado. 
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Nem sempre é fome!

Eu tô meio cansada dessa coisa de deduzir que todo choro persistente é fome.

O bebê é tratado como um enorme sistema digestório: se chora, é fome, gases, cólicas intestinais. No bebê amamentado então, onde não se vê o leite 'entrando', não dou 3 minutos para aparecer uma santa alma tentando te ajudar: dá mucilon, dá NAN, teu leite é fraco, vc tem pouco leite, teu leite secou.

Quando eu não era mãe, achava que as pós-maternidade tinham um dom superior de adivinhar o que os bebês sentiam pelo choro. Ah, uma sede (água na mamadeira), fome (leite com mucilon na mamadeira) e pronto, chupeta, bebê quieto. Mal sabia eu que mamadeira e chupeta são mascaradores de necessidades reais.

O fato é, depois de alguns poucos meses é possível identificar a maior parte das vezes necessidades, mas apenas de seu PRÓPRIO bebê. Mas haverão vezes em que não faremos idéia do que a bolinha chorona precisa e, enfim, esses dias passarão.

Mas, se seu filho chora mais do se espera, acorda já chorando, verifique a quantidade de sonecas. Bebês com sono e cansados choram, choram, choram, e pasmém, dormem pessimamente. Antes de acreditar que o leite do peito 'acabou' ou que é pouco, verifique se o bebê dorme o suficiente. Qualquer coisa, passem na Soluções.

Bebê que dorme pouco pode até mamar 'mal' e engordar pouco. Agora, tascar uma mamadeira de NAN só vai fazer seu filho ficar estufado e desmaiar para fazer essa digestão. Não é porque a mamadeira 'resolveu' que o problema era fome!
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Mais inteligente?

Existe uma série de estudos que parecem ligar o fato de ser amamentado ao QI mais alto na infância.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080506_amamentacaointeligencia_fp.shtml
http://notexactlyrocketscience.wordpress.com/2007/11/05/metabolic-gene-and-breastfeeding-unite-to-boost-a-child’s-iq/
http://www.portaldafamilia.org/scnews/news091.shtml
http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/56/artigo68044-1.asp

QI é um teste de capacidade lógica. Não, não é um teste de inteligência, a nossa inteligência é um conceito relativo demais para um teste trivial como o QI conseguir mensurá-la. Muitos desses estudos não levavam em conta QI da mãe, ambiente socio-cultural familiar e similares; mas aparentemente, mesmo fixando essas variáveis, a diferença de QI ainda é notável nas crianças com determinada versão do gene (uns 90%).

O que absolutamente faz sentido. Não muda a vida de ninguém, né, mas pelo menos corta esse papo de 'ah, leite artificial é melhor que o natural'.
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Mamadeira não é mamá

 ou porque não queremos eufemismos
Para D.


Tem um troço que irrita até os pelinhos da nuca é esse lance de suavizar o que não deve ser suavizado. Amamentação só tem de um jeito, é in natura. É boca no peito e leite na boca, tão trivial quanto só a mamiferidade tem conseguido. Desculpe os homens, mas homem não dá mamá, dá leite: leite humano, leite artificial; no copinho, na seringa, no copo de vidro, e até na desastrosa mamadeira - mas nunca amamenta. Não tem menos pai - não gesta, não pare, não amamenta.

Do leite ordenhado

Para começo de conversa, ordenhar o leite é realmente bem mais complicado do que parece. Sim, não há bomba mais poderosa e perfeita que a boca do bebê: ela produz o leite na hora, uma fábrica on-demand, que produz sempre mais se assim requerido. A sucção do bebê é mais eficiente e eficaz, de maneira que ordenhar leva mais tempo e ainda extrai menos leite.

O leite humano é produzido em fases, digamos assim. O leite do começo é ralo, quase cinzento, rico em anticorpos, água e lactose; quanto mais o bebê extrai, mais gorduroso e amarelado vai se tornando o leite. O bebê ricamente pode escolher o tanto que necessita de cada leite, pedindo o leite a intervalos maiores ou menores, mamando mais ou menos tempo. Quanto extraimos o leite, fica tudo 'homogeneizado', e se perde esse rico balanço. Se tirar o leite do começo já não é fácil, imagine tirar o leite gorduroso do fim. Um bom empenho. Tirar o leite requer um tempo que não precisamos gastar quando temos o bebê ao alcance do peito.

