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Coisa de doido

Para cuidar de um bebê precisa de roupas, fraldas, 2 slings, 2 seios e muito colo.

Para dar banho, água, 'brinquedinhos', um balde e uma toalha.
Para dormir, qualquer cantinho limpo e confortável.

E hoje me olharam como a maior ET do mundo porque, PASMÉM, eu falei que o bebê tomava banho no balde. Ué, não é assim que nossas avós tomaram banho, que banharam nossas mães e pais?

Os bebês não mudaram de necessidades desde sempre!
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Rapidinha

Li na GPM, esses dias.

Dizer que a placenta grau 3 não passa mais nutrientes é julgar pela aparência. É como dizer 'Fulano é tão feio que com certeza é muito chato!'

Amei!
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Banalização da sexualidade na linguagem

Se tem um troço que me incomoda é a vulgaridade com a qual os rapazes em grupo se referem às mulheres. Mesmo os 'compromissados' passam o dia falando de meninas que não conhecem como 'gostosas', sobre os adornos físicos de uma ou outra.

Falam do belíssimo carro que teriam e quantas mulheres 'pulariam' em seu colo com grana no bolso. Namorada é 'patroa', e o que dá orgulho é fingir que é o tal, que teria N mulheres a seus pés.

E detalhe: com meninas 'conhecidas', são respeitosos, carinhosos e inteligentes. Eles tratam as mulheres como inferiores o objetos de status e poder apenas no caso geral, porque no particular são uns amores.

Quando você quer o mal de alguém, manda tomar onde o sol não bate. Quando uma coisa não dá certo, você 'se f*deu'. Quando alguém pede um favor, mais referências à sexo com 'e na bundinha, não vai nada', ou então similares. Afirmar que o outro é homossexual é uma brincadeira por qualquer item em que se seja ligeiramente dissidente.

Porque tratar as mulheres como burras, interesseiras, gostosas? Porque tratar o que é ruim, chato com esses termos pejorativos da sexualidade? Mais importante, como posso ajudar meus filhos a terem uma visão mais bela tanto da sexualidade quanto do feminino?

Depilação íntima?

Rolam por aí textos engraçadérrimos sobre depilação íntima, das dores insanas, absurdas, inacreditáveis que a cera coloca na virilha. Claro, todas concordam, mas 'vale a pena', porque fica lisinho, bonitinho e higiênico. Estético, né?

Agora a dor do parto não vale a pena! 'Ah, fiz cesárea porque sou fresca para dor, tomo analgésico até para dor de cabeça!'

Para deixar a vulva lisinha por mais tempo, vale a pena ter uma dor insana. Para ter um filho, deixar a vida nascer, não vale a pena esperar para ver se haverá dor.

Tem jeito?

... porque barriga de grávida não é corrimão!

Para A.


Sou dessas criaturas antissociais (seja lá como se escreva isso nas novas normas gramaticais). Não sou de abraços e beijinhos com qualquer pessoa sem intimidade, respeito a integridade física e emocional dos outros.

Eu não imagino em que ponto do percurso a grávida vira patrimônio público; já li que o desejo enorme de as pessoas participarem um pouco da vida do bebê, uma criatura que inspira cuidados. Pode ser também o desejo de parecer importante, inteligente, vivido. Não sei, mas é irritante.


http://www.mama-is.com/page/46/

Afinal, todo mundo é vidente. Todos tem uma mandinga ou simpatia para descobrir o sexo do feto, ou então seu peso atual. E não importa o que foi visto na ecografia, sempre há o caso da vizinha-da-manicure-do-cachorro-da-vizinha com um causo peculiar.

Não somos mais uma pessoa 'humana'. Somos uma barriga ambulante. Param o tempo todo para comentar o tamanho do bebê, qual via de nascimento deveríamos escolher (????), assustam com todas as histórias possíveis de partos mal-sucessidos e bebês inacreditavelmente difíceis de lidar. Como se tivéssemos dado alguma intimidade!

Pintam com cores grotescas o quão terrível e difícil foi a sina dessas mulheres. Não entendo. Como é que a humanidade sobreviveu a todos esses séculos, todo esse tempo? Porque a natureza é uma burra, nosso corpo é um zero à esquerda nessa coisa de sobrevivência. Se o parto é um evento assim tão terrível, por que é que se continua a fazer filhos?

