Depois de cruzar o rio

Eu sempre falo que algo de muito forte acontece quando a barriga deixa de ser um filho, e aquele tiquinho de gente fica ao alcance de nossos olhos e braços.


E a parte mais engraçada de tudo é que nem parece que fez diferença mas ali, naquele momento, a gente atravessou aquele rio - e não tem mais volta. A inocência, a teoria, todos os planos feitos na margem direita não são mais do que sombras pro que a gente vai de fato enfrentar; não existe nada que nos prepare para a vida, então entre sem muitos preconceitos. Há o ditado de quanto maior o vôo, maior a queda - e se aplica.

Não fantasie muito, não planeje muito, não idealize muito. Às duas horas da manhã, quando seu filho já tiver acordado toda a vizinhança, suas convicções vão ser testadas em toda a sua extensão.

Chupeta, mamadeira, escolinha, babá, avó, comidas, leite materno, TV, volta ao trabalho. 'Birra', choros, brinquedos, correrias, falatório, andador, suco, doces. Que atire a primeira pedra a mãe que não descobriu que na prática, a teoria é outra. 

Se querem minhas dicas: leia, leia todas as boas fontes - elas serão seus guias, o que vai lhe reassegurar que tudo vai dar certo. Confie em si mesma, confie no seu bebê: vocês vão dar um jeito. Não se cobre muito, mas faça o seu melhor. Se não der certo, tente de outro jeito. E se tudo o mais der errado, lembre-se: até os 18 anos ele vai se ajeitar. Não existe segredo. Não dá pra estragar um bebê, e ele precisa nesse momento de você como nunca mais precisará.

1 comentários:

Catarina disse...

pra vc não ficar ai achando que ninguém lê. li e adorei!

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