E eu sou um milhão de pessoas diferentes*

Para A.

A gente é sempre um pouco diferente em cada grupo.
No trabalho, temos uma postura, uma abertura, um papo diferente. Num grupo de mães e pais, podemos falar de nossos pimpolhos. Com aquela amiga rueira e baladeira, falamos de gatinhos e gatões. Com a tia, falamos da casa e da vida. Com o marido, falamos de outras intimidades.

Não somos 'menas pessoa' porque temos várias facetas - o conjunto delas é a nossa individualidade aplicada a diferentes situações. Nós somos sinceros com qualquer uma dessas pessoas buscando pontos de interesse mútuo, estabelecendo relacionamentos assim.

Na internet não é diferente. Com pessoas diferentes queremos ter papos diferentes, intimidades diferentes, aberturas diferentes. Então, acho digno ter perfis diferentes para coisas distintas, ou ter 'fakes' para afastar pessoas que não sejam do grupo ao qual se busca naquele perfil.

Ter um perfil é como anunciar todas as suas opiniões antes do interlocutor ter a oportunidade de esboçar qualquer reação. É despejar o que pensamos, sem avaliar se o outro compreendeu nosso objetivo, nossa história de vida. Não mostra-se empatia quando se escreve, dá-se uma dose alopática do assunto, num monólogo. Numa conversa, pode-se ir pelas 'beiradas', mostra-se a motivação e os argumentos dependendo da vontade do outro de ouvir.

A pouco tempo atrás, preferi separar meus perfis de internet, classificando-os entre profissionais e pessoais - com nomes diferentes. Não é se esconder. É selecionar quem está preparado para lhe ver daquele jeito, ou mesmo querem. Além de, é claro, de quebra ganho um nome que serei reconhecida em qualquer lugar.

Da mesma forma que não ando nua na rua, omito minhas opiniões para não agredir gratuitamente quem não está afim de lê-las. Este blog é uma exceção. Já tá escrito lá encima que se ofende quem quer, porque não mandei ler rs.


* ♪ Bittersweet Symphony - The Verve

1 comentários:

Alaya disse...

Eu li! =)
Convincente
Brigada pelo papo no momento 'crise'

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