Se não quer acordar a noite, dar mamá, vai botar filho no mundo pra que? Pra deixar chorando abandonado? Pra bater e xingar? É pacote completo: quem é mãe é mãe por inteiro, não tem como ser menos.

E a barriga, então? Deve ter ímã, porque muita gente passa a mão até sem pedir. Aff. A barriga é minha, o filho é meu, tire as patinhas cheias de germes que desconheço do meu território. Como eu tenho que me sentir sou eu que decido. E, é claro, sempre podemos passar a mão na barriga da outra pessoa para ver se ela se toca.

De médico e técnico de futebol todo mundo acha que tem um pouco. Agora no campo maternagem, acreditam piamente que sabem mais do seu bebê do que você e mesma- que, por sinal, nem bebê é, e sim uma barriga saltitante.

Ah, claro, fofa. Não é porque seus 2937192836 filhos sobreviveram à você que você fez do melhor jeito.

Recomendo a todos que leiam meu relato de parto. Dá para ter uma noção do meu estado =D

Para que assustar a gestante?

O que são essas histórias de terror? Qual o SADISMO das pessoas de contarem todos os casos mal-contados de placentas ineficientes, cordões enforcadores, úteros-bomba; bebês que 'se afogaram' (???), 'passaram do tempo', vaginas que 'não dilatam' (????? 2x), sangue. Dores maquiavélicas, episiotomias insanas, sequelas, fórceps. Anestesias que não pegam, mortes. Infecções, UTI, abortos, má-formações.


http://www.mama-is.com/page/27/


Todos os detalhes sórdidos, com muitos requintes de imaginação dantesca, pintados à cada gestante. Eu acho que deveria ser proibido por lei falar bobagem para as já sugestionáveis gestantes.


http://www.mama-is.com/page/28/


Sorte ou azar é meramente estar do lado muito menor da estatística. Mas propagar mitos é desaforo!

Não tem nada de bom para falar, cale a boca.
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Tiro no Pé - Ric Jones

O médico é o único indivíduo nesta sociedade que pode causar dano físico a outrem sem que isso incorra em crime. Isto é: é o único que passa uma faca na sua barriga e você ainda tem que pagar!! Desta forma, o médico goza de um status especial. Algo como o James Bond e sua "licence to kill". Parecido apenas, tá?

Entretanto, essa sua licença especial para "causar dano físico" tem seus limites, e eles se situam na fronteira do necessário.

Se for preciso infringir dano PARA SALVAR a vida, ou estimular a saúde (como uma cirurgia, uma droga potente, etc...) este tipo de atitude (que poderia ser vista como agressão) é entendida como válida. Até mesmo salvadora. Acima de tudo, nobre.

Daí se percebe que um procedimento médico deve estar embasado na superação dos benefícios estimados sobre os malefícios inerentes à qualquer intervenção.

Se sabidamente estes transtornos inevitáveis não apresentam uma contrapartida explícita de vantagens em torno da saúde, existe uma inadequação de ordem ética.

O adágio primeiro da medicina (o Hipócrates havia previsto isso) é "Primum non nocere", isto é, "Primeiro não cause dano". Com isso se estabelecia um dos pilares fundamentais da medicina: o princípio da não maleficência.

Cesarianas sem justificativa médica agridem este pressuposto mas....

E as cirurgias plásticas estéticas? Não agridem também?

Se existe uma justificativa "médica" para ter seios apontando para o teto, deve existir também para não ter dores no pré-parto e para diminuir a ansiedade.

A realidade é que tais razões são de ordem subjetiva, não quantificáveis...

Se achamos crime cesarianas com hora marcada, deveríamos achar também as plásticas estéticas.

Se acreditarmos que uma mulher pode arriscar sua vida para ter um nariz menorzinho, podemos também crer que elas podem escolher ter seus filhos da maneira mais arriscada. Como diria o arquiteto a Neo "Tudo se resume a escolhas".

