Somos o máximo

Li de amiga minha, A. :

"Se você for pensar no útero... imagine, ele começa do tamanho de uma pêra! E é capaz de ficar do tamanho de uma melancia, ou até maior se você estiver grávida de múltiplos... e mesmo com as paredes tão esticadas e finas, ele ainda tem força de empurrar um bebê pra fora! E depois do parto, volta a ficar pequenininho, tudo perfeito, no lugar outra vez..."
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Decisões

Uma coisa que leva anos para entender é que quando não decidimos, alguém irá decidir por nós.

"Abrir mão de tomar uma decisão significa delegar, mesmo que involuntariamente, a responsabilidade sobre essa decisão a alguém. Ou às circunstâncias. A Deus, ao destino, à vida; como queiram chamar.Não optar é também, portanto, fazer uma escolha. É escolher a renúncia. Quando escolho não optar, deixo que alguém decida por mim, ou que as coisas simplesmente aconteçam.
E quando se trata de nossos corpos? De nossa saúde? De nossos filhos?
Quem gostaria realmente de renunciar às decisões que dizem respeito à integridade do próprio corpo e à saúde, não apenas a própria, mas também a de seu bebê? "


Estava pensando nesse texto hoje, e subiu o tópico novamente. Era tempo de comentá-lo.

Os pais sempre escolhem muitas coisas. Escolhem quando engravidar, escolhem o profissional que irá atender o parto. Escolhem quem cuidará do bebê, escolhe a escola, o plano de saúde, o pediatra, a casa, os brinquedos. Cada uma dessas escolhas, tem seu peso, sua responsabilidade e sua consequência.

Aquela roupa que você comprou pode causar uma alergia severa em seu bebê. Naquela tosse chata, você pode ir para o pronto socorro e ganhar uma meningite de brinde. Aquele xarope pode dar uma dor de barriga tensa. A papinha de maça pode oferecer uma grande constipação. A vacina pode causar uma caxumba. O resfriado pode se tornar uma pneumonia. O remédio pode causar insônia.

Em última instâncias TODAS as decisões sobre a pequena criança passam pelos pais. As consequencias de qualquer uma deveriam ter sido pesadas em riscos e benefícios. Se você não decidir, alguém decidirá por você. Não necessariamente levando o seu histórico como base, talvez uma decisão genérica.

Delegar não resolve nossos problemas. Não adianta culpar o médico pelo efeito colateral do remédio, o governo pela reação da vacina, a humanidade pela poluição. A determinação do saudavelmente comum e doente é feita pelos cuidadores, e não por outras pessoas. A decisão de ter segunda, terceira ou quinta opinião antes de operar as amígdalas é dos pais.

A decisão sempre é nossa. E se o resultado não for o esperado, sempre passa pela gente a responsabilidade, mesmo quando tínhamos delegado.

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"Eu não quero parto normal, é para bicho! É animalesco!"

Jura??? Essas aulas de biologias estão cada vez mais fracas. Por um momento achei que eram PLANTAS que pariam.

Ou então as célebres autoras dessa frases são amebas, samambaias, robôs, barbies, ou então assassinaram todas as aulas de ciências do primeiro grau.

Sabe como é, bicho homem, primata, mamífero. Homo Sapiens. Não botam ovos, produzem leite. Gestam. Tá difícil compreender? Somos animais.
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Amamentação é bom pra saúde de quem?

Todo mundo tá careca de saber que o leite humano é o melhor alimento.


"O aleitamento materno traz benefícios para o bebê, na medida em que aumenta a resistência às doenças infantis; a técnica de sucção estimula o crescimento dos dentes e o desenvolvimento de órgãos da fala; diminui o risco de diabetes, diarréia, eczema, alergias, infecções no trato urinário e no peito, obesidade e desordens de déficit de atenção e de hiperatividade.

Na mãe, o ato de amamentar libera hormônios que produzem o relaxamento; ajuda a diminuir o sangramento decorrente do parto; proporciona retorno mais rapidamente ao peso do corpo anterior à gravidez; retarda o retorno da menstruação e da fertilidade, melhorando com isso a quantidade de ferro no organismo; e diminui a incidência de osteoporose e de câncer de mama e ovários antes e depois da menopausa."
Daqui - Federação Nacional de Associações de Combate à Osteoporose


· A amamentação prolongada pode diminuir a fertilidade e suprimir a ovulação em algumas mulheres
· A amamentação reduz o risco de câncer de ovário
· A amamentação reduz o risco de câncer de útero
· A amamentação reduz o risco de câncer de câncer de endométrio
· A amamentação protege contra osteoporose. Durante a amamentação a mulher experimenta uma diminuição na densidade óssea. A densidade óssea de uma mãe que está amamentando pode ser reduzida, em geral em 1 a 2%. No entanto, a mãe tem essa densidade de volta e pode até ter um aumento, qaundo o bebê é desmamado. Isso não depende de um suplemento adicional na alimentação da mãe.�
· A amamentação reduz o risco de alguns tipos de câncer de mama.
· A amamentação tem demonstrado diminuir a necessidade de insulina da mãe diabética.
. Mães que amamentam têm tendência a perder o peso extra adquirido na gravidez mais facilmente.
Daqui - Amigas do Peito


E mais:



Eu tenho mil e uma razões para acreditar que amamentar melhora a saúde da mãe.
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Quem Escolhe uma Cesárea Eletiva só pode ser Maluca!

Da minha queridíssima mamífera Kalu.

http://mamiferas.blogspot.com/2009/10/quem-escolhe-uma-cesarea-eletiva-so.html

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A beleza da vida - Ocitocina

Esse é o terceiro e último post da série (aqui e aqui), prometo! Era impossível não comentar as nuances naturais do amor materno.

