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Um esquema alternativo de vacinações

Texto elaborado por Andréia Mortensen (mãe de Lucas e Isabella), revisado e comentado sobre alergias por Fernanda M. Hack (mãe de Clara e Isabela).

Para discutir vacinas com a opinião que os pais devem tomar as rédeas da saúde dos filhos, discutindo, pesquisando, pesando os prós e contras de cada vacina e decidir individualmente quais vacinas dar, quando dar, e quais não dar, com apoio do seu pediatra, seguem algumas considerações.

Devemos levar em consideração vários fatores, como a região que vivemos, o histórico familiar (alergias, reações severas à doses prévias da mesma vacina e outros), eventuais surtos de alguma doença, se a criança é amamentada ou não, o ambiente, se pretende frequentar berçários cedo ou ficar com a mãe em casa por algum tempo, enfim, o máximo de fatores possíveis para poder optar por esta ou aquela vacina, individualmente para seu filho (o que poderia variar entre filhos dos mesmos pais, dependendo das condições).

Nossas escolhas pessoais foram de fracionar algumas vacinas do esquema de vacinação sugerido pela AAP (Associação Americana de Pediatria, moramos nos EUA), adiar algumas e evitar completamente outras. Não quero influenciar ninguém (nem acho que devo, pois novamente, acredito que os pais devem fazer suas escolhas conscientes e diferenciadas para SEU filho). Mas vou tentar discutir aqui um pouco de como chegamos ao nosso calendário personalizado.

Eu também tenho lido e procurado me informar bastante sobre o tema e tentado ajustar o esquema de vacinação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) às necessidades da minha filha, que tem alergia alimentar múltipla e já apresentou fortes reações a algumas das primeiras vacinas. Acredito, assim, como a Deia, que devemos olhar individualmente a criança e adaptar o esquema de vacinação às necessidades de cada um.

Uma das coisas que mais me tem preocupado atualmente é a quantidade de alumínio presente em algumas vacinas. Alumínio é um co-adjuvante adicionado à formulação das vacinas com o intuito de aumentar sua toxicidade e, portanto, sua eficiência ao provocar a resposta imune. Mas o mesmo alumínio pode provocar efeitos colaterais e acumular no organismo, algo que ainda não foi ainda totalmente estudado. E justamente porque não existem estudos conclusivos sobre a toxicidade do alumínio é que fico receosa e prefiro injetar o mínimo possível por vez desse composto no organismo via vacinação.

Uma saída para esse dilema foi fracionar ao longo do tempo algumas vacinas, de acordo com sugestões do pediatra americano Dr. Robert Sears em seu livro “The vaccine book”. Gostei desse livro porque ele tentou pesar os prós e contras das vacinas à luz do que já foi pesquisado até hoje, sem tendencionismo. Em seu livro incluiu informações úteis, cientificas, reconhecendo vários argumentos de ambas correntes, e frisando que o ideal é que os pais se informem e discutam com seu pediatra as necessidades e realidades de seu filho.

Vejam seu website aqui:
http://askdrsears.com/thevaccinebook/

As informações usadas nesse tópico foram retiradas desse livro, do livro “Vaccinations: A Thoughtful Parent's Guide: How to Make Safe, Sensible Decisions about the Risks, Benefits, and Alternatives (de Aviva Jill Romm):
http://www.amazon.com/Vaccinations-Thoughtful-Sensible-Decisions-Alternatives/dp/0892819316

e de artigos científicos pesquisados na Pubmed (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=pubmed )

Outros pontos que preocupam os pais são os tecidos animais onde algumas vacinas foram cultivadas. Algumas vacinas tem cápsulas de virus ou bactérias, outras são completamente manipuladas geneticamente.

Estudos limitados, pensamentos limitados (sobre alumínio)

O alumínio não é inofensivo, mas é muito bom para induzir uma resposta imune na vacinação. Isso explica a complicação para encontrar um substituto (diferente do thimerosal que era um conservante, e não está mais sendo utilizado na formulação das vacinas).
A quantidade de alumínio nas vacinas vem sendo reduzida drasticamente e o intuito é eliminá-lo completamente da composição.
Existem boas evidências que alta concentração de alumínio é prejudicial aos humanos. Nosso organismo não absorve alumínio quando bebemos (existe alumínio na água, em alguns alimentos, em anti-ácidos, etc) Mas quando alumínio é injetado, a situação é diferente. Alumínio pode atingir doses tóxicas em administração parenteral (na veia) prolongada se os rins não funcionam bem, o que seria o caso de alguns bebês prematuros.
Além disso, o alumínio nas vacinas está sendo ligado ao desenvolvimento de uma espécie de linfoma cutâneo, justamente porque atrai essas células para o local da aplicação da vacina.

