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Limites? Só em cálculo.

Uma frase que me dá troço é 'tem que dar limites para as crianças'.
Acho tosco e simplista. Não acho que crianças precisem de maiores 'limites' que os adultos ao redor.
A expressão certa é 'regras de convivência'.

Maria Rafart, que é psicologa, sempre fala da 'teorias dos conjuntos' dos relacionamentos: temos cada um o seu 'conjunto' de individualidades. Conforme a relação com o par se firma, cada vez mais a intersecção (conjugalidade) cresce. Essa intersecção tem que ser dimensionada numa precisão cirúrgica: não pode englobar mais de um lado do que de outro, tem que ser confortável para ambos, e não pode ser TOTAL. Isto é, os dois lados manterão um tanto de sua individualidade e terão também pontos para 'ceder'.

Com filho, a relação é a mesma coisa. Conforme o filho vai se desenvolvendo, as regras podem ser mudadas e adaptadas conforme o nível de maturidade (de ambos). Algumas coisas tornam-se intoleráveis com o passar dos anos, e os acordos podem ser retificados.

Adultos não estão ali para moldar a personalidade da criança, nem para lhe quebrar o espírito. Convidamos uma nova pessoa para morar conosco, é fato que ela tem direitos tais como você - ela é sua convidada especial, e não uma inconveniência a despachar ou destruir. Explicamos passo-a-passo as regras sociais, numa repetição meio torta.

Todos aqui em casa temos 'limites' bem claros de convivência: ninguém pode se machucar, machucar os outros ou quebrar objetos alheios. Só se pode gritar no próprio quarto, e ninguém deve gritar com os outros.

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