Cada binômio mãe-filhote mamífero tem suas características próprias. A relativa prematuridade de nossos bebês é uma característica forte - os cuidadores precisam despender uma energia e um esforço danado. O contato pele-a-pele é vital. E o que a natureza pode fazer para contornar?

O parto é direcionado pela ocitocina, o 'hormônio do amor'. Não é de se admirar que muitas mulheres, depois de um belíssimo parto natural, se apaixone perdidamente por seu bebê, a ponto de perder até o sono para admirar sua última 'façanha'. Uma mãe que ativamente coloca o filho no mundo, com seu próprio corpo, força e princípios tem assim uma ajuda natural a se sentir confiante que também nutrirá e cuidará bem de um bebê.

O que o bebê pode fazer para se tornar mais 'amável'? Os hormônios do final do trabalho de parto, do período expulsivo, ainda estão latentes na corrente sanguínea do bebê quando ele nasce. Não é ilusão, na primeira hora depois de nascido os recém-nascidos estão mais alertas do que estarão por pelo menos o próximo mês - eles abrem os olhos, procuram sons, procuram os olhos da mãe.

Não é a toa que bebês que mamam na primeira hora depois de nascidos tem a amamentação melhor sucedida, ainda mais os que nasceram de parto. O leite é estimulado pela própria sucção do bebê e o mais fantástico é que é o mesmo hormônio que contrai o útero no puerpério.

As primeiras semanas da amamentação podem ser bastante complicadas, mas assim que estiver plenamente estabelecida é um momento de ligação íntima com o bebê. Grudar e deixar-se grudar, o leite é apenas um dos subprodutos da amamentação. Mamar é muito mais que alimento, é calor, carinho, colo, consolo, prazer. Tudo-junto-misturado, na medida certa.

É um completo absurdo bebês saudáveis serem separados de suas mães depois do nascimento por 'rotina', simplesmente joga-se fora o mais precioso momento da existência. Cuidar de um filhote humano é muito trabalhoso. Eu acredito que toda e qualquer ajuda da mãe natureza é bem vinda nessa árdua tarefa.
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A beleza da vida - Amamentação

Para R.

Prosseguindo meu último post, continuo com a nossa fantástica fábrica de gente. A gestação possibilitava que a fêmea protegesse o feto aonde quer que estivesse - e agora o leite irá prover as primeiras necessidades desse filhote mesmo em período de escassez.

Os mamíferos são aqueles que mamam quando filhotes; o leite é espécie-específico, e cada um tem características ÚNICAS. Filhotes são particularmente vulneráveis, e a natureza não é burra a ponto de errar aqui.

Nossos bebês nascem turbinados de anticorpos, que a placenta alimentava - mas nascemos encharcados. O que fazer? Atrasar a descida do leite, prover apenas algumas gotas de colostro, um concentrado de anticorpos, nos primeiros dias. Como o sistema imunológico ainda levará anos para se firmar, doses de anticorpos direto do seio materno, por toda a lactação.

Somos cabeçudos e eretos, nascemos prematuros - mais do que qualquer outro grande primata. Nosso cérebro tem ali, uns 25%~35% formados - todo o resto se desenvolverá fisicamente nos próximos 18 meses. Do que precisamos? Um alimento para o cérebro. Temos um leite poderosíssimo em lactose, um carboidrato denso, energético.

Nossos bebês possuem os rins, intestino 'crus' (esse nosso cérebro grande e a pressa de nascer.....). Um leite de baixo teor de sais, de digestão rápida, altíssima absorção de ferro, grande quantidade de anticorpos. Contém uma receita específica que fez com que nós, humanos, chegássemos aqui, no século XXI D.C. O bebê não nasce com o reflexo de sugar e necessidade de levar tudo a boca à toa: é uma necessidade ancestral, precisamos mamar, mamar, mamar.

Além de ser uma receita certeira, o leite ainda mostra a necessidade de proximidade de mãe e filhotes. Uma coelha, que amamenta pouquíssimas vezes ao dia, ausentando-se da toca para afastar predadores, tem um leite riquíssimo em proteínas e gordura. Uma cabra, que tem o filhote grudado à si, tem um leite de baixa quantidade de proteínas e gordura. O leite humano contém ainda menos quantidade desses compostos, e você dirá que o bebê deve mamar a cada 3 ou 4 horas? Tentar manipular ou controlar as mamadas de um bebê é simplesmente descartar todos esses anos de humanidade. Todo o trajeto que fizemos até aqui, os acertos da mãe natureza.

Hoje, a organização mundial de saúde e a sociedade brasileira de pediatria são enfáticas: até os seis meses, o bebê só precisa de leite humano, livre demanda. Nada de chá, leite artificial, papinha, churrasco ou lasanha. Leite humano e ponto. Depois dos primeiros seis meses, podemos começar com frutas, carnes, verduras, cereais. O leite de vaca não é nem de longe uma necessidade, e sim um grande alergêno em muitos bebês.

Somos uma espécie de longa infância, um longo tempo para desenvolvermos nossa usina de idéias. O leite é o carro-chefe de todo o primeiro ano - após isso, ele vai lentamente abandonado pelo próprio bebê, que encontra outras coisas mais interessantes a fazer no mundo. As recomendações são manter a amamentação até dois anos ou mais - e não é difícil compreender o porquê.

Nosso leite é especial. Especialmente desenvolvido por humanos e para humanos.



[1] Criando Bebês / by Howard Chilton
[2] Our babies, Ourselves / by Meredith Small
[3] Besame Mucho / by Carlos Gonzalez.


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