O FDA (Legisgação americana para alimentos e drogas) requer que soluções intravenosas tenham menos de 25 mcg de alumínio/litro.

Num bebê RN, a dose tóxica seria de 10-20 mcg enquanto no adulto seria de cerca de 350 mcg. O paradoxo: enquanto um bebê de 5 Kg poderia receber com segurança 30 mcg de alumínio por dia, um recém nascido está recebendo via vacina de Hepatite B 250 mcg de aluminio.

O proprio FDA reconhece que embora a toxicidade de aluminio não seja detectada rotineiramente, pode ser muito séria em populações seletas como bebês prematuros, e pode ser mais comum do que é reconhecida. Mas... NÃO existem pesquisas conclusivas sobre alumínio nas vacinas. Ninguém até agora estudou se os níveis de alumínio em vacinas em bebês saudáveis após a vacinação para ter certeza que são seguros. Não adianta revisar estudos antigos sobre segurança das vacinas, porque FDA, AAP e outros afirmam que a toxicidade do alumínio não pode ser detectada por observações externas somente.

O único jeito seria realizar um bom estudo com milhares de bebês, medindo os níveis de alumínio após as vacinações, mas não somente medir os níveis no sangue logo após a vacina, mas incluir também uma análise ao longo do tempo para investigar se alumínio se acumula no corpo, como o corpo o elimina, e a qual velocidade.

Vários anos atrás, alguns casos de suspeita de toxicidade ao alumínio resultaram em vários problemas neurológicos e degenerativos. A colaboração ”Cochrane”, um grupo que estuda problemas relacionados a saúde no mundo todo, queria analisar um grupo de estudo grande para analisar se existia mesmo uma correlação real entre problemas neurológicos e o alumínio nas vacinas.

Eles investigaram os efeitos colaterais relatados de uma vacina que contém alumínio (DTP, que não é mais usada nos EUA, mas é a vacina utilizada na rede pública no Brasil), e procuraram evidências de que tais vacinas causaram mais efeitos colaterais do que vacinas que não continham alumínio.
Além de vermelhidão, inchaço e dor no local da injeção, eles não acharam mais nenhuma indicação que vacinas contendo alumínio poderiam causar mais problemas, e concluíram que não era necessário pesquisar mais nada nesse tema (T. Jefferson et al., "Adverse Events after Immunisation with Aluminum-Containing DTP Vaccines: Systematic Review of the Evidence," The Lancet: Infectious Diseases 4, no. 2 (2004): 84-90).

Essa afirmação é muito ousada!. A maioria dos pesquisadores irão tirar conclusões dos resultados de sua própria pesquisa. Não é comum afirmar que mais nenhum pesquisador deve realizar mais nenhuma pesquisa naquele tema!

Observação: eu cheguei a escrever diretamente ao CDC (Centro de controle e prevenção de doenças nos EUA), perguntando sobre alumínio nas vacinas. Me responderam que todos os estudos mostram que é seguro e os pais não devem se preocupar com isso. Não considerei essa resposta suficiente, não creio ser possível afirmar isso sem estudos mais conclusivos sobre sua segurança.

Enquanto não forem realizados estudos objetivos por grupos independentes e que não tenham ligação ALGUMA com companhias farmacêuticas que produzem vacinas ou organizações políticas , mostrando a segurança das vacinas, eu fico com o pé atrás.

Outras questões que também nunca foram respondidas:

Por que será que uma marca de vacina de HIB (hemophilus – no calendário brasileiro aos 2, 4, 6 e 15 meses) requer alumínio para ser efetiva enquanto outra não?

Por que uma marca de DTaP contem 4 vezes mais alumínio que outra?

Como não é possível encontrar todas vacinas sem alumínio ainda, chegamos à conclusão de que valia a pena adiar algumas e fracionar outras vacinas para injetar o mínimo possível de alumínio por injeção. O mínimo e máximo claro varia conforme outras vertentes que os pais incluem para fazer suas decisões.

Podemos optar por desmembrar vacinas que são dadas em único dia e dá-las separadamente, com intervalos entre elas.

Podemos escolher as marcas de vacinas que tem menor concentração de aluminio, ou não contém nada de aluminio. Podemos fracionar as injeções de modo que o bebê não receba mais de uma vacina que contém alumínio por vez. Ou então podemos varrer todas essas preocupações para debaixo do tapete.