Em função disso eu, mesmo reconhecendo a questão ética delicada envolvendo cesarianas por demanda materna, prefiro acreditar que as mulheres têm o direito de escolher. Maximilian me ensinou muito cedo isso (mas como sempre eu aprendi tarde): "Humanizar o nascimento é restituir o protagonismo à mulher. O resto é sofisticação de tutela". Impedir o nascimento por via cirúrgica sem indicação, usando o poder da lei para proteger mães e bebês, é uma linda sofisticação de tutela, mas continua entendendo as mulheres como seres inferiores, que precisam ser tutelados para adotar o melhor caminho a seguir.

Proibir cesarianas, e com isso impedir escolhas ruins, pode ser um tiro no pé. Ao mesmo tempo em que protegemos as mulheres dos problemas de uma cirurgia as colocamos num patamar inferior da sociedade. Incapazes de fazer escolhas por si acabam se tornando como crianças, que precisam de uma mão forte a guiá-las.

É preferível a liberdade extravagante à prisão ajuizada.

Acredito que as mulheres devem escolher livremente as suas opções, mesmo que isso as conduza a escolhas tolas, como uma cesariana, na qual acabam perdendo o "melhor da festa".

03/09/2009 - Partonosso
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Bebê e mãe passam bem?

Recebi hoje um aviso de nascimento no trabalho com essas letras: mãe e filho passam bem. Como é que é? Esse não é o mínimo do mínimo?

Eu não passei bem meu parto, não. Passei ótima, maravilhosa, plena, ocitocinada. Uma Deusa, uma mãe, uma fêmea. Meu filho, ali, um pedaço de mim, mamando, lindo, perfeito. Se alguma imagem reflete a beleza da vida, certamente é uma daquelas em que a mãe 'lambe' sua cria. São cheios, gostos, luzes, tudo corrobora para que a vida se enlace e perpetue.

Parto é o triunfo dos corpos. Não tem dessas de 'passar bem', isso é para que as precisaram de cirurgias ou sofreram acidentes. Nascer não é um acidente.
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Menos mulher?

Impossível resistir à tentação; afinal, se o blog não tem comentários, comentarei eu aqui mesmo.

Nave Mãe - A evolução das mamadas

Primeiro, fazer planilhas excel das mamadas de um RN é, na melhor das hipóteses, uma idéia fadada ao fracasso. Sim, tentem engravidar fazendo planilhas das 'tarefas' noturnas; melhor: tentem gozar com planilhas. A lógica me falha para afirmar que numa situação normal tal nível de 'controle' ajude de qualquer maneira.

Amamentar exclusivo cansa, nunca vou falar o contrário. Ter um bebê cansa, e não importa o que façamos um bebê é sim um protótipo de gente, alguém que só sabe de suas limitações e desesperadamente tenta sobreviver e se desenvolver. O toque, o cheiro, o leite, essas são as matérias-primas de humanos.

Eu sempre tento fazer um exercício de colocar-me no lugar de outras pessoas, mas existem coisas que estão fora de meus limites. Por exemplo, sei que existem mulheres que simplesmente não suportam amamentar; aquele é um pedido extremado de um bebê. Algumas não conseguem não pensar no seio como um aparelho sexual, ou mesmo se sentem expostas. Certas vezes penso que o psicológico influi num ponto que toda a situação é insustentável. Eu me esforço, e entendo sim.

Mas existe uma diferença entre uma mulher que afirma não quis amamentar e outra que inventa desculpas.

E ai de meu marido se ele INSINUASSE que eu deveria parar de amamentar. A relação é entre eu e o bebê; óbvio que o apoio do pai é tudo. Aliás, apoio não é demais nessa tarefa nada intuitiva que é amamentar. Mas não vejo nada mais feminino nessa vida que amamentar. Não vejo como uma mulher poderia ser 'mais mulher' DEIXANDO de amamentar.

Engravidar é interessante, mas cansativo. Parir é emocionante e excitante, mas avassalador. Amamentar é sim a cereja do bolo da maternidade, ô se é. Sentirei certamente falta das carinhas de satisfação que só meu seio é capaz de produzir em meus bebês.

