Impossível resistir à tentação; afinal, se o blog não tem comentários, comentarei eu aqui mesmo.
Nave Mãe - A evolução das mamadas
Primeiro, fazer planilhas excel das mamadas de um RN é, na melhor das hipóteses, uma idéia fadada ao fracasso. Sim, tentem engravidar fazendo planilhas das 'tarefas' noturnas; melhor: tentem gozar com planilhas. A lógica me falha para afirmar que numa situação normal tal nível de 'controle' ajude de qualquer maneira.
Amamentar exclusivo cansa, nunca vou falar o contrário. Ter um bebê cansa, e não importa o que façamos um bebê é sim um protótipo de gente, alguém que só sabe de suas limitações e desesperadamente tenta sobreviver e se desenvolver. O toque, o cheiro, o leite, essas são as matérias-primas de humanos.
Eu sempre tento fazer um exercício de colocar-me no lugar de outras pessoas, mas existem coisas que estão fora de meus limites. Por exemplo, sei que existem mulheres que simplesmente não suportam amamentar; aquele é um pedido extremado de um bebê. Algumas não conseguem não pensar no seio como um aparelho sexual, ou mesmo se sentem expostas. Certas vezes penso que o psicológico influi num ponto que toda a situação é insustentável. Eu me esforço, e entendo sim.
Mas existe uma diferença entre uma mulher que afirma não quis amamentar e outra que inventa desculpas.
E ai de meu marido se ele INSINUASSE que eu deveria parar de amamentar. A relação é entre eu e o bebê; óbvio que o apoio do pai é tudo. Aliás, apoio não é demais nessa tarefa nada intuitiva que é amamentar. Mas não vejo nada mais feminino nessa vida que amamentar. Não vejo como uma mulher poderia ser 'mais mulher' DEIXANDO de amamentar.
Engravidar é interessante, mas cansativo. Parir é emocionante e excitante, mas avassalador. Amamentar é sim a cereja do bolo da maternidade, ô se é. Sentirei certamente falta das carinhas de satisfação que só meu seio é capaz de produzir em meus bebês.
Também compreendo que maternar muda nosso centro, e muitas vezes sentimos falta de nosso antigo 'eu', das coisas que fazíamos e que parece que nunca mais conseguiremos fazer. Mas, tendo na média 2 filhos, amamentando 2 anos cada um, o máximo que amamentaremos na vida são 4 anos. Para quem pretende viver até os 90 como eu, é uma quantidade de anos baixa, extremamente baixa. Para a vida dos nossos filhos, 2 anos é um investimento muito pequeno.
E fora tudo isso, deixar de amamentar não fará diferença: você ainda não irá deixar o bebê com outros - porque ele precisa de você; você não terá ainda tempo para grandes intimidades, cinemas, jantares - o bebê ainda precisará de seu tempo total.
Culpar a amamentação pela 'dependência' dos bebês é uma incoerência, digna de quem não entende nada de psicologia infantil. Mamando ou tendo mamadeira, bebês ainda são dependentes em tempo integral.
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