Calculando a quantidade de aluminio nas vacinas:

Abaixo os níveis atuais de aluminio por injeção das seguintes vacinas:
• DTaP (Difteria, Tétano, e Coqueluche): 170-625 mcg, dependendo da marca
• Hepatite A: 250 mcg
• Hepatite B: 250 mcg
• HIB (meningite; somente da marca PedVaxHib): 225 mcg
• HPV: 225 mcg
• Pediarix (DTaP-combinação Hepatite B-Polio): 850 mcg
• Pentacel (DTaP-combinação HIB-Polio): 330 mcg
• Pneumococcus (Prevenar): 125 mcg


O que fazer se meu filho tem que ir a escola e pedem registro de vacinas?

Muitas escolas pedem registro que a criança está em dia com as vacinações. Na escola de meus filhos, ao saber que pretendíamos fazer um esquema de vacinação diferenciado, nos pediram uma carta explicando nossas razões para tal e um respaldo do pediatra.

Para colocar em prática o que decidimos, tivemos que trocar de pediatra pois o nosso antigo não era flexível à mudanças no esquema da AAP. Mas encontramos outra clínica pediátrica que nos apoiou.

Algumas escolas pediriam que os pais assinem um “termo de responsabilidade” no caso da criança não estar vacinada de acordo com o calendário oficial. Basicamente nesse termo de responsabilidade é dito que, caso a criança fosse contaminada, e contaminasse outras crianças, é de total responsabilidade dos pais responder a eventuais processos que o Estado pudesse abrir contra a família.

O que eu acho paradoxo é que, por outro lado, se a criança apresenta qualquer tipo de complicação justamente por TOMAR as vacinas (desde efeitos colaterais suaves como mais sérios, como pegar a própria doença que a vacina supostamente deveria proteger), o Estado não se responsabiliza e nem protege essa criança e sua família.
Portanto, esses termos de responsabilidade me parecem injustos. Uma via de mão única.

Prefiro o esquema que foi feito na escola dos meus filhos, incluindo uma conversa séria, franca, apresentando argumentos sólidos para suas decisões e com respaldo de um pediatra.

Hoje em dia infelizmente ainda é, de fato, dificil encontrar pediatras que apoiam vacinação seletiva, o que complica ainda mais essa situação.

Abaixo trechos de uma entrevista com Dr. Bob Sears sobre o tema:


“Os pais deveriam vacinar seu bebê?” (entrevista com Dr. Bob Sears)Eu acredito que vacinas são muito importantes e tiveram um extensor papel na limitação de doenças em nosso país. Entretanto, mais e mais pacientes estão preocupados e querem alternativas ao calendário de vacinação sugerido pela CDC (Center of disease control, algo como Ministério da saúde nos EUA). Acredito que se mais e mais médicos oferecerem opções aos seus pacientes, teremos melhores taxas de vacinações do que estamos vendo agora.

Algumas das opções seriam:

- Não dar vacina de Hepatite B aos RNs em hospitais. Porque essa vacina pode causar febre, letargia e dificuldades na amamentação (problemas que não se quer que aconteçam aos RNs), é melhor que se adie essa vacina nos primeiros 2 meses de vida, especialmente porque essa doença não ocorre em RNs (é sexualmente transmitida). (Observação minha- notar se a mãe não é portadora, teste que é comumente realizado no pre-natal).

- Checar grau de antitoxina no sangue (“titer”) para várias vacinas antes de dar reforços. Algumas crianças não precisam de vacinas de reforço com 5 anos de idade porque as vacinas dadas quando bebês ainda estão funcionando bem. Esse método demanda tempo e dinheiro, então alguns pais preferem que deem os reforços ao inves de fazer os testes.

- Tomar menos vacinas a cada visita ao pediatra, fracionar as vacinas. Essa é a proposta principal do calendário alternativo do Dr. Bob Sears. (obs. Dar as vacinas mais importantes no primeiro ano e adiar outras para o segundo ou terceiro ano ou além.)

- Limitar vacinas combinadas. Alguns pais preferem separar algumas vacinas combinadas em componentes separados para diminuir a chance de reações. Enquanto não se sabe se essa precaução ajuda, alguns pediatras oferecem essa opção aos pais preocupados. (obs. Essa informação é extremamente importante para as crianças alérgicas, pois fica mais fácil identificar, em caso de reações alérgicas quais vacinas devem ser evitadas futuramente.)

O mais importante é que mais e mais pais querem alternativas.