Também compreendo que maternar muda nosso centro, e muitas vezes sentimos falta de nosso antigo 'eu', das coisas que fazíamos e que parece que nunca mais conseguiremos fazer. Mas, tendo na média 2 filhos, amamentando 2 anos cada um, o máximo que amamentaremos na vida são 4 anos. Para quem pretende viver até os 90 como eu, é uma quantidade de anos baixa, extremamente baixa. Para a vida dos nossos filhos, 2 anos é um investimento muito pequeno.

E fora tudo isso, deixar de amamentar não fará diferença: você ainda não irá deixar o bebê com outros - porque ele precisa de você; você não terá ainda tempo para grandes intimidades, cinemas, jantares - o bebê ainda precisará de seu tempo total.

Culpar a amamentação pela 'dependência' dos bebês é uma incoerência, digna de quem não entende nada de psicologia infantil. Mamando ou tendo mamadeira, bebês ainda são dependentes em tempo integral.

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Blogs amigos

Do lado direito, no menu, embaixo, tem uma lista de blogs de mulheres assim, poderosas. Blogs que quem gosta daqui, vai gostar.

Hoje, vou copiar um dos blogs da Dydy.
Que uma coisa fique bem clara: o bebê não está nem aí para a cor do quarto. O bebê não se importa com os bichinhos. O bebê não necessita de berço e sequer de quarto. O bebê precisa de um nascimento digno, precisa de afago, de calor, de peito, de dedicação, de entrega. A babá não fará melhor do que a mãe, o médico não fará o parto melhor do que a mãe, e ninguém, por mais insegura que esta seja, terá mais carinho e importância para o bebê do que a mãe que Deus lhe deu.

Então nos preocupemos com o profundo e deixemos de lado o superficial.
Isto não é uma opinião pessoal. É só parar para refletir. Seu filho não liga para mais nada, além de você.
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E o bebê não é troféu.

A maioria das pessoas não possuem a menor noção de privacidade, respeito e empatia pelos sentimentos de uma criança, e pelos bebês parece que é menos ainda.

Bem dizia doutora Relva, 'o corpo da criança é latifúndio'. Todos sentem-se no direito de dar palpites, de afirmar o quanto aquela precisa se alimentar, o quanto aquela criança precisa ficar quieta. Isto é, o corpo da criança é um completo inútil, que nem para decidir a sua saciedade presta.

Isso quando o assunto não beira as funções fisiológicas dos filhos. E Cláudia Rodrigues expressou exatamente o que penso neste post. Isto é, um adulto ficar constipado, com fezes endurecidas, ou mesmo avermelhadas ou pretas não gera tanto ibope; agora um bebê de fezes quase liquefeitas, ou verdes, ou amarelas, este sim recebe mil palpites. Afinal, que direito temos de enfiar quaisquer objetos nos ânus de nossos filhos sem uma razão REALMENTE necessária?

Algumas mães prestam-se ao ridículo falando das genitálias de seus bebês: algumas mostram ORGULHOSAS as fotos de ultrassonografias que mostram os pênis de seus meninos. Que me perdoem essas mulheres, mas eu não fico exibindo minha vulva por aí, ainda mais no Orkut. Acho falta de respeito com o corpo dos outros, sinceramente.

Afinal, 'criança não tem que querer nada'. Como assim 'querer nada'? Não é um pouco de abuso que uma pessoa não possa expressar seus sentimentos de frustação? Ainda mais sendo menor e teoricamente menos imatura emocionalmente.

E o sono, então? Os adultos podem ter N manias para dormir, mas os bebês não. Adultos podem ir dormir as 9:00 PM ou as 02:00 AM, e é normal. Adultos podem só dormir na rede, podem só dormir na cama, podem precisar de silêncio absoluto, podem precisar de rituais. Agora bebês não: a teoria de que devem dormir em qualquer lugar, por mais barulhento ou irritante que seja é insana. Bebês tem os seus primitivos cérebros, e sim, precisam de ajuda para dormir. Lembrem-se, karma evolutivo. Não culpem os bebês por serem imaturos, culpe a evolução que nos fez cabeçudos.


Bebê dormir a noite toda não é troféu. Criança sem opinião não é prêmio. Cada pessoa é única, desde o nascimento. Somos pais, cuidadores, mas nunca seus donos.

