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Uma referência no parto

Naoli explicou que adora assistir à partos onde os irmãos mais velhos estão presentes. A recepção do novo integrante, a paixão dos irmãos. Ela comentou que as crianças costumam não se assustar; na verdade, as crianças procuram uma referência. Alguém para se espelhar. E ela sempre tenta ser esse ponto focal, demonstrando que é natural e esperado.

Já perceberam que, se o bebê ou criança cai e vamos desesperados, eles se desesperam? Devem pensar assim 'poxa, se até minha mãe tá apavorada, é porque a coisa deve ser feia!'. Eles buscam em nós o guia de avaliação.  Nos partos também, é necessário esse porto para se refletir.

E eu pensei em como os adultos também precisam da referência. No parto, um evento 'desconhecido', a gente tem que se apoiar... provavelmente na doula. Enfermeiros e médicos não passam o envolvimento emocional que precisamos para este enlace, temos a impressão de impessoalidade.

Lembro de uma parturiente que contou que xingou muito durante o TP - o que não é comum, mas acontece, né. Diz ela que depois do parto o marido contou 'olha, eu achei muito esquisito, sabe. Mas as doulas estavam com uma cara tão normal que deduzi que isso acontecia sempre!'.

Que trivial. Todos ao redor pensam 'bom, se a doula está achando simples... então é simples'. É um ponto para se espelhar, uma maneira simples de avaliar a situação por uma experiência que não temos.

Por isso que insisto: para a esmagadora maioria das parturientes, ter uma doula é importante.

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