Se não dermos opções que eles estejam confortáveis, mais e mais pais irão desistir de vacinar completamente seus filhos, o que poderá levar a mais fatalidades e complicações devido às doenças.

Dr. Bob

“Vale a pena fracionar as vacinações com mais visitas ao pediatra para que menos injeções sejam dadas ao mesmo tempo?”

A principal diferença sugerida em meu esquema alternativo de vacinas é que fraciono as vacinas ao longo dos primeiros anos de vida, ao invés de concentrar todas vacinações nos primeiros 18 meses. A criança recebe menos vacinas por vez, recebe as vacinações mais importantes primeiro, e adia um pouco as vacinas menos importantes.
Ao inves de dar muitas vacinas ao mesmo tempo (as vezes até 6), somente 2 são dadas por vez, diminuindo as chances de ter excesso de químicos no organismo. Dando somente 1 vacina que contenha aluminio por vez (ao inves de 4), diminue-se bastante a chance de excesso desse metal que pode ser toxico no cerebro (veja Referencias no livro “The Vaccine Book”).

Dando somente uma vacina que contenha componente de virus ativo por vez, permite-se que o sistema imune lide melhor com esses virus das vacinas. Dando menos injecões por vez diminuem as chances de efeitos colaterais de acordo com minha experiência. Dando menos vacinas por vez também é uma maneira de identificar que vacinas a criança está tendo uma reação severa, se esta ocorrer.

Sim, vacinar dessa maneira quer dizer mais visitas ao consultorio do pediatra, mais gasolina gasta, mais tempo tirado do trabalho para levar seu filho ao medico. Mas alguns pais decidem que vale a pena esse trabalho.
Novo estudo sugere que adiar algumas vacinas pode diminuir risco de asma
Um novo estudo do ”Journal of Allergy and Clinical Immunology” da Universidade de Manitoba (Canada) pesquisou 14.000 bebês que receberam a vacina DTP em 1995. O estudo mostrou que de todos bebês que tiveram as vacinas aos 2 meses recomendados, 14% desenvolveram asma mais tarde na infância. Bebês que adiaram a vacina até 4 meses ou mais tiveram somente 6% de asma. A vacina DTP foi dada nos EUA e Canada aos 2, 4 e 6 months de idade, com um reforço aos 18 meses e 5 anos, para proteger contra Difteria, Tétano, e coqueluche.

Esse estudo é muito interessante, mas quero fazer alguns comentários:
1. Isso PODE mostrar que introdução precoce da vacina pode desencadear resposta imune hiperativa que mais tarde aumentaria o risco de asma. MAS todos devem entender que esse estudo foi feito com uma vacina ANTIGA que já foi tirada do mercado nos EUA no final dos anos 90. Então a pergunta é, esse resultado se aplica SOMENTE aquela vacina, e agora é irrelevante, ou se aplica a todas as vacinas? Até agora, isso somente mostra uma possível conexão com a vacina antiga de DTP. (Essa é a vacina que ainda é aplicada na rede pública no Brasil. A DPaT, que a substituiu nos EUA, está disponível no Brasil apenas na rede particular).

2. SE adiarmos todas as vacinas até 4 meses de idade baseados nesse estudo, deixa-se os bebês vulneráveis a infecções com Coqueluche, Meningite e Rotavirus, todas que causam fatalidades em bebês cada ano.

3. Não estou dizendo que as pessoas não podem ou não devem adiar todas vacinações. Reações a vacinas ACONTECEM, e todos estão procurando um meio de diminuir o risco de reações. Eu gosto de apontar que existe o risco de doenças também.

4. Agora, SE um bebê tem cólica severa (ligada a sensibilidade alimentar e um sistema nervoso irritado) ou desenvolve eczema precoce (assadura alérgica) ou asma alérgica nos primeiros 2 meses de vida, os pais poderiam considerar adiar as vacinas para não exacerbar as relações alérgicas do bebê. Essa seria então uma questão de pesar os riscos e benefícios da vacina.

Como um todo, esse estudo levanta uma questão interessante, mas não ajuda os pais a decidirem o que fazer com as vacinações agora porque se aplica a uma vacina antiga. Seria bom um estudo com toda série de vacinações atuais para verificar se adiar TODAS as vacinas até 4 meses ou mais reduziria o risco de desenvolver asma ou outras alergias.

A marca da vacina importa? Como ter certeza que seu bebê está recebendo a marca de vacina com o menor conteúdo de químicos possível

A maioria dos pediatras não pensa muito sobre qual marca de vacina está sendo usada em seu consultório, e até agora os pais também não pensavam muito sobre isso. No livro do Dr. Bob Sears ‘The Vaccine Book”, pais e pediatras estão se informando que nem todas vacinas são iguais.