Ao extrair o leite, temos que tomar uma gama de cuidados absurdos com higienização e congelamento. O leite não pode se contaminar, preocupação inexistente na embalagem original. Também o pote de armazenamento deve ser de vidro, pois o plástico absorve a gordura - diminuindo o valor calórico.

Tirar o leite requer uma boa gama de condições: vidros esterelizados, paciência, calma, relaxamento, privacidade, gelo, bolsa térmica, congelador. Eventualmente, uma bomba elétrica. Mas, com todos esses 'contras', é muito muito superior ao leite artificial.

O peito conforta, acalenta, acalma e estimula o desenvolvimento dos músculos faciais e atende à necessidade de sucção (inclusive não-nutritiva). Da maneira como a amamentação se faz, não encontramos maior incidência nem de otites de repetição nem de cárie do lactente. Um combo master-plus-plus sob medida.

Leite do peito nunca precisa esquentar, esterilizar, guardar, congelar. Ele está lá, pronto para ser fabricado a qualquer hora. Além de ser mais ecológico, vamos combinar. Porém leite humano ordenhado é simplesmente a melhor solução de todas depois do leite humano na embalagem original.

Da mamadeira
Acho que mamadeira deveria ser sei lá, proibida a venda. Ou vir com um selo 'essa tranqueira só serve para viciar a criança, desmamar e dar cáries'. Não entendo, não imagino porque associar bebê a mamadeira. Já não basta não ser no peito, já não basta ser leite artificial, ainda por cima ofertar numa geringonça que irá confundir o bebê? Fora que se tem o péssimo costume de deixar os bebês sem ajuda a tomar líquidos, pior ainda se deitados. Meio surreal.

Sim, bebê sugam mais na mamadeira. Lembra a necessidade de sucção? É, eles sugam simplesmente mais do que eles poderiam ou deveriam. Serve para que? Para que seja depois uma sessão tirar; com 4~6 anos, uma novela mexicana para tirar a mania de tomar líquidos no 'mamá' ou 'dedê'.

Dá pra viver uma vida toda sem mamadeira sem prejuízo. Tantas maneiras de ofertar líquidos. Copinhos de transição com vedante, sem vedante, seringa, copo de vidro, copo de cachaça, sonda de relactação, colher, mamadeira-colher.

Não interessa o que se diga, na GVA é real a quantidade de bebês que desprezam o peito depois de apresentados à mamadeira, por 'preguiça' de sugar o leite do fim ou similar. E perguntam, o copinho é de sugar tb, por que não desmama? Eu não sabia responder até que... vi um nenê de perto usando mamadeira. A sucção é realmente MUITO parecida com o que o bebê faz ao mamar, certamente o estímulo prazeiroso está ali presente. Plástico por plástico, me parece mais razoável a chupeta que a mamadeira. Pelo menos tem um propósito real, de satisfazer a sucção não-nutritiva.

Nem me venham com esses diminutivos apaziguadores. Dar leite, alimentar NÃO É dar mamá, que dirá amamentar.
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Diga NÃO ao desmame abrupto.

Algumas pessoas tem a idéia errônea que o melhor jeito de desmamar é colocar pimenta, losna, ruibarbo ou qualquer coisa desgostosa no peito. Ou então, desaparecer e deixar a criança sem o peito (e sem a mãe) por dias. Ou dizer que o seio está machucado.

Vou repassar um trechinho do texto que a Andréia Mortensen (moderadora das comunidades 'GVA' e da 'Soluções para noites sem choro') elaborou aqui no GVA. Dêem um pulo lá, está recheado de links e textos úteis.


Diante a tantos relatos de desmames abruptos e precoces que não resultam em melhoria no sono, pelo contrário (na comunidade ‘Soluções para noites sem choro’), resolvi agrupar informações sobre desmame abrupto e possíveis consequências para a mãe e a criança. Espero que sirvam para reflexões gerais na comunidade.

desmame abrupto é extremamente traumático para toda a família e isto infelizmente ainda é comum: algumas mães deixam de dar o peito de uma hora para outra, com soluções drásticas como dormir fora e deixar a criança aos cuidados de parentes, aplicar produtos desagradáveis nos seios para que a criança os rejeite pelo gosto ou ainda com mentiras, enganações e choques visuais, como exemplo usar um band aid nos seios e dizer a criança que estão machucados.

