Para E.
Bebês - até um ano. Acho o cúmulo da violência deixar chorando, e não é inócuo e pode ter malefícios para a vida inteira. Agora, dar uma 'palmada', tapinha na mão ou dizer 'não' é simplesmente inútil para o nível de linguagem que um bebê tem. Um bebê precisa de uma casa segura, precisa ser contido, e não de regras ou liçõezinhas. Esqueça, cérebro pequeno, linguagem limitada! Em qualquer caso, a teoria da extero-gestação pode te dar uma ajuda nos primeiros meses!
Toddlers. Pense, você nunca passou por uma prova tão grande. Se você nunca perdeu sua paciência até hoje, reveja seus conceitos - aqui é a tua verdade, e nada mais. Comece pelo resumo do 'The Happiest Toddler on the block'. Esse álbum da Anne (que está trazendo um livro láaaaaa do Canadá pra mim, uhuuuuuu!!) tem algumas fotos e trechos do livro que eu falei.
Existem várias maneiras. Como eu disse no meu post anterior, as regras não são arbitrárias e tem que ser razoáveis, respeitar o desenvolvimento da criança. De maneira prática, a cada 'não', pense primeiro 'por que não?'. Pense se a negação não é apenas uma satisfação de suas necessidades. Pense se a criança já tem desenvolvimento suficiente para seguir àquela regra. E não adianta dizer 'não' e ficar bufando porque a criança o fez. Se não pode, NÃO PODE, e não pode nunca.
Segundo passo é como impedir a criança de fazê-lo. Não adianta o que digam, um adulto é sempre mais forte que um toddler - e podemos facilmente impedí-lo de fazer o proibido. Segurar as mãos, os braços ou mesmo levá-lo para outro recinto não é exatamente uma enorme dificuldade.
Muitas vezes, as crianças precisam de um tempo para se acalmar, simplesmente - o diálogo anterior à isso é simplesmente inviável. Para algumas crianças, funciona bem abraçar a criança fortementemente. Outras odiariam isso, e agem melhor se retiradas do 'local do crime'. Meu lema sempre foi: se acalme e DEPOIS conversamos.
Crianças pequenas necessitam de aprovação constante. Quando estão calmas, falar que 'estou muito triste por você ter feito tal coisa' atinge-as muito fortemente. Não imagino porque as pessoas não se percebem isso. E é ali que você ensinará empatia, a interdependência . E explicar como colocar os sentimentos em palavras - porque afinal, ninguém nasce sabendo. Com uns 2~3 anos, a criança aprende os 'combinados': 'olha, a gente vai brincar mais 5 minutinhos e vai sair'. A linguagem evolui, assim como sua compreensão.
Pode ser também que a criança desejasse mais atenção no momento. Pode ser que não mediu as consequências de seus atos. Pode ser uma falta de coordenação, sono, falta de linguagem para se explicar. Ou esquecimento da regra. Impulsividade. Ou que não se sente parte da decisão. Não se sente compreendida. Mas bater não ajuda em nada, só esconde a sujeira debaixo do tapete. Olhe aqui.
Não tenho certeza de como será depois, mas sei que com intuição acertarei o caminho. E que bater em criança é covardia, em qualquer situação. E em caso de pânico ou despressurização na cabine, leia este post. Aliás, aproveite e leia tudo o que já escrevi a respeito.
2 comentários:
Eu percebo que as pessoas acreditam que pais que não batem são omissos na educação dos filhos, dizem que criança sem limites pode virar até marginal, qdo a proposta da educação sem violência nada tem a ver com falta de limites.
Eu tenho a impressão que pais que se propoem a não bater têm um compromisso maior com a educação, porque estão sempre buscando mais interação e diálogo com os filhos, estudando para entender a fase de desenvolvimento e como lidar com elas, o que fazer para corrigi-los qdo o que já experimentou não deu certo, etc.
Ótimo post!
Bjs,
Van
Eu também tenho a confiança que é mais elaborado: pode parecer mais trabalhoso, mas não como esconder, né?
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