Algumas vacinas tem somente uma companhia que a fabrica, então não há opções, exemplos vacina para pneumoccocos (prevenar), MMR, varicela, polio, HPV (outra marca está sendo feita), Rotavirus (outra marca chegará ao público em breve) e meningococcal (No Brasil a vacina de Meningite não é a mesma aplicada nos EUA).

Mas as outras 5 vacinas tem mais de um fabricante, então pais e pediatras deve olhar com atenção aos ingredientes das mesmas para determinar quais seriam mais seguras. As vacinas para hepatite A e B são bem similares entre os dois fabricantes, mas DTaP, HIB, e Flu (gripe) tem diferenças fundamentais:

• DTaP – uma marca tem alta concentração de alumínio e usa soro de vaca na fabricação. Outra marca usa menos alumínio, mas tem traços de mercúrio e também usa soro de vaca. Uma terceira marca tem conteúdo moderado de alumínio, mas não utiliza soro de vaca e tem menor quantidade de germe de coqueluche que outros (considera-se que os componentes de germe de coqueluche são responsáveis pelos efeitos colaterais). Então, que marca usar? A lógica diria que uma ou outra marca com menos alumínio, ou a que tem moderada concentração de alumínio mas menos coqueluche e sem soro de vaca seriam as melhores opções.
(No Brasil a DPaT está disponível apenas na rede privada, onde então, os pais podem optar pela marca. Na rede pública, ainda é aplicada a vacina DPT e somente em casos de reações na primeira dose, o Estado disponibiliza gratuitamente a DPaT).

• HIB – uma marca usa alumínio e a outra não, então, como é prudente dar o mínimo de alumínio possível aos bebês, pediatras deveriam levar isso em consideração ao escolher a marca de vacina HIB para seus consultórios.
(No Brasil, essa vacina é aplicada juntamente com a DPT na rede pública e recebeu o apelido de “tetravalente”.)

• Flu (gripe) – todas vacinas para gripe são feitas de modo similar exceto pelo conteúdo de alumínio. Além disso, algumas marcas ainda contêm uma dose completa de mercúrio. Algumas filtram o mercúrio, restando somente traços do mesmo na injeção. Somente uma marca fabrica uma vacina completamente livre de mercúrio em frascos de dose única. MAS a mesma marca também faz a injeção de gripe em frascos de 10 doses com dose completa de mercúrio. A lógica diria que os pediatras se certificassem que estão providenciando as vacinas sem mercúrio aos bebês, crianças e mulheres grávidas. Se isso não está disponível, então a marca com traços de mercúrio seriam a segunda melhor opção.

• Grande combinação de vacinas – existem duas novas formulações de vacinas que acabaram de chegar ao mercado, combinando 3 vacinas em somente 1 injecção. Pode até parecer boa coisa, mas uma das marcas tem uma quantidade grande de alumínio. Eu prefiro ficar longe de grandes combinações de vacinas.
Lição de casa para os pais: achar quais as marcas são preferíveis de acordo com essas informações.

O que os pais podem fazer se o pediatra não oferece aquela marca de vacina que você gostaria para seu bebê?

Marque uma consulta com seu pediatra e explique-o suas razões para preferir uma marca em particular. Talvez nos próximos meses mais e mais pediatras tomarão ciência desse problema e providenciarão aos pais as opções de vacinas apropriadas.

Vacina Polio: Imunidade por grupo (imunização do rebanho)- pais que não vacinam seus filhos estão tirando vantagem do resto?

Esse é um debate sem fim no campo da vacinação, e soa muito verdadeiro para a vacina polio. Não há casos dessa doença nos EUA desde 1985. Ainda assim, continuamos a vacina. Por que? A resposta é óbvia- para manter a doença fora do país. Ainda ocorre em parte da Asia e Africa, e se parassemos de vacinar agora antes da doença estar erradicada no mundo (como a varíola foi erradicada há quase 40 anos atrás) poderia potencialmente entrar no país novamente e teríamos que começar tudo de novo.

Mas alguns pais escolhem não vacinar totalmente pois eles sabem que seu filho está protegido por todos ao redor que são vacinados (”imunidade do rebanho "). Entretanto, se muitas ovelhas do rebanho ouvirem isso, e decidirem não vacinar, o que acontece quando uma ovelha da Ásia entra em nosso rebanho? Se somente uma de nossas ovelhas que não é vacinada a chance é grande que as duas nunca entrarão em contato. Porém, e se 10 não são vacinadas? Ou mais? O resultado poderia ser reaparecimento de pólio, algumas ovelhas teriam paralisia, algumas morreriam. Ainda existem adultos que tiveram esse doença no passado e sofrem de seus efeitos.

