Ao se internar na maternidade mais próxima, cheia de contrações, parturiente é informada que tem que tirar suas roupas, brincos, anéis e qualquer rastro de identidade que eventualmente quissesse levar.
Já vai apavorada, mas agora irá passar por uma sequência bizarra de intervenções de caráter duvidoso, como explico aqui. E terá que enfrentar tudo sozinha, sem apoio emocional ou qualquer pessoa que conheça ao seu lado. Quisera eu fosse uma ficção, mas é isso mesmo que acontece hoje. Pior, há uma lei com quase 5 anos de idade que garante o direito de acompanhante à escolha da parturiente durante todo o processo.
Essa lei é ignorada. Se alguma parturiente pergunta, as maternidades falam que não possuem espaço, ou não possuem separação entre os leitos - anos a fio. Dizem que somente mulheres podem entrar, ou que então obrigatoriamente tem que ser o pai da criança. Afirmam que só podem entrar segundos antes do parto, ou que os pais são 'frescos' e não suportariam. Ou que os acompanhantes só atrapalham, que é um ato médico e não um circo.
Se você acha bobeira, pense em sentir medo, pavor de morrer, uma dor frequente, uma fragilidade imensa, e ainda ter enfermeiras lhe falando que é bobeira. Ou não ter uma mão amiga e palavras de conforto.
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