A amamentação é algo TÃO importante na vida da mãe e da criança, foi o início de comunicação entre mãe e filho, foi fonte de nutrição, de afeto e não deve terminar de uma maneira brusca, com artifícios, enganações, mentiras, fazendo com que a criança talvez se sinta culpada por ferir sua mãe. Essa é uma responsabilidade e culpa enormes que são transferidas para o filho no evento de um desmame repentino.

Quando perde o peito de repente, a criança se sente desolada, sofrendo uma perda, pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. A perda repentina do seio materno pode causar trauma emocional na criança, já que amamentação não é somente fonte de nutrição para o bebê, mas fonte de segurança e conforto emocional também. Não há absolutamente como explicar a um bebê que repentinamente não pode mamar mais.

Desmames abruptos não permitem que ambas partes físicas e emocionais de mãe e filho sejam trabalhadas gradualmente. Por outro lado, ao promover um desmame gradual pode-se compensar aos poucos outros tipos de atenção para compensar a perda do contato íntimo da amamentação.



Na mãe, o desmame abrupto pode resultar em ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais. Depressão pode surgir por um decréscimo abrupto dos níveis hormonais maternos, portanto mães com história anterior de DPP devem especialmente atentar para as consequencias de um desmame abrupto.


O desmame deve ser natural, consensual, em acordo entre mãe-filho, isto é, haverá um tempo e um ritmo próprio, um período da vida da mãe e do filho em que ambos aprendem a dar e receber alimento, aconchego e a se comunicarem de uma maneira nova, que não com os seios. São portanto três elementos a serem considerados de grande importância na amamentação: nutrição, afeto e comunicação. Quando ambos três itens estão plenamento supridos sem a amamentação num processo de autonomia e maturidade vindo da criança, um desmame gradual pode ser promovido.

Em outras palavras, deve ser resultado de uma maturidade da criança e não uma imposição da mãe ou de outros familiares ou conhecidos, ou ainda médicos.

No segundo ano de vida a criança necessita de vários estímulos, brincar, cantar, dançar, adquire destrezas motoras, e começa o linguajar, que é uma forma poderosa de comunicação. Quando uma criança está em um ambiente seguro, rico em estímulos, recebe carinho e atenção também do pai, ela está mais apto ao desmame total com facilidade.


Em termos de desenvolvimento, um desmame antes de 2-3 anos é precoce, o bebê ainda precisa mamar, ainda está em processo de individualização, ainda está na fase oral, os benefícios são muitos, enquanto que a troca por objetos para saciar a necessidade oral não apresenta vantagem alguma.

As consequências para o cérebro em desenvolvimento de um bebê que é submetido a mudanças permanentes e abruptas, com interferência de estranhos, choro sem consolo, negação de afeto e as violência emocional podem ser drásticas.




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Pagar pelo parto?

Muitas pessoas afirmam que não tem o parto natural porque não tem como pagar. 

A questão financeira é muito relativa. O que a gente vê é gente que se acomoda, que se endividou comprando o quartinho inútil. Que nunca parou para pensar que talvez o nascimento do filho seja mais importante que o carrinho de 1k reais. Falam que o médico cobra caro, mas não vai atrás. Fala que o SUS só tem açougue, mas não quer ver casa de parto porque 'não tem médico'. Fica com preconceito com obtetrizes e enfermeiras obstetras porque 'não são médicas'. Não quer pagar por atendimento porque 'tem no plano'. Não quer fazer pré-natal a muitos Kms de casa. 

Não é muita restrição, não? O médico tem que ser do convênio, ser humanista, e atender pertinho. Será que parcelar, negociar não seria sempre uma possibilidade? Eu não acredito em falta de dinheiro, acredito em prioridades diferentes. E não vejo muitas coisas mais importantes para um bebê do que um nascimento respeitoso, um peito cheio de leite e muito colo. 

E hoje, eu sinceramente estou pensando nos planos de saúde. Será que eles não são injustos para todos? Será que eu não deveria abandoná-los? Evoluindo o pensamento...
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Referências para Cuidados do Bebê


Comunidades no Orkut

Grupo Virtual de Amamentação - Não existe grupo melhor para amamentação!

Soluções para noites sem choro - melhor comunidade para questões de sonecas e sono

Pediatria radical - para outras questões que não sono nem amamentação tem um histórico maravilhoso.


Lista de Discussão

BestBaby - Não participo, mas sempre indicam.