Admito, é extremamente baixa a probabilidade de uma criança que mora nos EUA e não foi vacinada e não viajar para Asia ou Africa pegar polio. Então eu admito que pais que não vacinam seus filhos contra polio não estão colocando seu filho individualmente em risco. MAS eles estão colocando o empenho da saúde pública para eliminar o polio em risco. Até que o mundo todo esteja livre de polio, a vacinação continuada é importante.

Então, como fazer essas decisões de vacina para seus filhos: Baseando somente nos riscos deles próprios, ou levando em consideração a saúde de outras crianças no seu bairro, cidade, país, seu rebanho. Entao os pais estão ERRADOS ao colocar a saúde de seus próprios filhos acima de tudo? Mas todos pais não colocam seus próprios filhos em primeiro lugar? Essa é definitivamente uma daquelas coisas que me faz pensar "hmmmmmm".

Vacina e doença Pneumococcal (vacina prevenar): algumas vacinas são muito mais importantes que outras.

(Essa vacina não está disponível na rede pública no Brasil. Apenas na rede privada e tem custo bastante elevado.)

Essa doença séria é ainda muito comum, e é a causa principal de meningite infantil. Vacinação continuada é importante, e é por isso que começo com essa vacina no meu esquema alternativo de vacinação.

Pais que decidem não vacinar devem estar cientes de como as doenças são contraídas e como podem ser prevenidas.

Pais também deveriam considerar vacinação seletiva para essas doenças.

Vacina e doença Rotavirus: você quer que seu bebê seja um dos primeiros a receberem a nova vacina?

Esse é o dilema que muitos pais encontram hoje em dia toda vez que uma vacina nova é lançada no mercado. Não há dúvidas que a doença rotavirus é dolorosa na área da fraldinha, é extremamente comum e pode ser bem severa em bebês. Mas devido ao fato dessa vacina ser muito recente, os pais estão receosos, desconfiados. Ninguém quer que seu bebê seja um dos primeiros a testarem a vacina, mas alguém tem que fazê-lo! Você quer proteger seu bebê dessa doença mas você preferia esperar que essa vacina fosse testada em centenas ou milhares de bebês antes. Essa vacina começou a ser utilizada em 2006 e até agora nada ruim foi mostrado, então por isso coloquei no meu esquema alternativa de vacinações. Mas esse debate sempre existirá toda vez que uma nova vacina for lançada no Mercado.

(No Brasil, existe contra-indicação expressa do Ministério da Saúde para esses casos:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/informe_rotavirus2.pdf

10. Contra-indicações

A vacina não deve ser administrada a crianças que sabidamente tenham alguma forma de alergia grave (urticária disseminada, broncoespasmo, laringoespasmo e choque anafilático) a algum dos componentes da vacina, ou a doses prévias desta vacina.

A vacina não deve ser administrada a crianças com alguma forma de imunodeficiência. A vacina não dever ser administrada a crianças com história de alguma doença gastrintestinal crônica ou má-formação congênita do trato digestivo ou história prévia de invaginação intestinal.")

Vacina de Hepatite B e a doença- Recém nascidos precisam de uma vacina para doença transmitida sexualmente?


De quem foi a idéia de vacinar TODOS RNs para uma doença sexualmente transmitida? Tive uma discussão interessante com uma médica com quem eu trabalhava no departamento de saúde pública. Ela me disse que quando todos colegas de trabalho ouviram essa decisão nos anos 90, eles ficaram perplexos. Pois eles não viram sentido algum nisso. Mas eles não tiveram escolha, pois os "chefes " decidiram e eles tinham que seguir a ordem.

Mas dado o fato de que essa doença é virtualmente inexistente durante a primeira infância (ao menos que uma mãe infectada passe a doença ao seu filho durante o parto, uma situação que pode ser prevenida com teste no pre-natal e tratamento), e também considerando que a vacina pode causar febre, letargia, dificuldade na alimentação e irritabilidade em bebês (de acordo com a bula da vacina), sintomas que podem parecer que o bebê pegou uma infecção bacteriana severa que requer antibióticos intravenosos e vários testes invasivos (quando tudo na verdade é reação à vacina), eu pergunto novamente, POR QUÊ?

