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Trabalho infantil

A PR de vez em quando me traz surpresas: e a de ontem eu fiquei abismada.

Em nossos vários Brasis, descobri que em São Luiz (sim, CAPITAL) o trabalho infantil doméstico é super bem aceito, normal. As meninas de 8, 10 anos são trazidas do interior, de famílias pobres e trabalham como empregadas e babás. Muitas com salários ridículos, num regime de quase escravidão. Essas garotas não tem nenhuma segurança, não preciso muita imaginação para prever que tipo de problemas elas enfrentam numa casa desconhecida, desamparadas por todos.

Não é cuidar uma horinha dos irmãos no parquinho. Não é ajudar a tirar o lixo, arrumar a cama. Não é ajudar os irmãos, não é ajudar na roça dos pais: é uma enorme carga de trabalho. Numa cidade longínqua, sem família. Além de a criança trabalhar, ainda está distante de sua família, passando por apuros sem uma alma viva para defendê-la, sem os vínculos do passado.

Eu não imagino como alguém aceita tal coisa, se aproveita da situação terrível de outros para ter mão-de-obra barata. É imoral. Eu não sou inocente a ponto de não saber que isso acontece, mas admito que me surpreende ver isso à luz do dia, numa capital.

Não é adotar, não é cuidar. É se aproveitar da situação dos outros. Não é caridade, é ilegalidade. Nem consigo entrar no mérito do que é melhor ou não é, o que fazer, o que faria o conselho tutelar. As meninas se oferecem porque há quem aceite a proposta.

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