E no fim das contas, a frase abaixo ajuda nas horas difíceis, da comunidade 'Soluções para noites sem choro':
A maioria dos problemas se resolve com amor, paciência e rotina; alguns problemas não se resolvem, mas aí pelo menos você cuidou do seu filho com amor e paciência.


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Partolandia em vídeo

Não sei quanto tempo irá ficar disponível. Mas é lindo, lindo, lindo.

Um trabalho de parto, uma partolândia.


Pauli, amei. Um domiciliar perfeito.
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Berçários

Algumas pessoas resolvem colocar seus pequenos toddlers com 12, 18 meses na escola para que eles socializem. Para mim, é uma perda de dinheiro e atenção inútil.

Um bebê tão pequeno não interage com os outros, no máximo senta e brinca um ao lado do outro. Mas os jogos sociais, leva bem mais que alguns meses para achar graça. Nesse período, a adaptação na escola pode ser complexa, além de desgastante. Dependendo da filosofia da escola e segurança dos pais, essa criança pode chorar horas por não ver sentido naquilo.

Existem algumas exceções, principalmente em crianças que não dispõem de irmãos ou parquinhos para brincar. Mas uma criança com menos de 2 anos não socializa, é uma egoísta no sentido mais amplo da palavra; a empatia é aprendida. As crianças podem no máximo sentir falta de semelhantes, mas um clube também resolveria.

Outro complexo são pais que querem preparar seus filhos para o vestibular desde antes de sair das fraldas. Ah, claro, fará MUITA diferença se a criança aprende a pintar dentro da figura com 2 ou 5 anos. Ah, claro, dá pra colocar no currículo com que idade falou 'mamãe' ou quando saiu da fralda. Ou então a idade em que aprendeu a ler! Sério, ganhará um nobel por isso.

Um berçário precisa de cuidado e carinho; socializar e 'ensinar' não é para berçário. Eles irão aprender no tempo deles. Berçário é necessidade, e não luxo.


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Protagonismo no Parto

Do Orkut, GPM

O que a gente tem visto por aí é muitas vezes não dão à mulher seu valor no processo, da mesma maneira que ela mesma.

É o marido que decide que a mulher vai ter cesárea porque ELE tem medo; é o obstetra que escolhe o que qual a via de nascimento que aquela mulher está 'preparada' (como assim, bial???). Já vi 'revista' falando que é o médico ginecologista que deve decidir a melhor hora de uma mulher ter filhos (hã???).

É a ecografia que mostra para a mulher que ela está grávida. É a vó que vai ensinar como é que se cuida da criança. É a psicóloga/pediatra que vai decidir quando e onde a mulher deve amamentar.

O que é um absurdo. A mulher pode ouvir conselhos de saúde baseado em evidências de seu ginecologista, mas deve saber que até prova do contrário ela É PERFEITA E FÉRTIL. O corpo nasceu para isso, sexo, gestar, parir, amamentar. Raros são os pontos fora da escala, a natureza mais acerta do que erra.

Temos então uma mulher que não escolhe quando engravidar, vive com o fantasma de um bebê imperfeito com tantos exames, um útero imaturo. O obstetra escolhe quando e como aquele bebê deve nascer, o pediatra escolhe como a mãe cuida dele.

O parto é de todos; e a parturiente um mero 'container' de bebê que deve ser esvaziado rapidamente (com créditos, Ric).

A mulher tem sim o poder de engravidar e manter esse sadio bebê; tem o poder de parí-lo sem interferências (não confunda interferências com assistência) e então amamentá-lo e materná-lo. Como a humanidade tem feito a séculos.

O normal é regra, o anormal exceção. E todos os demais, inclusive marido, podem assistir de camarote o espetáculo da vida, pelo poder gerador FEMININO. =)

E todas nós somos Deusas.
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Papai ou mamãe?

Meu marido já me puxou as orelhas uns 'par de vez', porque no meu blog eu só falo de mulheres.

Já firmei minha visão aqui: sou muito feminista. Um homem cuida e muito bem de um bebê. Porém com a amamentação é nítido que um bebê se apegue ao que ele já conhecia desde sempre: a voz da mãe, o laço que os une ao seio do mundo.