Essa vou deixar para que cada um faça sua própria pesquisa e tire suas conclusões. O fato de que essa vacina possui risco de sérias reações se tomada logo ao nascer nos fez decidir adiar essa injeção.

Vacina e doença HIB: quão importante é vacinar seu filho contra uma doença que é séria, mas extremamente rara? (No Brasil essa vacina é dada em uma única injeção juntamente com a DPT na rede pública, chamada tetravalente)

Não há dúvidas que HIB é séria. Mas essa forma particular de meningite é extremamente rara, então é importante vacinar os bebês? Por um lado, vacinação continuada mantém a doença longe de nossa população, e ajuda a proteger cada bebê individualmente. Mas por outro lado, considerando que a doença é tão rara, os pais poderiam não vacinar seus bebês? Não há certo ou errado nessa questão. A maioria dos pais escolhem vacinar, alguns não.

Vacina DTaP e difteria, tétano e coqueluche. Levante a mão quem quer uma vacina para coqueluche somente?(No Brasil, a DPaT está disponível apenas na rede privada. Na rede pública é dada a vacina DPT. A DPaT é disponibilizada na rede pública apenas se o bebê apresentar reação à primeira dose da DPT.)

Embora difteria e tétano são virtualmente desconhecidas em crianças nos EUA, a coqueluche é ainda muito comum e pode ser séria para o bebê. Isso torna essa vacina muito importante e eu a coloquei em primeiro lugar no meu esquema alternativo de vacinações.

Mas não seria bom se fosse possível dar somente a vacina de coqueluche e adiar os componentes D e T? De acordo com a bula da vacina, é o componente do Tétano que é responsável pelas reações neurológicas. Infelizmente, uma vacina individual para coqueluche não existe. Interessante é que vacinas para P é fabricada separadamente de D e T, então combinadas no processo. Então seria plausível que uma vacina separada para coqueluche poderia ser feita. É um dilema.

Carência de vacina de caxumba- os bebês deveriam então tomar a MMR completa?

Alguns pais estão escolhendo dividir a vacina de 1 ano MMR em três vacinas separadas. Embora não se saiba se essa precaução é necessária, alguns pais preocupados preferem escolher a vacina de caxumba com 1 ano, de rubéola com 2 anos e de sarampo com 2 anos de idade.

Nos EUA há uma carência da vacina de caxumba somente, esperada para o resto de 2008. Então os pais podem não ser capazes de conseguir a vacina de Caxumba para seus bebês por um tempo, então sugiro tomar a vacina de rubéola com 1 ano, então a de caxumba com 2 anos.

Alguns pais estão pensando se devem dar a MMR total com 1 ano da idade, não somente caxumba mas também sarampo por causa de um recente aumento nos casos de sarampo. Eu acho que essa é uma escolha muito válida a ser considerada, especialmente com bebê que estão entrando em berçários ou escolinha. Para crianças que não vão a escolinha antes de 3-4 anos, adiar a vacina de sarampo não deve ser preocupante.

Obs: Rubéola é causada por um vírus. A síndrome congenital de rubéola é uma causa importante de defeitos graves no feto. Quando uma mulher é infectada com rubéola durante o início da gravidez ela tem 90% de chance de passar o vírus para o feto, que pode causar morte ou defeitos. Embora seja uma doença moderada na infância, a síndrome no feto é severa, então a maior razão para vacinar a criança seria de evitar que ela transmita o vírus para alguma mulher grávida em seu círculo, como sua professora.

Afinal, o Estado deveria ter o direito de forçar vacinação?

Particularmente eu digo não (Bob Sears)! Vacinas deveriam ser uma decisão pessoal médica que cada família que more em um país livre deveria ter o direito de fazer. Dito isso, eu devo admitir que se houvesse uma epidemia de uma doença séria e contagiosa no país matando uma quantidade considerável de pessoas eu concordaria que possa ser uma boa idéia para o governo insistir na vacinação para o bem do público, se o mesmo está em ameaça.

No caso de Hepatite B e catapora, entretanto, não posso dizer que essas 2 doenças realmente são uma ameaça para a saúde pública. Claro, hepatite B é ruim, mas é uma doença sexualmente transmitida, então há modos de se prevenir e se proteger, OU escolher a vacinação. E considerando que catapora somente mata 1 em 65,000 pessoas que a pegam, também não pode-se realmente dizer que é uma ameaça a saúde pública.