Livros


Vocês podem ler uns trechinhos de alguns textos aqui.

O Bebê Mais Feliz do Pedaço - Harvey Karp
Soluções para noites sem choro - Elizabeth Pantley
Criando Bebês - Howard Chilton 
Our babies, ourselves - Meredith Small
Besame Mucho - Carlos Gonzalez
My child won´t eat- Carlos Gonzalez
The science of parenting - Margot Sunderland
The Baby Book - Sears

Mais alguma dica? ;)
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Dormindo com bebês

Um texto bem antigo, mas interessante sobre cama compartilhada.

http://colunas.g1.com.br/espiral/2008/12/19/dormindo-com-bebes/

Tem também a discussão na Soluções.

Dicas do Dr. Karp - vídeo

Eu sei que muitas já leram o resumo das dicas preciosas do Dr. Karp para bebês novinhos (aqui ou aqui).

Mas como dito é importante fazer com a intensidade necessária. O vídeo é em inglês e SEM legendas, mas acredito que para quem leu o texto acima vale a pena mesmo que não entenda as palavras.

Quem tem medo de febre?

Tenho dois filhos, um com 4 anos e um com 1 ano. Sabe quantas vezes eu já fui no pronto socorro de madrugada? Nenhuma. Sabe quantas vezes eu já liguei pra celular de pediatra desde que nasceram? Nenhuma. Tá, verdade seja dita nunca achei uma faca enfiada no braço deles ou um osso rachado. Mas eles já ficaram doentinhos várias vezes. E no que acredito para não sair correndo de madrugada?

Regra número 1: tudo parece pior de madrugada. Se seu filho não parece que vai morrer de noite (tipo, está com uma fratura exposta), leve de manhã. Se for febre, não vai piorar tanto até de manhã! Provavelmente melhorará. Entre pronto atendimento e pediatra de rotina, eu prefiro pronto atendimento, nem que seja só para pegar o diagnóstico.

Regra número 2: crianças ficam doentes. É uma realidade saudável, e você tem que aprender a conviver com isso. Doençinha, doenção, resfriado, virose. É só uma questão de acreditar que seu filho tem sim capacidade de lidar maravilhosamente com isso. Ah, nariz escorrendo e tosse não é doença. É nariz escorrendo e tosse. E um ou outro cocô mole deve ser o chocolate ou o mamão - e mesmo se não for, não faz a menor diferença.

Regra número 3: Febre não é terrível, é sinal que o corpo da criança é valente e está combatendo. A criança FAZ febre, e se for pra ter convulsão vai ter até com 37,5º.
Crianças fazem febres rapidamente. E fortes. Meu caçulinha chega a 39º facin facin.
Com o tempo, você pega o ritmo mas, como regra geral, eu uso como ponto de corte três dias com febre moderada (até 38º) ou um dia com febre alta (39º ou mais) - ou uma febre muito diferente do que o seu filho costuma apresentar. Claro, isso para uma febre sem grandes sintomas juntos (além da falta de apetite, cansaço, rotina de dormir, nariz congestionado, etc). Existem também as febres que aparecem e desaparecem misteriosamente, um sarro.
Pediatra conhecida fala que 85% das febres infantis são viroses que não requerem nenhum tratamento adicional. Deve bater com o que vejo em casa.
Algumas pessoas preferem não usar antitérmico, deixar a febre fazer o seu papel sem interferência - o que eu acho correto. Eu, particularmente, dou analgésico/antitérmico quando a criança parece muito amuada ou cansada, no mesmo esquema que faço para mim.

Regra número 4: Hospital e pronto socorro tem todo o tipo de vírus e bactérias. Só vale a pena levar se REALMENTE parecer uma doença não ordinária, que requer tratamento. É esperado culturalmente sair com uma receita de remédios mesmo quando não há necessidade, e todo exame (inclusive clínico) tem seu custo emocional.


Com o tempo, você vai pegando o ritmo da criança. Sabe o que é 'normal', o que é fora do comum. Sabe que tipo de sintomas são indicativos, e isso não existe pediatra na face da Terra que conseguiria adivinhar.

Lembrem-se, pediatra também é gente: precisamos dar uma quantidade boa de sintomas para que ele possa fechar o diagnóstico corretamente. E sim, a avaliação não depende só da competência do pediatra, depende muito mais da qualidade de informação que pudermos passar.
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