Um homem pode fazer tudo, desde trocar a fralda ou fazer dormir. Porém, o pai e a mãe terão papéis psicológicos diferentes para os filhos conforme a idade vai mudando. Normal, esperado. Algumas vezes é a mãe a mais paciente; outras vezes o pai. Por fim, um bom pai vale o mesmo que uma boa mãe.

Mas não posso falar de paternidade, não posso descrever como é estar do outro lado: eu sou mulher, mamífera. Não sei ser pai.
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Luas de mel...

Acho um absurdo as pessoas alegarem que 'o que importa é que o bebê está bem' após a cesárea.

(...)É como um casal que volta da lua de mel para o qual perguntamos: "Como foi a viagem"? e
eles respondem: "Olha, estamos bem, não nos ferimos e estamos vivos. Isso é que
é importante!".
Ora... uma lua de mel é bem mais do que simplesmente sobreviver !!! Um
nascimento TAMBÉM !!!
Por esta razão não nos satisfazemos com o fato de as pessoas simplesmente
manterem-se vivas após estes eventos, apesar de que ficamos felizes quando isso
acontece se houver um acidente nas férias, ou uma cesariana quando pensávamos em
um ótimo parto.

Pela PartoNosso, Ric jones =)


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O fim da licença maternidade

Nunca admiti que tratassem a minha licença maternidade como 'férias': a ÚLTIMA coisa que conseguimos é descansar. Eu, por exemplo, emagreci muito porque não tinha tempo de comer: preferia dormir.

Cuidar de um bebê é extremamente cansativo, dá trabalho pra pai, mãe full time e ainda não basta. Lembrem-se, o recém-nascido que dorme 23 horas por dia e só acorda para mamar é sempre o filho do vizinho. Um bebê suga muito mais que leite, suga toda a atenção de todos à sua volta. Um bebê não vive de enxoval, vive de colo, peito, carinho e atenção 24 horas por dia.

Então, ao final de longos meses em que percebemos o quão necessária essa atenção maciça, temos que voltar a trabalhar. É uma decisão difícil; por um lado, vemos que sim, o bebê precisa de nós por perto. Porém, sabemos que além de trabalhar fora ser menos cansativo emocionalmente falando, muitas de nós não suportam a vida em casa. E existe o fator econômico, algumas mulheres juntam bem mais de 50% do rendimento familiar.

Algumas mulheres podem (financeiramente) e conseguem (psicologicamente) ficar em casa por uns 2~3 anos. Do ponto do desenvolvimento da criança, é sim o que a criança precisa. Não existe babá, avó ou escolinha que dê a segurança que um pai ou mãe pode oferecer. E não tem dessa de 'cada caso é um caso', é regra - e no máximo tem exceções.

Mas nem todas as mulheres conseguem ficar em casa: eu, por exemplo, enlouqueceria. Infelizmente, meus filhos terão que lidar com meus defeitos, e esse é tranquilamente um deles. Mas ainda acho que parar de trabalhar por um pequeno intervalo é sim a decisão certa a se fazer. Se for possível, óbvio.

Essas mulheres são muitas vezes desprezadas, com frases como 'jogou fora anos de estudo', 'acabou com a carreira' e outros termos extremamente pejorativos. Como se a maternidade e os filhos não fossem o projeto mais importante de uma vida. Como se os 3 anos passados cuidando dos filhos fosse um passatempo, uma perda de tempo fútil. A maternidade e a paternidade perderam seu valor perto do mercado. Um absurdo, um absurdo gigante.

Solidarizo muito com as mulheres e homens que valorizam seus filhos. Cuidar de crianças é cansativo, muito mais que trabalhar fora.

Para as que não poderão fazer isso, resta escolher o menor pior; preparar o coração e aceitar que o bebê ainda nos requisitará nos intervalos que estivermos em casa. Compreender que o bebê está passando por um percurso antinatural, e poderá apresentar sintomas.

Fazemos o nosso melhor; mesmo que não seja o melhor é o nosso. O bebê aceitará outras pessoas, mas sentirá sim nossa falta. O mínimo que devemos fazer é sermos solidários, e os amar como podemos.
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Ajuda pra que?