Informações adicionais:

Chequem o site mantido em colaboracao com o CDC americano para registro de efeitos adversos as vacinacoes:

http://www.fda.gov/CbER/vaccines.htm


No Brasil:

Manual de Vigilância Epidemiológica dos Eventos adversos pós vacinação (Ministério da Saúde). Esse manual chama a atenção para os tipos de reações, principalmente para além daquelas comuns (febre e dor no local):

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manu_eadpv.pdf


Algumas informações sobre a vacina pneumococos (prevenar)
http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_seq_noticia=29656


As vacinas particulares, que já são obrigatórias nos EUA, devem ser incluídas nos próximos anos:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=28072


Vacinas da rede pública brasileira com timerosal:

Hepatite B (ao nascer, 30 dias após, 6 meses)
Tetravalente (DPT + Hib) – 2, 4, 6
DPT - reforços
DT (dupla adulto e pediátrica) – difteria e tétano
Vacina contra a gripe (a partir de 6 meses)
Vacina contra a raiva (apenas em caso de mordida de animais)
Vacina contra meningococo dos sorogrupos B e C (apenas aplicadas em situações restritas – não é a mesma disponibilizada na rede particular, que não contém timerosal)


Algo que considero importante considerar é que as vacinas obrigatórias foram iniciadas quando as doenças que elas tentam previninar estavam quase que exterminadas pela adaptação de nossa espécie aos vírus que as produziam.

Hoje em dia as vacinas certamente não produzem melhoria da qualidade de vida ou queda da mortalidade, mas a questão seria se o seu abandono poderia fazer doenças retornarem ao nosso convívio.

Não se pode mesmo deixar de vacinar contra algumas doenças com risco delas voltarem MAIS virulentas do que eram no passado. Isso é verdadeiro para a varicela (catapora) como já bem comentado aqui na PR.

4 comentários:

Carolina Pombo disse...

Li o texto todo, apesar de extenso, porque, com uma filha de 6 meses, que já apresentou alergias a medicamentos, me preocupo com essa questão. Vou colocar um link no meu blog, tudo bem? Quero ver se aparece alguma opinião interessante.

Cintia disse...

Carolina,

Claro que tudo bem!

Notei agora que esqueci de colocar o link para a discussão original (duh!). Mas só terei acesso a noite, passe aqui amanhã novamente que atualizarei o texto. Assim, vc poderá entrar em contato direto com a Déia e a Fernanda - esta última que poderá te indicar comunidades e textos específicos para alérgicos ;)

Pode te ser útil.

Cintia disse...

Tópico original no orkut:

Um calendário alternativo de vacinação

Vera Falcão disse...

Me informo sobre o "lado escuro das vacinas" há muitos anos, criei uma comunidade no orkut com esse nome, agora também é um grupo no facebook. Tive 3 filhos e só vacinei a primeira, na década de 70, quando ainda não sabia nada sobre o conteúdo das vacinas e o que elas podem causar no organismo das pessoas.

Lendo o teu texto, minha reflexão é a seguinte:
Falas em fracionar, diminuir, dar mais tarde; realmente, são opções para quem quer vacinar e a criança correr menos riscos, receber doses menores de tóxicos, espaçadas, mas no final, receberá o total deles. Se você certifica-se de que vacinas são compostas por ingredientes que fazem mal e que a prevenção das doenças não necessita, necessariamente delas, não há lógica em seguir esse processo. Mas entre dar várias vacinas, todas ao mesmo tempo e agir dessa forma colocada no texto do blog, obviamente, ficaria com a segunda opção. Mesmo que seja um paliativo.

"O mais importante é que mais e mais pais querem alternativas.
Se não dermos opções que eles estejam confortáveis, mais e mais pais irão desistir de vacinar completamente seus filhos, o que poderá levar a mais fatalidades e complicações devido às doenças."
Me parece que o movimento contra o uso das vacinas está aumentando e preocupando o sistema, já que estão sugerindo "alternativas". Tais alternativas não passam de uma ilusão, pois de qualquer forma as crianças receberão tóxicos no organismo, mesmo que dispostos em outra ordem e dosagem. Ou seja: vocês querem ser envenenados de uma só vez ou lentamente? Provavelmente (penso nisso como uma possibilidade, não uma certeza), diminuiriam os riscos de morte e sequelas graves e aumentaria o surgimento de doenças crônicas e não admitidas como tendo as vacinas como causa. Como essas sequelas graves são as que mais assustam os pais, estaria resolvido (para o sistema) o problema que os tem afastado da vacinação. Se a criança adoecer bem mais tarde, devido a ingestão de um metal pesado, quem vai conseguir provar que a causa foi a vacina? Assim como acontece com a ingestão de flúor na água que bebemos, somos envenenados lentamente...

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