Surgiu o tema 'Ajuda depois do parto' no grupo.
Há a crença de que uma puérpera precisa de toda a ajuda da humanidade (possivelmente apenas feminina), que precisará que alguém (avó, provavelmente) lhe 'ensine' como cuidar do novo bebê.

Só que ninguém admite que não há o 'jeito certo'. Cada bebê é único e (segredo) vc só descobrirá na prática. Fato é que uma recém-parida não *precisa* de ajuda, e apenas em alguns poucos casos é realmente útil.

É muito comum a avó se sentir dona da situação, e minar a confiança da mãe fresca. Além de impor suas crendices, deixa a mãe no papel de 'filhinha que tem que descansar'. É comum atrapalhar o relacionamento com o pai, já que o 'estepe de peito' é a avó ao invés do pai. Os palpites e crendices nos atingem forte.

Não estou dizendo que é errado ter alguém; mas é bom ter uma pessoa que saiba dar o espaço certo. Alguém que irá de vez em quando lavar a louça, cuidar da roupa. Alguém que segure o bebê para que você tome um banho. Alguém para conversar, passar o tempo. Alguém que saiba seu lugar, que não oportune com palpites, que não queira se colocar como mais importante que o pai ou a mãe.


Mas é claro, eu despachei avós e todas as demais visitas. Pai sabe ser pai e sempre cuidou da casa. Não me preocupo realmente com a limpeza da casa, então ficou fácil. Não sou o tipo de pessoa muito *amável* e *sociável*, sabe...

Machismo

Uns meses atrás, um amiga virtual ajudou com o meu conceito: eu sou super feminista. Muito mesmo.

Vivo com homens, sou rodeada deles. Trabalho com vários, casada com um, pari outros dois. O mínimo que tenho que fazer é confiar neles.

Adoro homens. Até ser uma combinação de mãe e bruxa, a minha visão do feminino era de que tudo era uma bobeira sem tamanho: namoricos, paqueras, cabelo/roupa/maquiagem, celebridades, fuxicos e novelas era tudo tão artificial e dispensável. O mundo dos homens era tremendamente mais interessante, as áreas matemáticas, os problemas lógicos.

Sou Ártemis, sou Atenas. Mas Deméter fez uma mudança radical em minha vida; Perséfone chegou e me mostrou o REAL feminino: menstruar, conceber, gestar, parir, amamentar, maternar, 'menopausar'. O ciclo feminino é belo, complexo e completo. Eu sou uma fã das Deusas, das mamíferas que somos - um orgulho. Como já vi escrito, 'a gente pode tanto, né?'

Mas não é porque somos poderosas que os homens são incapazes. Embora eles não possam fazer nenhum dos pontos do ciclo acima, todas as demais coisas eles podem fazer sim! Não entendo que dificuldade absurda há em cuidar de um bebê: é cansativo sim, mas um pai ou uma mãe conseguem fazer da mesma maneira.

Eu chego ao ponto de não acreditar em 'instinto maternal'. Não acredito. Acredito em níveis diferentes de relacionamentos e intimidades. Acredito que os hormônios da gravidez e parto ajudem a paixonite pelo bebê. Acredito que muitos homens possuam um medo gigante de fracassar. Acredito que muitas mães e avós atrapalham o relacionamento do pai com os filhos.

A gestante pode envolver o pai nessa onda hormonal, ajudá-lo a se apaixonar. O pai pode dar apoio emocional no tempo que ainda não pode 'fazer' nada além de esperar a natureza feminina agir. Mas não entende essa de 'o pai ajuda'. Não. O pai FAZ.

Hipoteticamente falando, se uma criança não tem mãe nenhuma e um pai, dá quase na mesma. Embora eu também concorde que a transição útero-externa pode ser mais fácil com o ponto de apoio mãe-amamentação, o bebê irá se apegar ao pai.

Sou muito feminista: igualdade aos sexos. Um homem é totalmente capaz de cuidar de uma criança, trocar uma fralda ou levar ao pediatra. Mais do que capaz, é no mínimo obrigação moral.
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